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SEM SANEAMENTO

Canais de Belém caem aos pedaços

A cena na memória do braçal Pedro Junior, 32, ainda é viva. Cerca de um ano atrás, um homem perdeu o controle da motocicleta que pilotava e colidiu frontalmente com um pilar de concreto que atravessa o canal da Pirajá. Essas estruturas são muito comuns em

A cena na memória do braçal Pedro Junior, 32, ainda é viva. Cerca de um ano atrás, um homem perdeu o controle da motocicleta que pilotava e colidiu frontalmente com um pilar de concreto que atravessa o canal da Pirajá. Essas estruturas são muito comuns em canais da periferia de Belém. O que não é comum é a falta da mureta, que divide a rua do canal. Sem ela, o condutor da moto passou direto e fraturou o crânio em um ferro exposto. Morreu ali mesmo. Acidentes do tipo poderiam facilmente ser evitados, não fosse o desleixo de quem deveria manter a manutenção da estrutura em dia.

A capital paraense é recortada por canais. Muitos deles, no entanto, estão com as estruturas danificadas e põem em risco moradores e motoristas. Casos como o citado são raros, mas representam o que de pior pode ocorrer quando a falta de estrutura urbana atinge níveis alarmantes.

Em outro trecho, na avenida Gentil Bittencourt, entre as travessas Juvenal Cordeiro e Olaria, os moradores já se mostraram indiferentes com a equipe do DIÁRIO. “Toda semana a imprensa vem aqui, mas ninguém liga. É o mesmo que nada”, lamenta uma moradora. O único a não perder a esperança foi o técnico em refrigeração Antônio Carlos Melo, 46. Com toda paciência, ele mostrou à reportagem o estado em que se encontra o trecho onde mora. “Aqui já não passa caminhão do lixo, ambulância e nenhum veículo com mais de duas rodas. Quando a mureta cedeu, levou junto parte da rua. Daí para frente tudo só piorou.”

A precariedade nessas áreas periféricas da capital paraense já provocou até acidentes com vítimas fatais. Em algumas áreas, apenas motociclistas conseguem circular. O acúmulo de lixo e mato só piora a situação
📷 A precariedade nessas áreas periféricas da capital paraense já provocou até acidentes com vítimas fatais. Em algumas áreas, apenas motociclistas conseguem circular. O acúmulo de lixo e mato só piora a situação |Fernando Araújo

De qualquer ângulo é possível ver. A mureta levou não só o muro, como realmente quase metade da pista. A força das chuvas piora a situação, e sem ter como trafegar, os carros ficam pelo meio do caminho, facilitando inclusive a ação de criminosos. “Aqui é ponto de abandono de Uber. Os assaltantes deixam aqui e saem, pois a viatura não passa, ficam chupando dedo. O problema facilita até a ação de bandidos. Canso de ver”, revela.

INICIATIVA PRÓPRIA

Em outros cantos da cidade, os próprios moradores tomam à frente. No canal da travessa Antônio Baena, cansados de esperar alguma ação do poder público, eles improvisaram uma mureta de madeira. Em outro trecho, aproveitaram a ausência da estrutura para improvisar uma pequena praça. Já no canal São Joaquim, no Barreiro, outra mureta com pedaços de ripa ornamenta um lado da pista, enquanto o outro é tomado por lixo. “É um risco não ter essa proteção. Isso ajuda a não cair no canal, até porque as calçadas são mínimas e a gente acaba andando pelo meio da rua”, reclama a doméstica Nazaré Lima, 49.

Nesse trecho da via, o lixo também assusta. O feirante Guilherme Oliveira, 21, diz que até a freguesia do local é afetada. “As pessoas não querem vir aqui porque o cheiro é insuportável. Atrapalha não só a feira, como os mototaxistas, e quando vamos reclamar ainda corremos o risco de confusão.”

No primeiro trecho citado nesta reportagem, o canal da Pirajá, o florista Reginaldo do Carmo, 46, diz que há pelo 20 anos não se tem alguma obra significativa no local. “Isso aqui começou com o Jader Barbalho, depois passou pelo Almir Gabriel. O último já morreu e ninguém fez mais nada. Imagine o trabalho que vai dar para reparar esse dano que está se formando”, alerta o morador, enquanto aponta para o estrago feito pela ação implacável do tempo em um buraco que ameaça tomar outro trecho da rua onde mora desde que nasceu.

Procurada pela reportagem com dois dias de antecedência da publicação da matéria, a Prefeitura de Belém não se posicionou até o fechamento desta edição.

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