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TRANSPORTE

Nos ônibus de Belém, sobram aglomerações e faltam máscaras

No início deste mês a Defensoria Pública do Estado recomendou à prefeitura de Belém e à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) mais rigor nas ações de fiscalização do decreto municipal nº 96.340/2020 que, no artigo 8º, regula o f

Imagem ilustrativa da notícia Nos ônibus de Belém, sobram aglomerações e faltam máscaras camera Em uma tarde, o DIÁRIO flagrou vários descumprimentos às determinações do uso de máscaras e da lotação nos coletivos | Wagner Santana

No início deste mês a Defensoria Pública do Estado recomendou à prefeitura de Belém e à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) mais rigor nas ações de fiscalização do decreto municipal nº 96.340/2020 que, no artigo 8º, regula o funcionamento do transporte coletivo nestes tempos de pandemia. O texto dá ênfase principalmente para a higienização dos ônibus, limita a capacidade para até oito passageiros circulando em pé durante as viagens e ressalta a obrigatoriedade do uso de máscaras.

Mas, pouca coisa parece ter mudado em relação ao transporte coletivo na capital paraense. O cenário é de lotações, passageiros sem proteção e motoristas também sem cumprir as determinações de saúde para evitar a Covid-19. O DIÁRIO foi às ruas e verificou que o decreto não vem sendo cumprido. No bairro de São Brás, por exemplo, por onde trafegam veículos que atendem cerca de 50 linhas, segundo o Setransbel (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém), não havia agentes da prefeitura fiscalizando essa situação dos ônibus transitando com bem mais que oito passageiros em pé. Pela janela dos coletivos era fácil observar pessoas sem máscaras.

A dona de casa Celia Figueiredo, 46 anos, estava na parada em frente ao Terminal Rodoviário e pretendia pegar um ônibus que a levasse para o conjunto Cidade Nova, em Ananindeua. Ela reclamava da demora. “E olha que posso pegar várias opções porque moro perto da avenida Dom Vicente Zico (antiga Arterial 18), mas demora e quando vem é lotado”, reclamou. Ela se queixa da falta de higienização nos coletivos. “Nunca vi ninguém limpar dentro dos carros não. A gente que tem que andar com álcool em gel e usar quando desce do ônibus”, comentou.

Nos ônibus de Belém, sobram aglomerações e faltam máscaras
📷 |Wagner Santana
Na tarde de ontem, o DIÁRIO flagrou várias situações onde passageiros e motoristas ignoravam as medidas de proteção contra o coronavírus, além da falta de fiscalização do transporte coletivo na capital
📷 Na tarde de ontem, o DIÁRIO flagrou várias situações onde passageiros e motoristas ignoravam as medidas de proteção contra o coronavírus, além da falta de fiscalização do transporte coletivo na capital |Wagner Santana

Na parada de ônibus na BR-316, próximo a um shopping que fica no limite entre os municípios de Belém e Ananindeua, passageiros sem máscaras e se aglomerando para subir nos ônibus. Alguns chegaram a hostilizar a equipe de reportagem do DIÁRIO.

No terminal da Universidade Federal do Pará (UFPA), uma equipe higienizava os ônibus da empresa Rio Guamá. Porém, não foi observada a limpeza no interior dos veículos das outras empresas que tem a UFPA como fim de linha. Irineu Medeiros era um dos agentes que estavam passando uma solução de água com hipoclorito de sódio no corrimão, assentos e painéis. “Assim ajudo a empresa onde trabalho e população a enfrentar menos riscos de pegar essa doença”, disse. “Todos precisam se proteger”, enfatizou. “Este foi o único lugar em que vi os ônibus sendo limpos”, pontuou o passageiro Matheus Barata, 44. Ele pega ônibus no terminal da UFPA para se dirigir até São Brás. “Quando troco de ônibus percebo que nem todos circulam limpos. É possível ver uma ‘crosta’ de sujeira no corrimão”, comentou.

FROTA

De acordo com o Natanael Romero, diretor de operações do Setransbel, atualmente quase meio milhão de pessoas (exatos 497.750 passageiros) utilizam o transporte coletivo em Belém diariamente, neste mês de julho. “Em relação a frota que é alvo da reclamação das pessoas, a gente tem um estudo que monitora o número de ônibus nas ruas. No dia 16 de março, último dia em que a frota circulou completa – e depois disso começou a pandemia – 905 mil passageiros andaram de ônibus naquele dia. Atualmente apenas 55% deste total tem usado o transporte coletivo”, apontou. “E a gente mantém uma frota que possa atender até 65% do total de pessoas que circulou no dia 16 de março”, frisou.

Questionado sobre a fiscalização e cumprimento das medidas de segurança contra a Covid-19, Natanael reforçou que cabe a Semob fiscalizar. “O sindicato só organiza e orienta as empresas. Inclusive fomos nós quem doamos os coletes para as equipes de higienização”, esclareceu. O diretor indicou ainda que cada ônibus pode fazer até 15 viagens por dia, dependendo do tamanho do trajeto da linha. “São 106 finais de linha em Belém, em todas tem gente higienizando os ônibus”, afirmou.

RECOMENDAÇÕES

A médica infectologista Marília Brasil Xavier ressaltou que os ônibus são locais de elevado risco de contaminação por coronavírus. “Qualquer ambiente que gere aglomeração ou que tenha aglomeração aumenta os riscos”, pontua. A especialista recomenda que as pessoas passem álcool em gel nas mãos antes de subir e depois de descer dos ônibus. “É importante evitar de manipular o celular durante a viagem de ônibus e até passar a mão no rosto, na roupa. Quanto menos tocar em objetos, mais seguro é para a pessoa”, disse Xavier. “A pessoa toca em um corrimão contaminado do ônibus e depois pega o celular, ela acaba contaminando também o aparelho”, explicou. Por fim ela sugere que as pessoas procurem evitar os horários de pico nos coletivos. No caso dos trabalhadores, que tentem negociar entrar mais cedo ou um pouco mais tarde para não andar nos ônibus lotados.

Semob

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB) informa, em nota, que no decreto estão previstos o uso obrigatório de máscara nos coletivos, que devem andar sempre que possível com as janelas abertas e com no máximo 8 passageiros em pé. As fiscalizações são feitas nos principais corredores da cidade, onde há grande movimentação de usuários entrando nos coletivos. Ao todo, a SeMOB já emitiu cerca de 200 autuações às empresas que descumprem o decreto.

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