Desde o dia 18 de março, quando houve a confirmação do primeiro caso de coronavírus no estado do Pará, mais de 100 mil pessoas já foram infectadas pela Covid-19. A explosão no número de contaminados mudou a rotina de prestadores de serviços essenciais e fez com que a prevenção se tornasse um item obrigatório no dia a dia. O transporte de passageiros seguiu esta tendência, e, hoje, os usuários podem sentir a diferença.
O exemplo seguido por muitos é levado à risca pelo motorista de aplicativo José Vasconcelos, 62. Depois de oito dias internado por causa da Covid-19, e ter tido 50% do pulmão comprometido, ele decidiu ser rigoroso com os cuidados e hoje para entrar no carro dele, protocolos devem ser seguidos.
“Aqui eu faço o procedimento padrão. Quando o passageiro vai entrar, eu peço para colocar a máscara, passar álcool em gel, pergunto se já contraiu a doença, porque sei o quanto ela é violenta. Passei uma barra para me recuperar”, relembra. Todas as instruções devem ser seguidas. Quem não tem máscara, compra, mas não entra sem o acessório. “Meus cuidados são redobrados. Por isso resolvi vender máscaras por R$ 5,00 assim a pessoa não tem desculpa. Passei 30 dias sem rodar por causa disso e faço questão de adotar todas as medidas”, reforça.
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José e a esposa já contraíram a doença. Quem ainda não pegou tende a reforçar ainda mais a segurança. É o caso do motorista de aplicativo Diego Penha, que resolveu fazer uma adaptação no veículo, para evitar o contato, ainda que indireto, com o passageiro.
Ele instalou uma peça de acrílico entre os bancos da frente e de trás, moldada conforme o design dos bancos, com direito a espaço para a passagem de nota e tubulação de ar lançada diretamente no compartimento de trás. “Eu resolvi fazer essas adaptações por perceber que o vírus é muito perigoso. Como na minha casa ninguém contraiu, resolvi investir na minha segurança e na segurança do passageiro”.
O custo do aparato foi em torno de R$ 300,00. Além disso, avisos são fixados, alertando para o uso obrigatório da máscara. Diego garante que ninguém entra no carro se não obedecer aos critérios. “Algumas pessoas estranham pelo ineditismo, mas nunca perdi um passageiro. Ao contrário. Ganhei muitos particulares por causa disso. Outros parabenizam e dão cinco estrelas pelo meu cuidado”, diz.
PREOCUPAÇÃO
A preocupação pode parecer exagerada, mas é só fazer uma simples pergunta para entender o quão é importante manter os cuidados em dia. Na cooperativa de táxi em que o seu Wilson Miranda trabalha, dois colegas perderam a batalha contra a Covid-19. As perdas, somadas ao fato de não ter contraído, faz ele ser muito cuidadoso ao ponto de recusar corridas, caso seja necessário.
“Eu transporto pessoas. Acho que o cuidado vem de todos. Elas entram de máscara, passam álcool em gel. Eu sempre pergunto se a pessoa já teve. Se estiver, eu recuso a corrida. Tenho muito cuidado comigo e com minha família. São 35 anos nesta profissão e nunca vi nada parecido acontecer”, comenta. Enquanto a pandemia ainda faz vítimas, os cuidados devem ser redobrados, sobretudo quando as mortes deixam de ser exclusividade dos noticiários e passem a ser de vizinhos, parentes e amigos.
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