Todos os anos, os fiéis de Nossa Senhora de Nazaré aguardam ansiosamente a passagem da imagem peregrina pelas ruas de Ananindeua, sempre na sexta-feira que antecede a Trasladação e o Círio. Este ano, por conta da pandemia do novo coronavírus, o traslado não ocorrerá, o que tem levado muitos moradores a nutrir um sentimento de nostalgia.
Na avenida Cláudio Sanders, antiga Estrada do Maguari, a doméstica Celina Silva dos Santos, 75 anos, se emocionou ao lembrar da relação que tem com a Santa. “Minha mãe era muito católica e eu cresci nesta fé. Minhas filhas também são todas devotas de Nossa Senhora e todos os anos vejo a passagem. Quando a imagem vinha para a igreja, eu saía de casa de madrugada para assistir a missa na praça”. Este ano, ela pretende ir para a Basílica Santuário, próximo da residência da filha. “Quero ir à igreja e, de alguma forma, ter uma proximidade com Nossa Senhora”, acrescentou.
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A autônoma Íris Santos, 73 anos, moradora da Estrada do Providência, também relembrou os momentos de fé e a rotina anual que tinha com a santinha. “Costumo ir à igreja e assistir as missas com minhas filhas. Além disso, o arraial aqui no bairro também era algo que já fazia parte da nossa programação junto à família”. Segundo ela, este ano vai reunir os familiares para o almoço do Círio e assistir às missas em homenagem à Nossa Senhora.
Mesmo sem nunca ter pagado alguma promessa, o atendente de uma loja de artigos religiosos na Cidade Nova, Giovani Castro, 31, acredita que Nossa Senhora de Nazaré sempre concedeu graças à sua família. “Faço parte de uma paróquia e a minha proximidade com a Nossa Senhora é intensa aqui mesmo no trabalho. O administrador da loja é pároco da igreja e, como faço parte do grupo, geralmente, cobria férias de alguns funcionários. E agora, acabei conquistando o emprego”. Mesmo sem o traslado este ano, ele pretende acompanhar pela internet e pelos meios de comunicação a festividade do Círio e ressalta que, no local, as vendas seguem aumentando. “As pessoas buscam itens para presentear os amigos, como Livro da Peregrinação, terços, cartazes. O Círio é uma tradição que, mesmo diante da pandemia, ainda vive”.
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