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Palacete Pinho segue deteriorado e sem chances de revitalização

Um dos ícones históricos de uma Belém rica de outrora, o Palacete Pinho continua deteriorado, sem manutenção alguma e à espera de alguma benfeitoria da Prefeitura para voltar a ser belo e imponente.

Imagem ilustrativa da notícia Palacete Pinho segue deteriorado e sem chances de revitalização camera O descaso com o Palacete é latente, com boa parte de sua estrutura carente de manutenção. | Irene Almeida

Portões danificados, vidros das janelas quebrados e diversas infiltrações nas paredes. O estado atual do Palacete Pinho, registrado pela fotógrafa Irene Almeida, do DIÁRIO DO PARÁ, no dia três deste mês, nem de longe lembra a importância do espaço para a história e memória da capital que vem desde a final do século XIX e início do século XX, período do ciclo da borracha, e que recebeu diversos cantores e exposições que vinham da Europa até o palacete do Comendador José de Pinho e que, mesmo tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), padece com a falta de manutenção por parte do poder público municipal.

O local começou como um circuito privado das artes em Belém e tem como característica uma entrada italiana, no formato de “U”, que não é encontrado facilmente em Belém. Sua última grande reforma foi em 2011, ainda na gestão do então prefeito Duciomar Costa, mas ele nunca chegou a ser aberto para população nesta nova fase. De lá para cá, o Palacete Pinho permaneceu fechado e o estado de deterioração apenas avançou.

O professor e historiador, Michel Pinho, denuncia que a falta de gestão e cuidado com prédios históricos pode deixar a restauração do Palacete Pinho irreversível se nada for feito. “Existe uma possibilidade enorme do palacete ser utilizado, que vai desde a utilização museológica, com a criação de um museu para Belém ou espaço para exposição e dança. O que surpreende é a falta de gestão enorme da prefeitura para se colocar pelo menos um órgão administrativo que fique aberto à visitação pública. Se você não cuidar, a base do Palacete Pinho ficará toda deteriorada”, diz.

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Michel Pinho chegou a entrar no palacete no início do ano e fez imagens e vídeos denunciando a situação de abandono do local. “No início do ano gravei documentário para uma TV europeia e tive como documentar a parte de dentro. Em alguns lugares é impressionante a deterioração do ambiente. Falta fiação elétrica, não tem lâmpadas, o forro já está caindo, incluindo a parte de reforma dos últimos dez anos. Ou seja, todo o trabalho feito nos últimos dez anos foi por água abaixo”, lamenta.

Luiz Braga é um reconhecido fotógrafo paraense e teve a oportunidade, ainda na década de 70, de fazer imagens do Palacete Pinho às vésperas da saída da família do local, que colocou a casa a venda. Desde aquele tempo, segundo ele, o local já passava por um processo inicial de abandono. Com o prédio passando por diversos donos ao longo dos anos até ficar sob a responsabilidade da Prefeitura de Belém. Ele aproveitou a oportunidade que teve de entrar no Palacete Pinho e fazer fotografias que até hoje repercutem, participando inclusive de exposições. “Eu me recordo que na década de 70 eu vim para fazer algumas imagens de um leilão com alguns itens que pertenciam à família que estava de saída de Belém. Lembro de muitos objetos jogados pela casa e me lembro de ter feito até mesmo, no salão principal, a imagem do um quadro de uma mulher, possivelmente uma das donas, que estava jogado no local”, declarou.

Riqueza cultural impressiona. Descaso mais ainda.

O descaso com a memória da cidade, culminando com a falta de restauro dos prédios históricos, é algo que entristece Luiz Braga devido os resquícios de um período da cidade estar se perdendo aos poucos. “Eu sempre gostei muito de fazer imagens da arquitetura da cidade e fico triste com esta situação. Nossa cidade respira história. Eu tenho a impressão de que somos tão ricos em memória que a cidade se dá ao luxo de abandonar parte dessa memória. Sem prestar qualquer tipo de cuidado. Muitas cidades do Brasil adorariam ter essa riqueza cultural de Belém e não possuem”, completou.

E esta falta de zelo com prédios históricos pode ser resumida em duas situações, segundo o historiador Michel Pinho: negligência e falta de capacidade administrativa. “Nós não podemos entender que haja uma seletividade em relação ao patrimônio que a prefeitura cuida. Isso mostra a falta de capacidade administrativa em utilizar um bem para gerar renda. Poderia ser um bem para gerar renda a sociedade como um todo potencializando o turismo da região”, finalizou.

Palacete Pinho segue deteriorado e sem chances de revitalização
📷 |Irene Almeida
Palacete Pinho segue deteriorado e sem chances de revitalização
📷 |Irene Almeida
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