Projeto une tênis e educação no incentivo ao desenvolvimento social no Pará

Em 2010, os professores de tênis e irmãos Mauro e Márcio Rodrigues criaram uma iniciativa com o propósito de proporcionar inclusão social com a modalidade a crianças, jovens e famílias de baixa renda da periferia de Belém. O projeto cresceu, se transformou no Instituto MM Tênis e alcançou também municípios do interior do estado, popularizando o esporte e provando que o tênis não é destinado apenas para a elite econômica, como em geral é visto.

“A gente sempre promovia torneios em condomínios e clubes. Quando esses campeonatos se encerravam, sobrava muita coisa, comidas, frutas, resto de premiação. Aí, começamos a parar em bairros da periferia de Belém, localidades na Marambaia, Canudos, Terra Firme, Marco e Benguí. Armamos uma redinha, e começamos a ensinar crianças daquela comunidade. Nisso, a gente entregava tênis, roupas, algumas doações, brinquedos, o que tínhamos. Surgiram muitas crianças, de vários bairros, e assim, o projeto surgiu, ganhou visibilidade, reconhecimento e estamos crescendo.”, conta Mauro, um dos fundadores do projeto.

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Uma publicação compartilhada por MM Tênis (@institutommtenis) em 9 de Jun, 2020 às 5:25 PDT

Durante a pandemia, o instituto teve que suspender suas atividades para assegurar a saúde de todos os envolvidos, sobretudo as crianças. No entanto, eles não ficaram parados. As ações continuaram para promover assistência às famílias e jovens das comunidades atendidas pela iniciativa.

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“Contando com a parceria de professores Carlay, Felipe, Diogo, Lucas, Marco, Geraldo, amigos e empresários, o projeto fez doações de mais de 400 cestas básicas. Estamos com as atividades suspensas porque corre risco de contaminar a criançada, suas famílias, enfim. Achamos melhor ter essa pausa, mas estamos ajudando essas famílias, dentro do possível. Torcemos para que isso tudo passe, pois iremos começar a voltar. Hoje, nesta pandemia, já prestamos assistência à 553 famílias entregando cestas”, afirma Mauro Rodrigues.

O instituto hoje marca presença em municípios e outras regiões do Pará, como: Acará, São Caetano de Odivelas, Soure, Castanhal, Mosqueiro e Santo Antônio do Tauá. Também já possuem uma sede, que ainda conta com uma biblioteca para os jovens e famílias que participam do projeto.

“Há mais de seis anos nós levamos material escolar, doamos para os jovens por onde passamos. Também recebemos doações de alunos, empresários, professores, que nos dão livros. Um grande amigo que nos ajudou agora, foi a faculdade FAAM, eles nos deram vários livros. Chegou um momento que não tínhamos um lugar apropriado para guardar esses objetos. Através da Associação dos Moradores do Conjunto Médici, conseguimos um espaço que estava abandonado. Organizamos um mutirão, colocamos a mão na massa, junto a outros professores, pagamos alguns funcionários do nosso próprio bolso e, em cinco dias inauguramos a sede e biblioteca”, relata Mauro.

ESPORTE E EDUCAÇÃO

A sede social e a biblioteca estão localizadas no bairro da Marambaia, entre Rua da Mata e Rua do Outeiro. O espaço funcionará todos os dias, pela manhã e à tarde, após o fim da pandemia, com a retomada das atividades. A ideia do projeto é cadastrar todas as crianças participantes, com uma carteirinha para todos. Mediante isso, basta apresentar a carteira, solicitar o livro que deseja e, pode levar para a casa, além de devolver quando finalizar a leitura.

O projeto ainda almeja levar os livros da biblioteca para outros municípios e, talvez, montar outro polo do projeto no interior do estado, em alguma área carente.

A ação viabiliza o melhor cenário possível a essa juventude, oferecendo uma chance de mudança e transformação de vida, vislumbrando novos horizontes e caminhos para a formação de um cidadão, lançando mão do esporte, e agora também com os livros, duas ferramentas fundamentais, eficazes na questão da evolução de aspectos como: caráter e a construção da personalidade. Aliás, foi o que genuinamente transformou e definiu os próprios fundadores do instituto.

“É muito importante, além de promover o esporte, levar também um pouco de conhecimento, pela leitura, que possa ajudar no futuro, abrindo portas para esses jovens. É essencial para uma boa formação profissional e crescer na vida, até porque a gente sabe que no nosso país, muitas crianças não têm acesso a uma educação digna, enfrentam muitas dificuldades para conseguir um livro e estudar. Nós sabemos dessa realidade e, por isso pensamos em montar a biblioteca. Também sou muito grato ao tênis, que me deu tudo o que tenho hoje, meu irmão é professor, assim como eu, meu cunhado também ministra aulas da modalidade, a nossa família vive desse esporte, comecei como boleiro, hoje sou professor", acrescentou Mauro.

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A nova sede do Instituto MM Tênis agora conta com uma biblioteca para incetivar as crianças à leitura, unindo o esporte e a educação. Agradecemos primeiramente à Deus e também aos nossos amigos e colaboradores. #tenis #educação #esporte #leitura

Uma publicação compartilhada por MM Tênis (@institutommtenis) em 5 de Jun, 2020 às 3:06 PDT

FUTURO

Embora seja o momento de celebrar as metas alcançadas, ainda estamos vivendo um período muito delicado. Neste contexto, o Instituto MM Tênis ainda almeja realizar mais sonhos, como a construção de quadras de tênis para a realização de torneios e treinos e também outras ações sociais, como atendimento médico, dentário e doação de roupas e matérias, entre outras.

O projeto está ganhando força e também conta com a ajuda de empresários e colaboradores como: Amaral Costa, EF Cardoso, Postos B e G, que ajuda no combustível para as viagens, transportes Barata e Água Prata. Mesmo assim, os apoios não são suficientes. A iniciativa é exclusivamente voltada ao trabalho social, sem fins lucrativos ou qualquer relação com entidades governamentais, organizações particulares ou federações.

Quem puder ajudar o instituto, colaborando com as ações, pode entrar em contato com Mauro Rodrigues pelo número (91) 9 8253-2180 ou também pelo perfil do instituto no Instagram.

Texto especial para o DOL de Celso Junior. Edição de Enderson Oliveira, coordenador de conteúdo no DOL.