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TORNEIO DAS MULTIDÕES

Paraenses se destacam no Amazonas e relatam desafios durante pandemia

A pandemia de Covid-19 paralisou praticamente todos os eventos esportivos no mundo. Esta realidade também atingiu um dos maiores campeonatos de futsal da Amazônia, a Copa Alvorada de Futsal (CAF 2020), sediada em Parintins, Amazonas, distante pouco mais d

Imagem ilustrativa da notícia Paraenses se destacam no Amazonas e relatam desafios durante pandemia camera Times do Pará e do Amazonas rivalizam na Copa Alvorada e atraem multidões aos ginásios | Arleison Cruz

A pandemia de Covid-19 paralisou praticamente todos os eventos esportivos no mundo. Esta realidade também atingiu um dos maiores campeonatos de futsal da Amazônia, a Copa Alvorada de Futsal (CAF 2020), sediada em Parintins, Amazonas, distante pouco mais de 200 km de Santarém.

A competição possui 16 equipes masculinas e 9 femininas. Ao todo, sete cidades competem pelo título, que ultrapassa as fronteiras do Amazonas: Terra Santa, Juruti e Faro são os representantes do Pará.

A CAF é disputada principalmente por times da região do Baixo Amazonas.
📷 A CAF é disputada principalmente por times da região do Baixo Amazonas. |Emerson Coe/ DOL

O campeonato conta com a participação de inúmeros atletas, mas o destaque fica para os jogadores paraenses, que a cada ano são maioria nos times de maior investimento. Com a pandemia, no entanto, o esporte, que é a principal fonte de renda de muitos, está sendo prejudicado. Resta aos boleiros buscarem outras alternativas para não ficarem parados.

Um deles é o arqueiro Beto Lopes, natural de Belém, considerado um dos melhores atletas da posição na Região Norte. Em 2019, o multicampeão levantou a taça em Parintins, atuando com outras feras do salonismo da capital paraense, de Bragança e de Santarém. Em 2020, Beto estava defendendo o Perebas Esporte Clube, de Parintins, mas teve que retornar ao estado de origem e segue com a vida profissional indefinida.

Paraenses se destacam no Amazonas e relatam desafios durante pandemia
📷 |Emerson Coe/DOL

“Eu vivo do futsal, é de onde tiro o meu sustento. Então, com essa pandemia, as competições que estavam em andamento pararam. Nesse momento só nos resta pedir a Deus para que as coisas voltem ao normal o mais breve possível”, desabafa o goleiro.

Uma das dificuldades encontradas pelo goleiro é a necessidade de realizar treinos específicos, como de agilidade, tempo de reação, entre outros. Além disso, ele segue em casa tentando administrar da melhor forma a parte financeira. “A forma de nos mantermos é evitando gastar dinheiro com coisas supérfluas, direcionar os gastos para as coisas necessárias do nosso dia a dia, pois a cada mês que passa sabemos que as coisas vão ficando mais difíceis”, sintetiza.

Paraenses se destacam no Amazonas e relatam desafios durante pandemia
📷 |Emerson Coe/DOL

Outro craque paraense que brilha nas quadras do Amazonas é Kabinho. Natural de Bragança, o atleta é um dos mais respeitados pelos diretores e torcedores dos times da região do Baixo Amazonas. Ao longo dos anos ele já foi campeão Paraense, bicampeão da Liga Norte, tetracampeão da Semana da Pátria em Bragança, entre outros títulos, além de jogar em diversas equipes do Pará como Clube do Remo, Esmac, Tubarão VTX e outros. Em Parintins, Kabinho atuava no Esporte Clube Navio Parintins. É tetracampeão da CAF e atualmente segue treinando em casa.

O atleta, que atua como fixo, possuía um calendário de competições em várias cidades até 20 de dezembro. No entanto, com o aumento dos casos do novo Coronavírus, ainda não sabe quando vai poder voltar às quadras.

Ídolo: o paraense Kabinho (vibrando) é um dos destaques do torneio no Amazonas.
📷 Ídolo: o paraense Kabinho (vibrando) é um dos destaques do torneio no Amazonas. |Arleison Cruz

“Estou fazendo uns treinos em casa, pois aqui (Bragança) já foram confirmados mais de 60 casos. Então, não dá para brincar com isso. Sempre falo para meus amigos que jogam futsal que é bom ter uma renda extra, para quando acontecer esse tipo de situação o atleta já saber como agir”, destaca Kabinho.

PARÁ EXPORTAÇÃO

Na CAF, a procura por atletas do Pará cresce a cada ano. O presidente do Perebas-AM, Nicson Reis, explica que a experiência em competições de alto nível é o diferencial. “Se hoje formos analisar, no Pará estão os atletas mais rodados, com experiência em competições de alto nível. Hoje em dia não é fácil ganhar uma CAF, por isso devemos trabalhar para buscarmos os melhores atletas”, conta o diretor. Antes da competição ser paralisada, o elenco do Perebas contava com 7 jogadores papa-chibé, além do treinador Dedé do Pará.

Ginásios lotados são comuns durante a CAF, disputada no Baixo Amazonas.
📷 Ginásios lotados são comuns durante a CAF, disputada no Baixo Amazonas. |Renan Mota

Outra equipe que fez alto investimento foi o Navio Parintins, atual campeão (assista a final entre a equipe amazonense e Terra Santa-PA clicando aqui). Ao todo, oito atletas paraenses foram contratados para buscar o bicampeonato. Nas redes sociais, equipes de Nhamundá-AM e Terra Santa-PA já haviam divulgado a contratação de mais atletas da região metropolitana de Belém. Contudo, devido a pandemia do Covid-19, os mesmos nem chegaram a embarcar.

Para o torcedor parintinense Leildo Rodrigues, contratar atletas de outros estados é uma necessidade para quem deseja erguer a taça de campeão. “Nas últimas edições os times que só trazem atletas do Amazonas dificilmente conseguem ser campeões. Os paraenses são outro nível. Eles têm uma habilidade diferenciada, existe mais raça. Em quadra eles já demostram um grande entrosamento, exemplo é quando Kabinho, Diego Belém e Muller estão jogando. É garantia de vitória”, conta entusiasmado.

Lembra dele? Ex-Remo e Tuna, Barata (centro) foi um dos destaques de Terra Santa, campeã em 2018 e vice em 2019.
📷 Lembra dele? Ex-Remo e Tuna, Barata (centro) foi um dos destaques de Terra Santa, campeã em 2018 e vice em 2019. |Niash dos Anjos

CONSTELAÇÃO PARAENSE

Durante o período de competição, que é realizada entre fevereiro e abril, os atletas são bastante “tietados” pelos torcedores. Em cada jogo, diversos fãs pedem autógrafos, fotos e camisas. Além disso, os mesmos são alocados em hoteis, chácaras e até em casas de diretores. A estrutura é elogiada pelos boleiros.

Kabinho, que na edição passada foi eleito o melhor atleta da competição, conta que gostou do acolhimento dos torcedores amazonenses. “A torcida do Navio é maravilhosa. Eles me acolheram de uma forma surpreendente, quando eu entro no ginásio com o uniforme do time é uma sensação incrível”, revela o jogador.

A CAF também é marcada pelo acirrado torneio feminino.
📷 A CAF também é marcada pelo acirrado torneio feminino. |Renan Mota

Segundo diretores que não quiseram se identificar, a média salarial dos principais atletas das equipes mais tradicionais varia de entre R$4 mil a R$12 mil, fora o famoso 'bicho'. Em compensação, há também outra dura realidade: boleiros que jogam em equipes de menor poder aquisitivo recebem pagamentos de no máximo R$2 mil. Em muitos casos, jogam até por uma cesta básica quinzenal. Um atleta amazonense chegou a informar que joga por diversão, não recebendo nada para disputar os jogos.

Nas quadras do Amazonas também atuam boleiros que brilharam com a camisa da Seleção Brasileira de Futsal. É o caso de Diego Belém, atleta que já vestiu a amarelinha. Belém é ídolo do Minas Futsal, equipe que disputa a Liga Nacional. Além dele, outro destaque é Silvinho Bragança, atleta que atua como ala e foi artilheiro da edição passada com sete gols.

Paraenses se destacam no Amazonas e relatam desafios durante pandemia
📷 |Emerson Coe/DOL

O santareno Johnnathan, do Navio Parintins, foi um dos primeiros atletas paraenses de renome a jogar a CAF. Ele compete desde meados de 2010. Outros desportistas são: Barata, Artur Jr, Neto Mocajuba, Neguinho Belém, Muller, Juninho Play, Salomão Gonçalves, Samuel Parazinho, Mosca, Lucão, Bruno Rato, Eder, Lazoba, Cassiá, Rafinha, Wagner Bieco, Netinho, todos oriundos do Pará.

Beto Lopes, que tem passagem pelo futsal europeu, destaca o nível do torneio e a organização em Parintins. “A estrutura que os clubes dão é a melhor possível. Nós ficamos com a cabeça tranquila para treinar e se preparar para os jogos. O nível de estrutura que eles oferecem não deixa a desejar a nenhum outro lugar do Brasil”, finaliza o jogador.

Reportagem de Niash dos Anjos, direto de Parintins-AM, especial para o DOL e para o caderno Bola, do Diário do Pará.

Edição de Enderson Oliveira, um dos coordenadores de conteúdo no DOL.

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