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Chacina em Pau-D'Arco: uma semana sem respostas

Há exatamente uma semana, o Pará foi palco da segunda maior chacina no campo da história do país, quando 10 trabalhadores rurais foram mortos durante uma ação policial no município de Pau-D'Arco, sudeste do Estado. Sete dias depois, o sentimento sobre o c

Há exatamente uma semana, o Pará foi palco da segunda maior chacina no campo da história do país, quando 10 trabalhadores rurais foram mortos durante uma ação policial no município de Pau-D'Arco, sudeste do Estado. Sete dias depois, o sentimento sobre o caso ainda é de revolta e incerteza sobre os detalhes do ocorrido. Entretanto, para movimentos sociais, parlamentares e diversas entidades, o incidente é envolto em uma certeza: a necessidade de investigação aprofundada e justiça.

O caso ocorreu quando policias militares foram cumprir mandados judiciais na fazenda Santa Lúcia, na zona rural do município. Na época, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) afirmou que os policiais foram recebidos a tiros e que 10 suspeitos foram mortos na troca de tiros. A versão, entretanto, foi contestada por diversas entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e deputados estaduais.

"Cada vez mais cai por terra esse discurso inicial do Governo, pois já nessa primeira semana é possível ver que nada sustenta a ideia de confronto. O que houve lá foi chacina, e de responsabilidade do Governo do Estado", disse ao DOL Ulisses Manaças, coordenador do MST no Pará. "As investigações sobre o caso estão ocorrendo, grupos têm feito o que é preciso, e consideramos isso um avanço. Mas ainda é preciso apurar muito o caso".

Diversos grupos afirmam que a ação dos policiais foi realizada de forma premeditada, apontando indícios da ação duvidosa dos policiais no caso. Um relatório da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará apurou que alguns tiros foram dados à queima-roupa na altura do coração de algumas vítimas e pelas costas, reforçando a tese de chacina.

A OAB também havia questionado a versão oficial do governo, pedindo o afastamento dos policiais envolvidos para a investigação do ocorrido. Um relatório dos Ministérios Públicos Estadual e Federal também relata que uma das testemunhas afirmou que os policiais chegaram de surpresa, atirando e dando gritos de comemoração.

Outra questão que levantou questionamento sobre as circunstâncias em que ocorreram as mortes foi a adulteração do local do crime pelos próprios policiais envolvidos, que retiraram os corpos das vítimas do local antes da chegada dos peritos. "Temos muita preocupação ainda sobre a investigação, que pode não estar sendo feita com a isenção necessária. Por isso, nós e outros movimentos estamos pedindo a federalização do caso, para que tudo fique a cargo da Polícia Federal", continuou Ulisses.

Para ele, a principal preocupação é que o massacre seja marcado pela impunidade. "O caso se assemelha muito com o Massacre de Eldorado dos Carajás, quando os executores formam absolvidos por falta de provas. Estamos lutando para que a impunidade não prevaleça novamente neste caso, que jogou o nome do Pará na lama mais uma vez.

Membros de diversos movimentos sociais deverão realizar uma vigília na tarde de hoje, em frente ao Tribunal de Justiça do Pará, na avenida Almirante Barroso, para exigir a apuração das mortes. "Vamos cobrar a responsabilização do Governo, pois é um absurdo o Jatene não se pronunciar até o momento, já que a polícia agiu sob sua ordem, e também o julgamento do caso, pois o judiciários sempre deixa os processos de crime no campo de lado", completou Ulisses. "As vítimas eram trabalhadores, e mesmo se haviam cometido crimes, deveriam pagar na Justiça, e não com as vidas".

(DOL)

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