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EXPECTATIVA

Especialistas explicam como será 2021 para os paraenses

Diante de um 2020 marcado pela pandemia e pelas eleições municipais, quais são as perspectivas para o próximo ano?

Imagem ilustrativa da notícia Especialistas explicam como será 2021 para os paraenses camera Vacinação no Reino Unido | Reprodução

As primeiras horas do dia 1º de janeiro guardam o recomeço de mais um período de 365 dias, em que tradicionalmente as expectativas a respeito dos mais variados aspectos da vida são renovadas. Diante de um ano de 2020 marcado por um cenário de incertezas sem precedentes para a geração atual, a espera por 2021 vem acompanhada ainda por muitos questionamentos. Como será o ano que está por vir? Que perspectivas 2021 reserva aos paraenses?

Se em anos anteriores os pedidos por saúde já figuravam entre os anseios de parte da população, em 2020 o pedido ganhou um significado ainda maior e associado à noção de coletividade. Em meio à intensa dedicação de profissionais de saúde, pesquisadores e instituições em busca de medidas de prevenção eficazes contra a Covid-19, o ano de 2021 é, sem dúvida, o da expectativa pela vacinação, mas que também demandará a manutenção de ensinamentos importantes apreendidos no ano que se encerra.

A médica infectologista Deborah Crespo lembra que a vacinação de uma população distribuída por um território de dimensões continentais, como é o do Brasil, demanda uma logística importante e todo um processo para que se concretize. Nesse sentido, em 2021 a população precisará manter ainda por um período a perspectiva de manutenção de cuidados importantes. “Todo o processo de imunização tem etapas, etapas para a produção da vacina, da logística de acesso para que a população realmente possa ser imunizada”, esclarece. “É muito importante neste momento que a gente possa respeitar essa fase até a gente ter de fato a vacina e ela não será um processo instantâneo”.

Ainda que incômodo, o uso da máscara, do álcool em gel e a adoção das medidas de distanciamento social ainda precisarão fazer parte da rotina da população em 2021, com a vantagem de que, no novo ano, a população já conhece tais cuidados, já conviveu com ele ao longo de 2020. Tanto quanto no ano em que o novo coronavírus foi registrado no país, o ano que virá também precisará contar com o senso de responsabilidade de todos.

“Todo mundo quer realmente chegar ao momento de não termos mais que usar a máscara, sem dúvida nenhuma, mas a máscara e a manutenção da higiene pessoal ainda são os métodos mais seguros que temos à mão no momento”, reforça Deborah Crespo.

VACINA

“A vacina chegou de uma forma tão inovadora e numa velocidade tão grande que provavelmente trará, de fato, o que a gente chama de final da pandemia. Mas é importante que as pessoas lembrem, não é o final do vírus. Temos inúmeras doenças infectocontagiosas que têm vacina, e que continuam circulando no nosso meio”.

A infectologista aponta que, como todo e qualquer vírus, já está sendo evidenciado que o novo coronavírus sofre transformações, mutações que vão, naturalmente, demandar novas vacinas futuras, a exemplo do que se observa em outras infecções respiratórias, como a campanha anual de vacinação contra o H1N1.

“Isso também é o que a gente projeta para o futuro em relação ao coronavírus. As pessoas têm que entender que o que vai acabar é o estado de pandemia, não o vírus. O vírus vai continuar circulando e sendo uma possível ameaça para aquelas pessoas que têm um risco maior de uma evolução mais severa”. Se a demanda por responsabilidade com a saúde do próximo deve marcar o ano de 2021, o ideal é manter os cuidados desde as primeiras horas. No cenário atual de confraternizações de final de ano, o respeito às medidas sanitárias é ainda mais demandado.

“Temos visto muito o relaxamento das pessoas no uso da máscara, na aglomeração de ambientes. A gente entende as necessidades sociais, psíquicas, econômicas, o país e o mundo todo anseiam pela retomada de um fluxo mais próximo do que é o nosso normal, mas não podemos esquecer a responsabilidade que todos nós temos sobre aquelas pessoas que podem contrair e que podem evoluir de uma forma ruim”, destaca.

TRANSFORMAÇÃO

Apesar do ano difícil, Deborah lembra que 2020 levou a sociedade a uma transformação, que evidenciou a importância do olhar para a saúde, para a família, do calor humano, do abraço, além da urgência pelo respeito e solidariedade às famílias que, infelizmente, perderam entes neste ano. A expectativa é que tais transformações alcançados possam perdurar por 2021.

“Assim como muda o calendário, a gente tem a sensação de começar uma nova trajetória, então é um momento de balanço, de olhar para o lado que realmente foi difícil, foi árduo, mas no sentido de extrair uma mensagem de crescimento”, considera. “Não foi fácil para ninguém, mas a união dos países, da ciência, da medicina, da saúde tem dado essa grande contribuição para que a gente possa hoje poder falar de uma vacina. Estamos podendo olhar esse horizonte muito mais perto, mas não vamos conseguir vacinar em um mês, nem que a gente tivesse todas as doses disponíveis, temos que entender que é um processo”.

DESAFIOS NA EDUCAÇÃO

Os efeitos das transformações ocasionadas em 2020 também devem acompanhar a rotina dos paraenses em 2021 na perspectiva de outra área muito impactada com a chegada da pandemia, a da educação. Diante de uma realidade de maior presença da tecnologia nas relações de ensino e aprendizagem em 2020, a perspectiva apontada pela doutora em Educação em Ciências e Matemática e professora da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Edina Fialho Machado, é de que tal relação permaneça.

Edina Fialho Machado, doutora em Educação em Ciências e Matemática e professora da Universidade do Estado do Pará (UEPA)
📷 Edina Fialho Machado, doutora em Educação em Ciências e Matemática e professora da Universidade do Estado do Pará (UEPA) |Divulgação

“Assim como fazem parte de nossa vida em outras atividades, as tecnologias de informática vieram para ficar e já se incorporaram nos processos ensino-aprendizagem desenvolvidos nas escolas e virtualmente”, considera. Ainda que tal incorporação seja uma realidade, a professora e pesquisadora avalia que os bons resultados possíveis dependem de alguns aspectos, dentre eles a formação dos professores.

“Não basta ter todos os recursos disponíveis e não saber usá-los adequadamente, o que não significa apenas saber ligar e manusear um recurso sem sentido e nem significado na aprendizagem do aluno, porque a sua utilização só terá sentido, se o professor souber extrair dele aquilo que poderá gerar mais um diferencial, uma qualidade social e pedagógica para a seus alunos, do contrário, será apenas uma tecnologia sem metodologia e muito menos pedagogia”.

As necessidades demandadas de forma tão imediata pelas transformações impostas pela pandemia acabaram por evidenciar, na avaliação de Edina Fialho Machado, a urgência do cuidado com a formação permanente e com a autoformação profissional e acadêmica, frente a mudanças que são permanentes no mundo do trabalho, onde as relações também mudaram. Porém, não apenas ele. Para a educadora, também emergiram urgências em relação à maior atenção ao cuidado com a saúde física, mental, espiritual, afetiva e emocional dos profissionais da educação e à necessidade de maior valorização desses profissionais em diferentes formas.

“Na condição de educadora e de ser humano, eu acredito que assim como as crises, como esta gerada pela pandemia, podem gerar graves problemas, elas também podem provocar mudanças significativas e nos ensinar grandes lições, porque a história como uma grande mestra que é, muito tem nos ensinado ao longa da vida e na luta pela sobrevivência”.

ENEM

Dentre as muitas lições levadas para 2021, a professora reforça os desafios que ainda deverão ser enfrentados, como a necessidade da presença corpórea e de aproximação entre alunos e professores e entre as crianças em si para o seu desenvolvimento integral, “por tratar-se de um ato educativo que envolve a pessoa em todas as suas dimensões: racionalidade, afetividade, intelectualidade, sociabilidade, corporeidade, emoções e espiritualidade”. No ensino médio, segundo Edina Fialho Machado, um grande problema é a terminalidade do curso que permite aos alunos das redes públicas e privadas prestarem os exames do Enem, meio de ingresso nas universidades, sem deixar de considerar que os alunos das escolas públicas têm mais dificuldades nesse processo diante do tempo em que permaneceram sem aulas presenciais e também virtuais.

IMPACTOS

Na educação superior, a professora aponta que tais problemas se repetem nas mesmas e em outras proporções, considerando também a necessidade de os graduandos receberem os diplomas que lhes permitem o acesso à profissionalização e ao mundo do trabalho, o que, em muitos casos, acabou sendo adiado em decorrência da adequação do calendário letivo.

“Infelizmente no ano civil e letivo de 2021 ainda enfrentaremos sérios desafios e grandes problemas em todos os campos da vida, entre eles a educação continuará sendo fortemente afetada, mais particularmente a educação formal em seu processo de ensino-aprendizagem desenvolvido nos ambientes escolares em todos os níveis de ensino”.

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