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GESTÃO

Zenaldo entrega uma Belém cheia de projetos inacabados

Projetos em áreas como as de saneamento, mobilidade e saúde não foram concluídos e alguns nem chegaram a ser iniciados. Veja alguns deles

Imagem ilustrativa da notícia Zenaldo entrega uma Belém cheia de projetos inacabados camera Zenaldo termina seu mandato deixando a desejar em várias áreas | Olga Leiria/Arquivo

Às vésperas do segundo turno das Eleições Municipais 2020, 29 de novembro, uma pesquisa eleitoral apontou reprovação de 65% dos entrevistados à administração do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), que deixa o Palácio Antônio Lemos no dia 31 de dezembro, após dois mandatos consecutivos e oito anos à frente da Prefeitura Municipal de Belém (PMB).

Analisando os planos de Governo do tucano apresentados nos pleitos de 2012 e 2016, é possível relacionar a insatisfação da população com a quantidade significativa de compromissos que ficaram esquecidos; e que ou não foram cumpridos, ou foram cumpridos de forma parcial, insuficiente. A situação sugere que, em 1º de janeiro, o novo prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL), além de muitos problemas emergenciais a resolver, herda ainda uma enorme expectativa por parte dos belenenses de uma gestão mais estratégica, presente e, principalmente, resolutiva.

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Muita gente lembra do eixo ‘3S’ - saúde, saneamento e segurança pública - que norteou as duas campanhas vencedoras de Zenaldo. Mas as construções de um pronto socorro em Icoaraci e de um pronto socorro infantil e centro de diagnóstico pediátrico, citadas como promessas para o primeiro mandato, nunca sairam do papel. Após alertas do Corpo de Bombeiros dos riscos de curto circuito que teriam sido ignorados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), o Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, o PSM da 14 de Março, principal da capital paraense, pegou fogo em junho de 2015, e ficou fechado para reparos até março do ano seguinte. A segunda opção, no caso o PSM do Guamá, passou um ano e sete meses fechado para reforma, entre 2018 e 2020.

BRT funciona de forma precária
📷 BRT funciona de forma precária |Wagner Almeida
Alagamento em Belém
📷 Alagamento em Belém |Fernando Araújo

Foi preciso o Ministério Público questionar mais de uma vez a demora da entrega das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) dos bairros da Sacramenta, Marambaia, Terra Firme e Jurunas. Em algumas, as obras atrasaram e até pararam por meses e anos, enquanto Coutinho responsabilizava o Governo Federal pelo atraso no repasse dos recursos.

Com relação ao S de saneamento, a macrodrenagem do Tucunduba ficou pendente e foi assumida ainda no ano passado pelo Governo do Estado, sendo que as obras estão em andamento. A revisão da macrodrenagem da bacia do Una também não foi feita. De 2018 até os dias atuais, Belém vem sofrendo como nunca os efeitos das chuvas e consequentes alagamentos que afetam boa parte da cidade, a ponto de a população entrar em estado de alerta quasetoda vez que o tempo fecha.

Tanto em 2012 como em 2016, Coutinho vendeu ao eleitorado a ideia de que ter prefeito e governador, no caso, Simão Jatene (PSDB), aliados e do mesmo partido trariam muitos ganhos a Belém. Um dos vereadores que compõe a oposição ao prefeito na Câmara Municipal de Belém (CMB), Fernando Carneiro (PSOL) afirma que tudo isso não passou de promessa de campanha.

“Zenaldo deixa Belém como um dos piores prefeitos que a cidade já teve, lamentavelmente, apesar de todas as condições favoráveis que ele teve, de boas relações com o Governo do Estado, com as instituições públicas. Ele não conseguiu deixar nenhuma marca na capital, a não ser a marca do abandono”.

Cadê a revitalizaçãodo Ver-o-Peso?

O que deveria ter sido a grande obra de sua gestão, a revitalização do mercado do Ver-o-Peso, anunciada em 2016, durante o aniversário de 400 anos de Belém, acabou nunca saindo de fato. Ele se disse impedido por uma série de mudanças impostas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e por alguns setores de permissionários.

Em julho do ano passado, apresentou ao Ministério Público Federal (MPF) um documento informando que investiria R$ 6 milhões em uma obra emergencial na feira, para a troca das lonas da cobertura, reforma do piso e uma completa revisão do sistema elétrico do local. A Prefeitura chegou a levantar um muro nos fundos das barracas, impedindo a ventilação e a visão do rio. O próprio Iphan embargou a intervenção. Em junho, a nova lona não aguentou uma chuva um pouco mais forte.

“O nosso símbolo maior cercado de abandono”, lamenta Carneiro. “Ele fez uma maquiagem, agora aos 47 do segundo tempo, mas que só causou mais revolta, tanto na população quanto nos feirantes. Infelizmente vai ser mais uma obra que o futuro prefeito vai ter que fazer, porque Zenaldo não fez. Assim como também não deu nem uma solução para o tratamento dos resíduos sólidos, simplesmente foi empurrando com a barriga. Disse que compraria ou construiria um novo pronto-socorro, mas só fez a reforma dos dois, e inclusive com verbas da própria bancada federal. Não deixa nenhuma marca positiva, não vai deixar saudades”, confirma o vereador.

Um dos maiores gargalos da administração municipal, as condições dos belenenses de transitar, seja a caminho do trabalho ou de casa, seguem precárias, em especial para os dependentes do transporte público. Promessas como a implementação do BRT corredor Centenário, porto de Mosqueiro e ciclovias para o acesso ao distrito de Icoaraci não se tornaram realidade. O próprio BRT no trecho São Brás-Icoaraci, na verdade funciona na prática apenas como um corredor expresso, pois não há informatização do sistema ou integração de linhas.

EDUCAÇÃO

Na área da Educação constam como cumpridos os compromissos de reformas de 17 escolas e ampliação da oferta de vagas para educação integral, infantil e fundamental, bem como a climatização de salas de aula e construção de quadras esportivas nas escolas. No entanto, em relação às vagas de tempo integral, a promessa feita falava em dobrar a oferta, o que não se concretizou.

No setor econômico, não saiu do papel a revitalização do centro comercial de Belém, onde inclusive houve uma recente polêmica relacionada ao asfaltamento da avenida João Alfredo, condenado por historiadores e especialistas em patrimônio histórico. A criação de um grande mercado no bairro da Terra Firme também ficou só no plano de Governo.

Críticas

Também do PSOL, a vereadora Nazaré Lima, que está concluindo o mandato e não foi reeleita, mas substituirá Vivi Reis, que nem assume na CMB para ocupar a vaga de Edmilson Rodrigues na Câmara Federal, diz que se preocupa com a cidade que o novo prefeito irá receber.

“Digo isso por conta da caixa preta com a qual ele vai se deparar assim que iniciar o seu governo, já que o atual ‘prefeito’ se recusa a fazer uma transição transparente, com a oferta responsável dos dados administrativos e financeiros indispensáveis ao início da nova gestão em Belém. Estarei ao seu lado e vigilante na fiscalização do desgoverno que sai agora, ficando atenta às necessidades do povo de Belém por meio da apresentação de projetos que visem resgatar a melhoria das condições de vida, da cidadania, especialmente, nas questões sociais, de educação e saúde totalmente desprezadas nesses últimos oito anos”,justifica a parlamentar.

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