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COMPORTAMENTO

Em um ano pandêmico o Natal se tornou mais do que nunca o renascimento em família

A pandemia do coronavírus mudou a rotina das famílias e até a celebração do aniversário de Jesus será diferente, mais intimista e com cuidados, mas cheia de gratidão pela vida e com a esperança de dias melhores

Imagem ilustrativa da notícia Em um ano pandêmico o Natal se tornou mais do que nunca o renascimento em família camera Silvana e Helton Nóvoa, além dos filhos Victor e Natasha, consideram o momento de união e reflexão | Antônio Melo

A reunião em família neste Natal será bem diferente dos anos anteriores. A recomendação de se manter o distanciamento social para conter o avanço da Covid-19 que, desde março, teima em adoecer e enlutar o mundo, é um desafio para a celebração do aniversário do nascimento de Jesus Cristo. Mas, mesmo que seja apenas com os moradores da mesma casa ou com mais alguns poucos outros familiares, celebrar a data está nos planos de grande parte da população, ainda mais depois de meses tão avassaladores.

Na casa da personal welcome Beth Vergolino, o encontro para a ceia natalina será bem mais intimista, apenas com a presença do marido Alexandre Vergolino, o casal de filhos Arthur Vergolino e Taissa Costa, além do genro Ricardo Costa. “Na verdade, a minha família é imensa. Somos seis irmãos. Meu pai, que faleceu ano passado, fazia aniversário no dia 24 de dezembro, tinha uma grande festa. Esse é o primeiro ano atípico que vamos participar e viver esse momento à mesa só nós”, conta a anfitriã, que garante manter as medidas de higiene recomendadas pelas autoridades de saúde.

Beth, Alexandre, Arthur e Taissa esperam um natal mais particular, mas vivido em plenitude
📷 Beth, Alexandre, Arthur e Taissa esperam um natal mais particular, mas vivido em plenitude |Octávio Cardoso

A família Vergolino sabe que a situação atual não permite exageros, o que não deve apagar o valor do encontro. “Vamos passar rezando. Isso, de repente, vem até para unir mais as pessoas, é um momento para gente viver mais intimamente”, avalia Beth. “Antes era sempre uma grande festa e agora será mais de reflexão, de oração. Somos católicos, vamos à missa”, pontua, sobre a prévia da programação.

Para Beth, o Natal precisa ser vivido em plenitude. “O significado do renascimento, isso não mudou, agora que a gente está renascendo mesmo, não deixa de significar a esperança, agradecer, enfrentar toda a tristeza, mas com muita alegria cristã”, diz. “Por segurança será assim, com poucas pessoas, mas com a mesma fé, com sentido real de nascimento. A festa com o significado real vai ter”.

A personal welcome pontua que assim como grande parte da humanidade, também sentiu na pele os sintomas da infecção por Covid-19, o que para a família é mais um motivo para celebrar a vida. “Eu tive e minha filha teve. Foram sintomas bem pesados, foi logo depois do lockdown, atestado até em tomografia”, descreve. “Fiquei 18 dias de cama e ela 20 dias. Perdemos amigos, conheci muitas pessoas que morreram”, lamenta.

Para o marido, o engenheiro civil Alexandre Vergolino, o sofrimento com a doença uniu ainda mais a família em torno dos valores da data. “O Natal representa o nascimento de Cristo e, para mim, o renascimento de cada um de nós”, avalia. “Nesse período, temos a oportunidade de refletirmos e nos tornarmos melhores, de trazermos de volta para dentro de nós a humanidade, a solidariedade e o amor que culminou em nossos corações ao longo do ano”, ressalta. “Num ano tão difícil como esse, o Natal é a certeza de que Deus estará sempre conosco, dando esperança de que tempos melhores virão. Já estão vindo, né? Olha a vacina da Covid chegando...”

MENTE SÃ

A psicóloga clínica Silvana Nóvoa destaca que se permitir uma ceia natalina, ainda que em formato reduzido e com protocolos de segurança, faz bem para a saúde emocional. “Psicologicamente, estar próximo de pessoas que a gente ama, poder falar o que a gente sente, fazer planos para o próximo ano, poder rezar e agradecer é fundamental”, afirma.

Silvana destaca que o que não se pode deixar de lado é o bom senso. Pessoas que não tiveram a Covid-19 ou que estejam com os sintomas têm sempre a alternativa do encontro on-line, enquanto as demais devem respeitar as regras de higiene e distanciamento social e evitar muito contato físico para não contaminar os parentes que não se infectaram, em caso de haver alguém assintomático.

“Os extremos também fazem mal. Eu acho que você não pode se aglomerar, estar próximo dos pais, se você não teve Covid, se você está com sintomas”, pontua. “E também não pode deixar de vê-los, caso você já tenha tido Covid, mas com as máscaras, com o distanciamento, ter esse contato de ir na casa do seu pai, de desejar um Feliz Natal”, exemplifica, em uma regra que vale para avós, amigos etc.

“Se você colocar máscara, álcool em gel, manter o distanciamento, seu Natal, que não vai ser de abraço, mas vai ter um contato com oração, de poder se distanciar na hora do jantar. Mas os seus pais, só de saberem que você está lá com eles, conversando... penso que é muito mais saudável psicologicamente”, analisa.

A profissional dá como exemplo a própria situação. Silvana vai ficar com a família – o marido, o médico Helton Nóvoa, os filhos Victor e Natasha Nóvoa, além dos pais. “Todos em casa já tiveram Covid, menos eu e meus pais. Acredito que para eles isso é algo fundamental. Ter os netos, ter os filhos, todos com a graça de Deus, curados, próximos deles é uma dádiva”, explica. “Talvez, se eles não passassem esse Natal com a gente, o sentimento de depressão, de tristeza e de luto seria muito maior, mas tomaremos todos os cuidados possíveis”, deixa claro.

“É o momento de você poder olhar pelo que passamos, o ano, refletirmos, é sermos gratos à vida e poder rezarmos diante da nossa manjedoura, diante de Cristo e agradecermos por estarmos vivos”, destaca a psicóloga. “Que possamos ser pessoas melhores, possamos recomeçar um novo ciclo com mais responsabilidade, com mais cuidado, conosco e com as pessoas que nos rodeiam”.

TURNOS

Eliana e Luiza Grello vão confraternizar com familiares em horários diferentes para receber todo mundo
📷 Eliana e Luiza Grello vão confraternizar com familiares em horários diferentes para receber todo mundo |Irene Almeida

A empresária Eliana Grello é outra que está com a noite planejada para fazer a ceia em família, com cerca de 15 pessoas, entre filhos, genro, netos, irmãos, cunhados, sobrinhos, o marido Armando Grello, e outras pessoas. Para reunir tanta gente sem aglomerar, a solução foi pensar em horários alternados. “Minha família é grande, mas estamos respeitando as limitações impostas pela pandemia. Vamos tentar uma agenda de turnos para evitar a aglomeração”, afirma.

O esforço coletivo é pelo mesmo objetivo que reunirá outras tantas famílias à mesa logo mais. “O sentido de sempre, para comemorarmos o nascimento de Jesus. Esse é o objetivo do Natal”, aponta. Celebração que, para Eliana, é mais do que especial. “É tempo de fé, amor, união e alegria. O nascimento de Jesus revela o quanto a esperança tem de ser grandiosa”, avalia. “O Natal não está nos presentes, mas no amor oferecido por todos”, ensina, antes de deixar uma mensagem a todos. “Neste ano atípico desejo que cada ser humano procure doar um pouco de si. Um feliz e abençoado Natal!”.

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