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ENTREVISTA

Vírus no jambu: pesquisadora conta detalhes sobre descoberta no Pará

Descoberta foi publicada em novembro em novo volume da série Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Amazônia Oriental; epidemiologia da doença e medidas de controle estão em estudo.

Imagem ilustrativa da notícia Vírus no jambu: pesquisadora conta detalhes sobre descoberta no Pará camera Pesquisa publicada em novembro é assinada por doutores e mestres da Embrapa Amazônia Oriental. | Ronaldo Rosa/Embrapa

O primeiro relato de infecção por um vírus no jambu (tomato chlorotic spot virus - TCSV) chamou atenção da comunidade científica e da população de forma geral na última semana. Publicada em novembro, a pesquisa “Identificação e caracterização do tomato chlorotic spot virus em jambu no estado do Pará” da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), assinada por Boari, Quadros, Kauffmann e Kitajima, relata a incidência de 60% a 100% do vírus na hortaliça durante observação nos plantios comerciais no município de Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém (RMB).

Trata-se ainda apenas de um primeiro relato, motivo pelo qual tanto a epidemiologia da doença como as medidas de controle estarem em estudo. O DOL conversou com a engenheira-agrônoma, doutora em Fitopatologia e pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Alessandra de Jesus Boari, que assina essa recente descoberta para nos oferecer uma visão inicial sobre o assunto (o que já se sabe sobre o vírus, o inseto transmissor e seu comportamento na plantação), o que o produtor paraense de jambu pode esperar no futuro a partir dessa descoberta e se existem perigos no consumo da hortaliça.

Confira abaixo:

O jambu é uma das principais hortaliças cultivadas e consumidas no Nordeste do Pará.
📷 O jambu é uma das principais hortaliças cultivadas e consumidas no Nordeste do Pará. |Ronaldo Rosa/Embrapa

P: Seria possível "especular" ou "projetar" o que significa ter esse vírus atingindo essa que é uma das principais hortaliças cultivadas e consumidas no nordeste do Pará?

R: A disseminação do tomato chlorotic spot virus (TCSV), que causa a mancha anelar em jambu, é maior durante a estação seca da região Nordeste do Pará (junho a novembro) porque a população do inseto tripes é maior (esse é o inseto transmissor do TCSV). No período chuvoso a população desse inseto é menor porque ele morre "afogado".

Ao contrário das culturas de alface e tomate, este vírus não causa morte de plantas de jambu. Aparentemente, este vírus parece não afetar muito a produção de folhas comparando com a alface, mas causa manchas foliares que podem depreciar o produto nas prateleiras de supermercado ou feiras.

Geralmente, se cultiva alface ao lado de canteiros de jambu que quando infectado pelo vírus permite a transmissão do vírus para a alface. No período mais seco, as alfaces são tremendamente afetadas pelo vírus. Canteiros de alfaces são dizimados por este vírus.

Nós ainda faremos um estudo de dano econômico do TCSV em plantas de jambu e futuramente selecionar materiais resistentes ao vírus.

Não existem perigos no consumo do jambu infectado por vírus, afirma pesquisadora.
📷 Não existem perigos no consumo do jambu infectado por vírus, afirma pesquisadora. |Ronaldo Rosa/Embrapa

P: O que o produtor de jambu pode esperar a nível comercial e de produção?

R: Como respondido anteriormente, causa manchas (amareladas) nas folhas de jambu, o que para os produtores e comerciantes não é bom, pois deprecia o produto nas prateleiras de supermercado ou feiras. Mas ressalto que este vírus não causa morte de plantas de jambu, não comprometendo, portanto, a produção.

P: Em relação ao consumo da planta infectada, existe perigo?

R: Não há nenhum perigo em consumir folhas de jambu infectadas por vírus, pois eles infectam apenas plantas. É muito comum diversos vírus infectarem outras hortaliças como a pimentinha verde, alface, couve, feijão-de-metro e cebolinha, mas não causam nenhum problema na saúde do homem.

> A pesquisa completa pode ser acessada clicando aqui

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