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REVOLTA

Eleitores de Outeiro reclamam de propostas

Abandonados pelo poder público municipal, os moradores do distrito de Belém garantem que não caem mais na conversa de alguns candidatos, que fazem promessas fora da realidade e que a população não acredita

Imagem ilustrativa da notícia Eleitores de Outeiro reclamam de propostas camera As ruas da ilha já estão tomadas por cartazes e bandeiras, mas a desconfiança é nítida no olhar do povo, que caiu no esquecimento | Celso Rodrigues

Reduto tradicional de veranistas que preferem curtir uma praia sem sair da Grande Belém, a ilha do Outeiro e seus quatro bairros, que junto à ilha de Caratateua formam o Distrito Administrativo do Outeiro (Daout) com seus quase 28.645 mil habitantes, esperam ansiosos pelo resultado de mais um processo eleitoral. A cada dois anos, aspirantes a um cargo eletivo brotam na ilha, famigerados por votos. A partir daí surgem as velhas promessas, que hoje já não atraem o antigo eleitor. Com enormes e sérios problemas, os moradores da ilha querem mais do que visitas esporádicas. Querem trabalho!

A dois dias das eleições, as ruas de Outeiro já estão tomadas por cartazes, bandeiras, santinhos e propagadas eleitorais. De acordo com os moradores, são dezenas de candidatos todas as semanas, exceto pleiteantes a um cargo. “Só na semana passada vieram uns dez aqui. Alguns nem saem do carro, só passam dentro de seus carrões com as bandeiras balançando. Como vamos saber quem é, o que pensa, de onde é e o que vem nos oferecer? Alguns candidatos têm a cara de pau muito grande”, dispara o lavador Ramon Campos, 26.

Desde que perdeu o emprego de carteira assinada, a luta do jovem é por melhores oportunidades de trabalho e incentivo do poder público e até mesmo pela melhoria urbana da ilha. “Quando chove alaga tudo aqui na frente da praia. A gente tira um trocado lavando, reparando carro, mas sempre que chove ninguém vem para cá porque alaga tudo. Até nisso nós precisamos de um apoio. Queremos alguém que dê um saneamento urgente, uma melhoria na estrutura, não esse abandono que se instalou aqui há anos”, critica.

Com mais de 12 mil habitantes, o bairro São João do Outeiro é o mais populoso e também o mais criticado. Nele estão as praias mais movimentadas da região. Apesar disso, os comerciantes dizem que não assistem melhorias há décadas. “Nós que trabalhamos aqui na Praia Grande sentimos muito a queda no movimento. Não há investimento que atraia o banhista. Antes eram muitos. Hoje em dia são poucos. Ninguém quer vir para o Outeiro porque não há incentivo, não há estrutura. A nossa praia está muito abandonada”, lamenta o comerciante Pedro Alves, 65.[

 Pedro Alves, Ramon Campos e Ivanete Cardoso, temem que Outeiro fique mais 4 anos no esquecimento
📷 Pedro Alves, Ramon Campos e Ivanete Cardoso, temem que Outeiro fique mais 4 anos no esquecimento |

O idoso revela que já recebeu inúmeros candidatos a vereador e que todos eles prometem coisas que não podem cumprir. “Teve um que prometeu asfaltar as ruas daqui. A gente sabe que não é assim fácil. Nem acreditamos mais. Hoje em dia não se vendemais voto por R$ 50”, avisa.

Para ele, a ilha precisa urgente de transporte público, saúde, saneamento e incentivo ao comércio, pilares que ficaram no passado outeirense. “Aqui no bairro temos um posto médico. Quem tiver ruim mesmo tem de ir pra Icoaraci ou Belém. Os ônibus são todos precários, além de poucos e sujos. Você percebe que aqui é abandonado mesmo. Não tem um investimento na praia, no comércio, nas ruas. Nada. Por isso nem ligo mais para quem vem aqui balançando bandeira.”

Em outras regiões, o problema do transporte é considerado o mais urgente de ser resolvido. A dona Ivanete Cardoso, 52, abriu um comércio na conhecida rua do Fama. É uma das mais populosas do bairro Água Boa. Por ali, ela diz que apenas uma linha de ônibus serve à população até o centro da capital. “Até agora nenhum dos candidatos propôs nada do tipo”, diz.

SURREAL

A comerciante conta ainda que hoje em dia a comunidade já prefere que os candidatos que sejam nativos, uma vez que muitos saem de longe para prometer absurdos. “Tem alguns que oferecem cesta básica, outros saca de cimento. Não é mais assim. Isso não funciona mais. Hoje você precisa saber votar”, frisa.

O bairro em que ela mora também continua invisível aos olhos dos aspirantes ao cargo público. Uma realidade triste para eles, que mostra a importância dada pelos candidatos à ilha que já foi a querida dos belenenses e hoje respira com dificuldades.

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