A praticamente um mês do Círio de Nazaré, a procura por objetos de cera e outros artigos referentes a devoção dos paraenses ainda estão tímidas em Belém. O setor está na expectativa que o movimento melhore nas próximas semanas.
Quem trabalha especificamente com esses produtos, têm a esperança de que o formato on-line da festividade não irá prejudicar as vendas. Por causa da pandemia da Covid-19, o Círio este ano não terá procissões, apenas missas que serão transmitidas pelas redes sociais e por emissoras de televisão.
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No segundo domingo de outubro, dia em que a maior romaria do Círio ocorreria, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré será levada para um sobrevoo sobre Belém, mas em pontos específicos onde existem hospitais.
“O promesseiro irá pagar a sua promessa independentemente se tiver procissão ou não. Ele vai poder deixar seu voto (como chamam os objetos símbolos de promessas) antes do segundo domingo de outubro na Basílica ou durante a quadra Nazarena”, disse Pedro Manoel Barbosa, dono da Casa Cirio. O estabelecimento é um dos mais procurados em Belém neste período que antecede o segundo domingo de outubro, por ser fábrica de velas e objetos de cera.
PRODUÇÃO
A produção das peças está parada no momento, mas o estoque está mantido tal como nos anos anteriores. “Nos outros anos, casas e cabeças eram os itens mais procurados. Este ano, a procura maior são por pulmões confeccionados em cera”, frisou Pedro. “Houveram muitas promessas para que se curassem da Covid-19, e como a doença afeta os pulmões este está sendo o principal voto este ano”, completou. “Ainda não estamos no pico das vendas, mas tudo nos faz acreditar que a procura vai aumentar nas próximas semanas”, projetou.
O empresário disse que ainda é cedo para fazer comparativos de vendas com o ano passado, principalmente por estarmos num ano atípico. “Nós demos uma pausa também para preservar os nossos funcionários e artesãos, que são pessoas com uma certa idade e precisam estar isolados”, disse.
Na loja Lírio Mimoso, que funciona ao lado da Basílica Santuário, o movimento é maior antes e depois das missas e celebrações no templo. A gerente administrativa Rafaela Monteiro destacou que os itens mais procurados têm sido o livro das peregrinações, cartazes, camisas, máscaras com o selo oficial, terços e imagens de Nossa Senhora de Nazaré. “São itens que ajudam os devotos a fazer a oração ou se dedicar a um momento de oração”, pontuou.
A loja ficou fechada por três meses, no início da pandemia. Rafaela também não acredita que a programação virtual irá impactar negativamente nas vendas. “Já temos recebido turistas de outros estados procurando por pequenas lembranças”, frisou.
A vendedora Silvia Serra, 56, esteve na Lírio Mimoso ontem para comprar uma medalha de São Bento. “As peças que compro para presentear, imagens e terços, eu já comprei com antecedência. Vou enviar mais próximo da festa”, comentou a devota, que ainda não sabe como será o segundo domingo de outubro sem a procissão. “Eu acompanho desde a sexta-feira (quando ocorre o traslado para Ananindeua). Acho que ficarei triste, mas certa de que temos que ter em Nossa Senhora de Nazaré o nosso caminho”.
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