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É HORA DE 'METER A CARA'

Mais pessoas abriram seus próprios empreendimentos durante a pandemia

Após um breve recuo, por conta da chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus no Brasil, o empreendedorismo voltou a crescer. É o que aponta o Mapa das Empresas, boletim do 1º quadrimestre de 2020, produzido pelo Ministério da Economia. Um total de

Imagem ilustrativa da notícia Mais pessoas abriram seus próprios empreendimentos durante a pandemia camera Ricardo Amanajás/ Diário do Pará

Após um breve recuo, por conta da chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus no Brasil, o empreendedorismo voltou a crescer. É o que aponta o Mapa das Empresas, boletim do 1º quadrimestre de 2020, produzido pelo Ministério da Economia. Um total de 264 mil empresas foram abertas no país, em junho, quando teve início o processo de reabertura.

Um saldo positivo de cerca de 61 mil a mais do que maio, de acordo com a pasta. No Pará, não foi diferente. Segundo a Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), entre os meses de março e agosto, foram 37.177 empresas abertas no Estado e 7.784 fechadas, um saldo positivo em relação ao mesmo período de 2019, quando 31.106 empresas foram abertas e 10.015 findaram suas atividades.

A presidente da Jucepa, Cilene Sabino explica que mais do que o crescimento no número de empresas abertas, deve ser considerada o percentual de empresas que encerraram suas atividades. “Em relação ao mesmo período do ano passado tivemos uma redução de 22,28% na quantidade de empresas extintas e isso é até mais relevante do que o número de empresas que foram abertas nesse mesmo período”, destacou.

Para ela, apesar do contexto atual de pandemia, alguns aspectos econômicos relevantes têm sido fundamentais no incremento da quantidade de empresas abertas no estado. “O programa de crédito às micro e pequenas empresas, o Fundo Esperança, lançado pelo Governo do Pará para tentar diminuir os impactos econômicos provocados pela pandemia, tem tido um efeito muito positivo e levado de fato muita esperança aos empreendedores”, afirma.

Paralelamente, a presidente da Junta Comercial acredita que a desburocratização do sistema de abertura de empresas, também tem auxiliado para que esse movimento positivo fosse alcançado, especialmente nesse momento de necessário afastamento social. “Estamos trabalhando com um processo que tramita de forma 100% digital, embora não tenhamos fechado as portas em nenhum momento dessa pandemia, nosso processo segue 100% digital e de forma presencial por meio de agendamento, o que facilita muito para quem deseja abrir a sua empresa”.

Entre os setores que mais têm contribuído para um aumento no número de empresas abertas no estado estão o de microempreendedores individuais, comércio, serviço e indústria. Para a presidente da Junta, esse crescimento deve ser uma tendência também para os próximos meses. “Acredito que ainda teremos boas notícias, porque os números estão crescendo”, opina.

Hora

Depois de dois anos amadurecendo a ideia de abrir o próprio negócio, os sócios Arthur Miranda e Luann Almeida resolveram colocar a “mão na massa” nos últimos três meses e abrir a tão sonhada barbearia, inaugurada esta semana.

“Sou estudante de administração e estava fazendo estágio, mas, com a pandemia tudo parou e, por conta justamente desse período parado, conseguimos estudar e pesquisar melhor o negócio e decidimos que era hora de abrir”, conta Arthur, que garante que os conhecimentos em administração ajudaram bastante na hora de abrir o próprio negócio.

Uma das vantagens, no caso deles, era já ter um ponto que poderia ser usado sem custo com aluguel. “Conversei com a minha avó e ela cedeu um espaço anexo à sua casa. Então pudemos fazer uma pequena reforma, comprar o material necessário e contratar dois barbeiros para trabalhar com a gente”, diz ele, que também aproveitou o auxílio emergencial recebido para alavancar a estrutura do novo negócio.

Outro ponto bastante discutido entre os sócios foi como se destacar em meio a um ramo que cresceu bastante nos últimos anos, com a abertura de várias barbearias na cidade. “Chegamos a conclusão que precisamos apresentar um diferencial para os nossos clientes, por isso investimos na contratação de dois profissionais com conhecimento e técnicas em corte, pigmentação e outros, inclusive com especialização em cabelos afro. Além disso, vamos oferecer dois espaços, um para a execução do serviço e outro para que o cliente possa esperar para ser atendido com todo o conforto como se estivesse em sua casa”, afirma Luann, que concluiu recentemente o curso de Arquitetura e pode aproveitar seus conhecimentos no planejamento do novo espaço.

Mas é claro que em meio a um cenário singular, de pandemia, os sócios foram tomados por dúvidas se esse seria o momento ideal. “Estudamos muito o mercado e vimos que dava sim para abrir o negócio, se cercado de todos os cuidados, com medidas preventivas de modo que o nosso cliente se sinta seguro em nossa barbearia”, explica Arthur.

Pesquisa, planejamento e plano de negócio

Apesar dos números positivos, a assessora econômica da Federação do Comércio do Estado do Pará (Fercomércio/PA), Lúcia Cristina Lisboa afirma que é preciso avaliá-los com certa cautela. “Nesse contexto por mais que o saldo seja positivo, é preciso observar que muitas empresas permanecem abertas pela própria dificuldade que existe para fechá-las. É necessário que estejam em dia com os fornecedores, que os tributos estejam pagos, entre outras questões, então muitas permanecem abertas por falta de condições de formalizar o fechamento”, ressalta.

Outro ponto levantado pela assessora, refere-se ao tipo de empresa aberta nesse período. “É possível que grande parte sejam de microempreendedores individuais, que vislumbraram nisso uma alternativa à crise e ao desemprego que atingiu a tantas pessoas” .

É verdade, de acordo com ela, “que em meio à crise possam surgir oportunidades”, mas neste cenário de pandemia, elas têm se restringido a algumas áreas como a digital, saúde, alimentação, transporte, lojas virtuais e empresas de delivery, entre outras. Por outro lado, um fator que tem contribuído de forma positiva para o crescimento no número de empresas é a taxa Selic estar mais baixa. “Isso acaba influenciando em outras taxas de forma positiva, porque, apesar de ainda ser elevada, estamos em um cenário de menor taxa de fato”, diz.

Mas, antes de empreender, a assessora econômica alerta para alguns cuidados fundamentais. “É preciso observar várias questões, analisar e estudar a área de interesse, o retorno de investimento, se vai ter um público, analisar o perfil do consumidor, se estão interessados em gastar nessas áreas”. Nesse aspecto, três ações são essenciais, segundo a assessoria. “Fazer uma pesquisa de mercado; um planejamento detalhado e um plano de negócio de trabalhado levando em conta todas as variáveis e os cenários possíveis nesse contexto de pandemia”, destaca.

É importante ainda que a empresa já nasça seguindo os protocolos estabelecidos pelo novo normal. “É preciso investir no marketing digital, além de seguir as novas exigências do mercado, utilizando o comércio eletrônico, a facilidade nos pagamentos e outros, questões essas que devem se perpetuar mesmo após a pandemia”.

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