Médica desaconselha viajar de avião a lazer

Durante os últimos cinco meses em que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, viajar de avião tem sido uma decisão delicada de se tomar. Algumas pessoas preferiram adiar ou até mesmo cancelar suas viagens. Porém, algumas não tiveram como alterar suas rotinas em meio à crise, e necessitam viajar seja a trabalho, para cumprir planejamentos ou para cuidar de quem está distante. Mesmo com os aeroportos vazios, tráfego de voos reduzidos e medidas de segurança, realizar uma viagem aérea durante a pandemia continua gerando muitas dúvidas e incertezas.

Independente do destino escolhido, a médica infectologista Deborah Crespo afirma que durante uma viagem de avião é preciso manter todas as medidas de segurança individuais, para garantir também a integridade da saúde de outras pessoas que estão ao lado. “O primeiro cuidado é a conscientização do indivíduo que se tiver alguma disposição familiar, contato recente com uma pessoa que tenha a suspeita, ou que esteja apresentando algum sintoma da Covid-19, a primeira atitude é que essa pessoa não venha dar continuidade em seu embarque”, orienta.

A infectologista lembra que um dos desafios dessa doença é que alguns casos as pessoas infectadas não se sentem doentes. O segundo ponto de segurança dentro das aeronaves seria o uso correto das máscaras de proteção, afirma a especialista. “Uma das mudanças dentro dos voos foi justamente suspender a distribuição de alimentos durante o trajeto aéreo, somente é dado ao desembarcar da aeronave, justamente para prover que as pessoas mantenham durante o voo o uso constante das máscaras”, explica a médica.

Antes de programar ou dar continuidade a uma viagem planejada anteriormente, a especialista diz que é preciso fazer uma análise do momento e verificar se vale a pena correr o risco. “Existem diferentes motivos para que seja feita uma viagem, seja por problemas de saúde ou por situações familiares. Outras foram pegas fora de seu domicílio, pode ser por conta de trabalho e etc. Mas hoje, a situação de lazer é que realmente precisa ser postergada. Sabemos que existe a necessidade e que o setor de turismo foi impactado com essa pandemia, mas temos de entender que o cenário ainda é de pandemia e que é preciso seguir as normas e orientações de saúde”, ressalta Crespo.

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Caso de reinfecção reforça que cuidados devem ser mantidos

A fisioterapeuta Andreza Silva, 24, estava no aeroporto Internacional de Belém aguardando seu embarque para São Paulo. A jovem que desde o início da pandemia preferiu seguir a risca a quarentena disse estar atenta e tomando todos os cuidados necessários para se proteger durante o voo. “Eu realmente só estou indo por motivos de trabalho, mas se não fosse necessário certamente estaria em casa. A situação que estamos vivendo ainda é bastante delicada e não se pode arriscar muito”, disse.

Mesmo com todas as medidas de segurança e higienização de aeronaves adotadas pelas companhias áreas, a infectologista lembra que, somente por ser um ambiente fechado, ainda há riscos de contágio. Na ocasião, a médica deu algumas dicas para que se possa manter a própria segurança e dos demais passageiros, caso uma viagem de avião seja indispensável.