Covid-19: Pará é o 3º em casos de crianças com síndrome rara

No final de abril, foi emitido um alerta mundial aos pediatras relatando a identificação de uma nova condição clínica em crianças, possivelmente associada à Covid-19, caracterizada por uma síndrome inflamatória multissistêmica (SIM-P), com manifestações clínicas similares às observadas em crianças e adolescentes com síndrome de Kawasaki típica, Kawasaki incompleta e/ou síndrome do choque tóxico. Países como Espanha, França, Itália, Canadá e Estados Unidos identificaram casos em crianças e adolescentes. No mundo, mais de 300 casos e cinco óbitos foram confirmados.

Até julho, o Brasil registrou 71 casos em crianças e adolescentes, entre um e 16 anos, em decorrência da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica. Os casos foram registrados em quatro estados, sendo: 29 no estado do Ceará, 22 no Rio de Janeiro, 18 no Pará e dois no Piauí. Três óbitos foram registrados no estado do Rio de Janeiro. A maioria dos casos relatados apresentaram exames laboratoriais que indicaram infecção atual ou recente pelo SARSCoV-2 (por biologia molecular ou sorologia) ou vínculo epidemiológico com caso confirmado de Covid-19.

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No dia 21 de maio, pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), no estado do Pará, elaboraram um protocolo para seguimento dos casos relacionados a essa síndrome rara no Brasil. Três hospitais públicos e um privado participaram de uma pesquisa para identificação dessa nova síndrome.

Segundo o Instituto, entre 15 de abril e 15 de junho, 155 crianças foram hospitalizadas com suspeita de COVID-19 nos hospitais participantes da pesquisa pelo IEC. A infecção foi confirmada em 108 pacientes, desse total, o diagnóstico de SIM-P foi confirmado em 18 pacientes, de acordo com os critérios da OMS.

Dos 18 casos diagnosticados pelo IEC, para SIM-P, 11 tiveram segmento no estudo. Os 11 casos de SIM-P diagnosticados na pesquisa apresentaram idade entre 7 meses e 11 anos, a maioria pertencente ao gênero masculino, com diagnóstico nutricional de sobrepeso/obesidade ou comorbidades associadas (respiratórias e neurológicas).

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Embora esses casos descritos tragam preocupação em relação a uma característica nova da Covid-19 em crianças e adolescentes, vale ressaltar que tais ocorrências foram raras até o momento, frente ao grande número de casos com boa evolução da doença na faixa etária pediátrica, pouca gravidade e desfechos clínicos excelentes.

Sintomas

Quais são as reações?

Entre os sintomas relatados pelos profissionais de saúde estão febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas como pressão baixa, comprometimento de múltiplos órgãos, conjuntivite, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos, comprometimento respiratório, entre outros.

Em 20 de maio, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) emitiu Nota de Alerta para profissionais de saúde para o reconhecimento precoce da ocorrência da SIM-P.

Em 24 de julho foi divulgada Nota Técnica com orientações para implantação da vigilância e notificação da SIM-P, associada à Covid-19, sobre definição de caso, fluxo de notificação e de coleta e análise das amostras para auxílio no diagnóstico.

O Ministério da Saúde reforça a importância do diagnóstico e tratamento precoces.