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Autônomos tentam alavancar suas vendas em ônibus

Faça sol ou chuva, os vendedores autônomos que trabalham nos ônibus de Belém precisam acordar cedo todos os dias para buscar seu sustento. Eles já enfrentavam inúmeras adversidades. E a pandemia do novo coronavírus é mais uma delas. Por isso, esse público

Imagem ilustrativa da notícia Autônomos tentam alavancar suas vendas em ônibus camera Juan Santos vende bolos de pote. Seu sonho é ter a própria doceria | Wagner Santana

Faça sol ou chuva, os vendedores autônomos que trabalham nos ônibus de Belém precisam acordar cedo todos os dias para buscar seu sustento. Eles já enfrentavam inúmeras adversidades. E a pandemia do novo coronavírus é mais uma delas. Por isso, esse público teve de se reinventar durante esse período.

A Praça do Operário, em São Brás, é um dos pontos da cidade onde muitos trabalhadores se concentram para facilitar o acesso ao interior dos coletivos. Luiz Alberto Rodrigues, 37, que atua há mais de 20 anos como vendedor ambulante, já passou por outras cidades, como Marabá, Palmas e até Brasília (DF). “Tinha a opção de trabalho e, com isso, tive a oportunidade de conhecer outros lugares, trabalhando e ganhando dinheiro. Passei sete anos em Brasília, voltei porque senti saudade da família. Era casado lá, depois separei e vim embora”, explicou ele, que tem uma filha em Belém.

Segundo Luiz Alberto, a chegada da Covid-19 trouxe mais dificuldades para a atividade dos ambulantes. “Mudou muito a rotina. As pessoas ainda têm receio de comprar, de pegar o produto. Moro em Santa Bárbara, só tenho uma armação lá (da casa). Estou lutando para comprar madeira e está difícil, porque só dependo dessa venda. Hoje vendi menos de R$ 10”, disse ele, que sai de casa 8h e só volta às 20h, todos os dias.

Há dois anos, o vendedor autônomo Juan Santos, 24, optou por sair do emprego de carteira assinada que mantinha no comércio para enveredar pelo ramo do empreendedorismo. Hoje ele e a esposa são sócios nessa iniciativa. Eles fabricam bolos de pote nos sabores de bacuri, cupuaçu, bacuri com castanha, chocolate com coco, graviola e outros. E Juan vende os produtos em coletivos e estabelecimentos comerciais.

Além de utilizar as redes sociais para divulgar a marca de trabalho, a “Bolitos Mania”, o jovem teve a ideia de fazer a divulgação também nos ônibus. “Já temos clientes certos e trabalhamos muito com entregas. Entro nos coletivos de segunda a sábado, a partir de meio-dia. É a hora que dá fome nas pessoas. Ter o próprio negócio e a independência financeira é tudo. Tem vantagens e desvantagens, porque se eu não vier não tenho lucro”, diz ele que comercializa os potes a R$ 3.

Juan conta que toma todos os cuidados para que os clientes se sintam seguros e levem o produto para casa. Ele conseguiu receber o auxílio emergencial e o dinheiro veio em boa hora, já que foi revertido na fabricação dos bolos. Seu sonho é ter a própria doceria. “Mesmo nos coletivos, tem gente que já sabe que é de qualidade, compram e acabam influenciando outras pessoas. Os próprios motoristas nos dão oportunidade. Sem eles, a gente não vende. Toda hora limpo as mãos com álcool em gel e ofereço ao cliente. Uso luva e a cada coletivo troco para não ter contato direto com os ônibus. Acho que eu e minha esposa pegamos a Covid-19, mas foi leve. Minha maior vontade é montar nossa própria doceria e investir cada vez mais nisso. Futuramente quero dar oportunidade para outras pessoas trabalharem com a gente”, reforçou Juan, que mora de aluguel no bairro do Tapanã.

RETOMADA

Já Kleber Alves, 39, que atua como vendedor ambulante há 15 anos nos coletivos da capital, teve de se afastar das atividades por dois meses para resguardar a sua saúde e a da mãe de 64 anos, com quem ele mora em Icoaraci. Nesse período, o trabalhador conseguiu se inscrever e receber auxílio e foi com o que se manteve. “Algumas pessoas ainda ficam constrangidas para comprar, mas outras compram. Trago sempre meu álcool em gel, venho prevenido, uso máscara. Acho que isso passa uma segurança. Acordo cedo para trabalhar das 8h às 20h, por isso vendo bastante. Graças a Deus, não peguei Covid. Fiquei dois meses sem trabalhar, porque moro com minha mãe”, contou o vendedor de doces em geral.

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