A partir de hoje (1º), restaurantes da área continental da capital reabrem para o público em geral, mas com algumas restrições. Entre as mais relevantes, de acordo com o decreto municipal que permitiu o retorno da atividade, está a redução da capacidade de atendimento para 40%; o distanciamento mínimo entre as mesas e cadeiras e a disponibilização de álcool a 70% para todos os clientes. Para atender a todas as demandas exigidas, os estabelecimentos tiveram que passar por algumas readequações.
Esse foi o caso da Confraria Tucuruvi, que precisou mudar para atender a todas as determinações do decreto. “Precisamos mudar algumas coisas, principalmente com relação à capacidade. Antes nosso espaço comportava até 180 pessoas, agora tivemos que reduzir para 75, separadas em ambientes”, explica a proprietária do estabelecimento que funciona há 23 anos, Rosane Oliveira.
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Para isso, ela conta que foram necessários alguns investimentos. “Tivemos que reforçar a compra de material de higiene e dos EPIs (equipamentos de proteção individual), como máscaras e luvas. Também uma grande quantidade de álcool a 70% para disponibilizar na entrada e em todas as mesas, além de termômetros para medir a temperatura das pessoas na entrada”, cita.
Para ela, apesar das incertezas que ainda cercam a reabertura dos restaurantes, principalmente com relação ao retorno dos clientes, a expectativa é positiva. “Estamos confiantes, porque estamos em uma cidade em que as pessoas gostam de estar umas com as outras, apesar do distanciamento, então nossa expectativa é a melhor possível”, conta.
Ela lembra que desde o fechamento desses estabelecimentos, há quase 100 dias, o setor vem passando por muitos desafios. “Tivemos muitos impactos. O primeiro deles foi com relação a conseguir manter a folha de pagamento dos funcionários. No nosso caso, tivemos que recorrer a Medida Provisória 936 (que entre outras coisas prevê a suspensão de contratos e a redução de salários) para conseguirmos segurar nossos funcionários, sem precisar demitir. Mas sabemos que a maioria dos estabelecimentos não tiveram como manter o quadro”, diz.
Outro desafio, segundo ela, foi manter ou entrar para o delivery. “No nosso caso, que trabalhos com um tipo específico de alimento (cortes especiais de carne), tivemos que nos adequar a esse tipo de atendimento e agora pretendemos mantê-lo mesmo com a reabertura”, ressalta. Rosana destaca que a falta de políticas públicas voltadas para o segmento também ocasionou em um grande impacto negativo no setor. “Acreditamos que o setor de comércio foi o segundo mais impactado pela questão da pandemia no nosso Estado e pesou muito nisso a falta de medidas nacionais de socorro, como empréstimos bancários voltados para esse setor”, avalia.
CALÇADAS
Ela conta que algumas medidas vêm sendo tomadas por associações ligadas ao setor para tentar retomar o equilíbrio das empresas. Uma delas, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), no Pará, já entrou com uma documentação pedindo para que os estabelecimentos, em Belém, possam usar uma parte das calçadas como complemento aos ambientes internos. “Isso já acontece fora do país e em outras capitais do Brasil. A proposta é poder usar esse espaço estendendo todos os cuidados que se tem na área interna e respeitando o Código de Postura do Município. Para nós, isso seria muito interessante”, conta.
Além de seguir todos os cuidados com a higiene determinados pelo decreto, muitos estabelecimentos optaram por mudar seus cardápios para acompanhar as mudanças que ocorreram na sociedade nos últimos meses, desde que começou a pandemia no Brasil. “Sabemos que muitas pessoas tiveram redução de suas rendas, por isso optamos por fazer uma modificação para baixo nos preços do cardápio para que as pessoas possam voltar a frequentar nosso estabelecimento. Além disso, vamos lançar um novo produto porque achamos importante trazer novidades aos nossos clientes nesse momento de reabertura”, antecipa o proprietário do Amazon Beer, Caio Guimarães.
O empresário aposta que a retomada dos restaurantes será positiva tanto para a economia, como para os funcionários e donos desses estabelecimentos e, principalmente, para os consumidores. “As pessoas estão precisando sim sair um pouco de casa, claro que com todos os cuidados necessários, por isso acho que é importante também essa reabertura”, opinou. Além de seguir todos os cuidados determinados pelo decreto, o empresário conta que o estabelecimento passou por uma higienização completa, que inclui todos os utensílios e mobiliários. “Esse será o novo normal, porque essas são medidas que não vão durar uma semana ou um mês, elas serão permanentes, principalmente para garantir a segurança dos nossos clientes”, diz.
O QUE MUDA COM A REABERTURA ?
- Fica estabelecido o horário de funcionamento a almoço de 11h às 15h e jantar de 19h às 23h;
- Realizar controle de pessoas, mantendo a lotação máxima à 40% da capacidade do espaço;
- Ajustar o layout do salão de forma a manter distância mínima de 2m entre as mesas, limitadas ao número de 4 cadeiras, ocupadas preferencialmente pelo mesmo grupo familiar;
- O balcão servirá apenas de apoio, não devendo haver consumo por clientes no mesmo;
- Fazer demarcação de distanciamento de 1,5 m no balcão da lanchonete, disponibilizando alimentos prontos, devidamente protegidos e embalados para consumo;
- Não permitir pessoas transitando nas áreas comuns (fora das mesas) sem o uso de máscaras de proteção;
- Organizar pessoas em filas na parte externa do estabelecimento, para que não haja aglomeração, recomenda-se a fixação de indicadores visuais que possibilitem organização dessas filas com distanciamento de 1,5 m;
- Priorizar pagamento com cartões de crédito ou débito.
- Disponibilizar frascos com álcool 70% gel para uso individual em cada mesa de atendimento ao público.
- Proibir a realização de eventos que gerem aglomerações;
- É proibido o uso de buffet self service, sendo autorizado somente a comercialização de pratos a Lá Carte;
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