Mais um cachorro supostamente usado em rinha foi resgatado
em São Paulo. Segundo a ativista Luisa Mell, ele foi localizado após denúncia,
na casa de um dos envolvidos no caso de Mairiporã.
O cão tem marcas de briga e vivia amarrado sob sol e chuva em um quintal, relatou a protetora, na sexta (20), em rede social.
LEIA MAIS:
Imagens fortes: polícia descobre rinha e encontra churrasco de cachorro; veja o vídeo!
Luisa Mell compra floresta para abrigar animais resgatados; veja!
Dona de sítio onde acontecia rinhas de cães quer animais de volta
Têm sido constantes os resgates e reações desde que a polícia
descobriu uma rinha em Mairiporã, no dia 14.
TRATAMENTO
Os animais resgatados estão sob cuidados do Instituto Luisa
Mell, do projeto Encontrei um Amigo e Pits Ales.
O protetor Alessandro Desco mostra em rede social o
tratamento e evolução dos pit bulls.
Os animais são dóceis com humanos, embora tenham sido
treinados para lutar e sejam agressivos com outros cães. Por isso, após o
tratamento de saúde, deverá ser feita a reabilitação dos animais.
Alguns cães já estão sendo colocados juntos, para facilitar
a interação e futuras adoções.
Mas o trabalho é contínuo.
"Quase todos os cães são extremamente assustados e
medrosos. Qualquer barulho assusta, e eles se encolhem e fazem xixi de
medo", escreveu.
Boston é um dos animais feridos em estado mais delicado.
Está com alteração hepática e comprometimento de baço por causa dos
anabolizantes, de acordo com o Pits Ales.
Por enquanto, os protetores são fiéis depositários dos cães.
Eles só poderão ser colocados para adoção após decisão judicial.
RELEMBRE O CASO
A operação que fechou a rinha em Mairiporã ocorreu após
investigação iniciada no Paraná, e contou com apoio da polícia paulista.
Era cena de terror, conforme o delegado Matheus Loiola,
chefe da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) do Paraná. "Em 13
anos de polícia, nunca vi nada parecido", diz. Segundo ele, a maioria dos
policiais se comoveu com a situação dos cães.
Na ocasião, 17 animais foram resgatados -outros dois
morreram-, e 41 pessoas que estavam no local foram detidas. Dessas, 40 acabaram
soltas mediante fiança. Na quinta (19), porém, à Justiça determinou a prisão
preventiva de 22 envolvidos -a polícia ainda não informou quantos já estão
presos.
O animal encontrado na sexta pertence a um dos suspeitos -e
que era considerado foragido, segundo Luisa Mell.
Como parte das investigações, outros 33 pit bulls foram
encontrados em um sítio em Itu (SP). Na ocasião, a polícia informou que o
responsável era um peruano detido na rinha.
Porém, de acordo com reportagem da TV Tem, uma empresária se
apresentou como responsável pelo local, disse conhecer o suspeito há anos, mas
que não sabia que frequentava rinha. O peruano morava no sítio e teria
trabalhado no restaurante da empresária. Ela disse ser dona de 14 dos animais,
negou maus-tratos e afirma querer os animais de volta.
No Paraná, mais cinco pit bulls foram resgatados na casa de
um dos investigados na operação.
PUNIÇÃO
Em meio a esse caso, projeto de lei que amplia a pena para
maus-tratos de cães e gatos foi aprovada nesta terça (17) pelo plenário da
Câmara. O texto agora segue para análise no Senado.
A pena atual é considerada branda por permitir aos
agressores ficarem em liberdade e converterem a punição em prestação de
serviço.
O secretário executivo da Prefeitura de São Paulo e
ex-deputado federal Ricardo Tripoli abriu um abaixo-assinado pela aprovação de
um projeto de lei de sua autoria, de 2011, que aguarda votação no Senado desde
2015.
Essa proposta endurece a punição para maus-tratos, incluindo
rinhas. O projeto prevê, por exemplo, pena de 3 a 5 anos de prisão para quem
matar cão ou gato.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar