Engolir ou não o esperma do parceiro na hora do sexo? Esse é um dilema que sempre gera dúvidas entre algumas pessoas. Se por um lado tem gente que não gosta da prática, sente nojo ou tem medo de pegar alguma doença, por outro há quem curta bastante e até acredita que é bom para a saúde.
Mas, afinal, faz bem ou mal engolir o liquido que sai do pênis?
Segundo a médico do Departamento de Sexualidade e Reprodução da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), Daniel Suslik, o esperma (ou sêmen) produzido pelas glândulas vesícula seminal e próstata, por si só não oferece risco, mas também não existe comprovação de que traga algum benefício a saúde.
"O líquido é composto por uma série de substâncias, como proteína, frutose, vitaminas e minerais, além do espermatozoide, e nenhuma delas é prejudicial. O problema se dá quando o homem está infectado com alguma IST (infecção sexualmente transmissível)", afirma o especialista.
Neste caso, se a outra pessoa tiver uma lesão na boca, ao engolir o esperma fica suscetível a contrair doenças como HPV, sífilis, clamídia e gonorreia. Os machucados funcionam como porta de entrada para os microrganismos.
Para os casais que não abrem mão da ejaculação na boca, o médico aconselha que procurem periodicamente seus médicos de para fazerem os exames e certificarem-se de que estão saudáveis. Caso as pessoas tenham acabado de se conhecer, aí o mais sensato é evitá-la.
HORA DO LEITINHO
Esperma engorda? Dá alergia? O fato do sêmen conter frutose (açúcar), muitos acham que engorda se engoli-lo. Nada disso. "Ele até tem um pouco de caloria, só que a quantidade que será consumida é tão pequena que não será suficiente para ganhar uns quilos", diz Zylbersztejn.
Estudos mostram que, em um orgasmo, o homem ejacula o equivalente a uma colher de chá (entre 2 ml e 5 ml), e esse volume tem cerca de 10 calorias apenas. Assim, para aumentar o peso, seria preciso ingerir muito esperma.
Vale lembrar que algumas pessoas são alérgicas ao líquido do pênis. "O sêmen é altamente proteico e tem tantas substâncias que pode gerar um processo alérgico em indivíduos mais sensíveis. Isso é mais comum no sexo anal ou vaginal, mas pode acontecer no oral", relata o especialista.
A condição rara é mais frequente nas mulheres. Entre os principais sintomas estão vermelhidão, coceira, queimação e/ou inchaço nos locais que tiveram contato com o fluído. Em casos mais graves, provoca diarreia e dificuldade para respirar.