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PENA DE MORTE

EUA interrompe execução de detento por não achar suas veias

Prazo da sentença estourou antes de agentes penitenciários aplicarem segunda dose da injeção letal

Imagem ilustrativa da notícia EUA interrompe execução de detento por não achar suas veias camera Kenneth Eugene Smith, homem que foi sentenciado à pena de morte no Alabama, mas que acabou não sendo morto devido a complicações da dose letal. | Departamento de Correções do Alabama

Funcionários do sistema prisional dos Estados Unidos receberam uma ordem judicial para cumprir a sentença de morte de um homem de 57 anos no estado do Alabama. Eles, então, foram à cela do prisioneiro, levaram-no para uma câmara de execução, amarram-no, e às 22h da quinta-feira (17), injetaram nele a primeira dose de uma substância letal.

O procedimento, porém, parou por aí: os profissionais constataram que, por motivos químicos e biológicos, a segunda dose da substância não poderia ser aplicada até a meia-noite do dia seguinte, horário limite determinado pela Justiça para que a pena fosse cumprida.

Ao final, cancelaram a execução e, horas depois, devolveram Kenneth Eugene Smith para sua cela.

John Q. Hamm, supervisor das prisões do Alabama, explicou a cena no mínimo inusitada dizendo que os colegas tentaram realizar a execução injetando a substância em "vários locais", mas não tiveram sucesso.

A falta de tempo para o cumprimento da sentença se justifica, segundo o jornal The New York Times, pela série de recursos impetrados pela defesa de Smith. Ainda na quinta, seus advogados conseguiram convencer um tribunal de apelações a interromper a execução sob argumentos de que problemas do Alabama na inserção de linhas intravenosas poderiam levar Smith a sofrer uma morte "ilegalmente cruel".

O pedido de suspensão vingou no tribunal de apelação, mas a decisão foi derrubada pela Suprema Corte, que reviveu a ordem por volta das 22h20 (01h20, no Brasil), segundo o jornal The Guardian. Daí o atraso para o início da aplicação -prorrogada também pela demora na instalação dos cateteres-, que não terminaria antes do final do mandado.

Nos últimos dois meses, a administração penitenciária do estado abortou duas outras execuções, também depois de amarrar o réu na maca. Em ambos os casos, o motivo foi o atraso na aplicação da substância, que poderia exceder o prazo da ordem estadual.

Episódio similar aconteceu em setembro, quando agentes penitenciários tentaram executar Alana Eugene Miller mas não conseguiram instalar o cateter antes do fim do prazo do mandado de execução.

O imbróglio desta quinta-feira, porém, é apenas uma das reviravoltas judiciais da trajetória de Smith. O caso foi ainda mais conturbado na expedição da sentença. Em 1988, ele teve a vida poupada por um júri, que optou por condená-lo à prisão perpétua por homicídio -um assassinato a mando de um pastor que contratou a morte da esposa. No veredicto, 11 dos 12 jurados optaram por condená-lo à prisão perpétua.

Ocorre que, no Alabama, uma lei de 2017 que impede juízes de anular decisões do júri -uma prática já proibida nos Estados Unidos- não tem efeito retroativo, o que abriu caminho para que o magistrado anulasse a condenação de Smith e ordenasse a pena de morte.

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A defesa do réu não conseguiu derrubar a decisão, mas atrasou a execução em várias horas ao inundar a segunda instância com recursos sobre outras questões, citando recentes problemas do Alabama na aplicação das injeções letais.

Kay Ivey, governadora do Alabama, disse em comunicado que, embora o estado tenha alterado a legislação para proibir a anulação de sentenças de júri por juízes, os legisladores optaram por suprimir um possível efeito retroativo da norma, a fim de conservar sentenças já proferidas.

Ivy insistiu que, apesar do procedimento mortífero desta quinta-feira ter sido cancelado pela interposição de recursos em um último momento, "tentar foi a coisa certa a fazer".

A execução de Smith seria a quarta no país só nesta semana. Dois homens foram ao corredor da morte no Arizona e um terceiro, em Oklahoma.

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