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MUTIRÃO

Voluntários fazem limpeza em ilhas

Na manhã ensolarada de sábado (15), cerca de 50 voluntários partiram em direção às ilhas que cercam Belém. Mais do que usufruir das belezas dos furos do Rio Guamá, porém, a equipe se dedicou a recolher resíduos que acabam parando nas margens do rio. Apesa

Imagem ilustrativa da notícia Voluntários fazem limpeza em ilhas camera Mauro Ângelo

Na manhã ensolarada de sábado (15), cerca de 50 voluntários partiram em direção às ilhas que cercam Belém. Mais do que usufruir das belezas dos furos do Rio Guamá, porém, a equipe se dedicou a recolher resíduos que acabam parando nas margens do rio. Apesar do grande fluxo de pessoas que se dirigem ao Combu para se divertir aos finais de semana, a ilha não conta com coleta de lixo.

A iniciativa de mobilizar voluntários para limpar os rios da cidade foi da Associação Amigos de Belém. Presidente da organização, doutor em ciências ambientais e pesquisador na área de gestão ambiental com ênfase em resíduos sólidos, o professor Paulo Pinho estima que, hoje, cerca de 400 toneladas de lixo acabam não sendo recolhidas na Região Metropolitana de Belém (RMB). “São resíduos que ficam pelas ruas da cidade ou que acabam parando nos rios”, diz. “A nossa intenção, com esta ação, é chamar a atenção da população para a necessidade de se discutir agestão de resíduos”.

De acordo com o professor e também com os moradores do Combu, a ilha não conta com nenhum tipo de coleta de lixo e, além disso, muito do resíduo despejado nos rios em Belém acabam levados pela maré até as margens da ilha.

Voluntários fazem limpeza em ilhas
📷 |Mauro Ângelo
Voluntários fazem limpeza em ilhas
📷 |Mauro Ângelo
Voluntários fazem limpeza em ilhas
📷 |Mauro Ângelo

Morador do Combu, Laércio Alves, 56 anos, é proprietário de um restaurante localizado no Igarapé Combu, braço do Rio Guamá. Ele conta que, anos atrás, ele chegava a queimar o lixo produzido na ilha porque não havia onde depositá-lo. Hoje, o local continua sem coleta pública, mas a solução adotada pelo autônomo é levar o lixo produzido no Combu até o centro de Belém, para que de lá possa ser recolhido pelo serviço público de coleta. “O único jeito é levar para Belém porque queimar é pior ainda”.

A esperança de uma solução mais viável foi apresentada a Laércio a partir da chegada dos voluntários que dedicaram a manhã de sábado para recolher plástico, vidro, isopor e o que mais encontrassem de lixo. Além do mutirão de limpeza, a Associação Amigos de Belém pretende manter uma ação contínua de capacitação para que os proprietários de restaurantes das ilhas possam realizar a compostagem – transformação dos resíduos orgânicos em adubo.

“Se eu aprender como fazer o adubo com o lixo que a gente produz vai ser bom demais”, avaliou Laércio. “Se a gente se educar sobre uma coisa, pode passar para a pessoa que está do nosso lado, para os nossos clientes”.

Sem nunca ter ido ao Combu antes, a universitária Luana Lopes, 20, decidiu conhecer a ilha através do mutirão. Ao recolher tampas de garrafas, copos e sacos plásticos que já se encontravam entranhados na terra, ela pode perceber a beleza guardada pelas ilhas que compõem a capital do Estado e que precisa ser preservada. “Pequenos atos podem gerar consequências que realmente podem melhorar a vida das pessoas”, considerou. “A partir do momento em que a gente mantém a ilha mais limpa, acaba atraindo mais turistas, o que é muito bom para o Estado”.

VOLUNTÁRIA

Também voluntária, a enfermeira Jucirema Nogueira, 55 anos, conta que cansou de esperar pela ação do poder público. “Todo mundo fica só aguardando do poder público, mas, se não fizermos a nossa parte, a coisa não anda”, considerou. “Tem que ter saneamento, mas a população também tem que cuidar”, afirma.

Membro da Cooperativa de Trabalho de Catadores de Material Reciclável Visão Pioneira de Icoaraci (Coopa Vip), Denise dos Santos se mostrou surpresa ao saber que a ilha não conta com coleta de lixo. Ela e outros voluntários que fazem parte da cooperativa foram responsáveis por conversar com os moradores da ilha para explicar o que pode ou não ser reciclável. “O que não dá para ser reciclado são esponjas, material orgânico, garrafas quebradas”. A Secretaria de Saneamento (Sesan) foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

Limpeza também por meio de caiaques

Voluntários fazem limpeza em ilhas
📷 |Mauro Ângelo

Além de promover a coleta de material reciclável em restaurantes da ilha, a ação também envolveu voluntários que seguiram de caiaque desde o Ver-o-Rio até a Ilha do Combu recolhendo o lixo encontrado às margens do rio. Membro do grupo Caruanas VA’A, Alan Bordallo conta que, durante a prática da canoagem, já chegou a avistar muito lixo pelos rios de Belém. Por isso ele e outras 11 pessoas do grupo decidiram integrar a ação. “Diariamente nós vemos latas de manteiga, sacos plásticos, garrafas PET... eu já cheguei a ver televisão, ventilador e até sofá boiando pelo Rio Guamá”, conta. “O simbolismo de alertar sobre a importância da gestão de resíduos foi o que chamou a nossa atenção para participarmos da ação”.

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