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RECONHECIMENTO

Pará na Academia de Música do Brasil

O desembargador Vicente Malheiros da Fonseca, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8), tem um reconhecido trabalho na área musical e por isso foi convidado para ser ocupante da 67ª cadeira da Academia de Música do Brasil (AMB), que será inst

O desembargador Vicente Malheiros da Fonseca, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8), tem um reconhecido trabalho na área musical e por isso foi convidado para ser ocupante da 67ª cadeira da Academia de Música do Brasil (AMB), que será instalada na sexta-feira, 28, com sede no Rio de Janeiro, onde o paraense e outras 28 pessoas tomarão posse das primeiras das 100 cadeiras que a Academia terá ao todo.

E Vicente Malheiros tem uma emoção a mais com esta deferência: ele ocupará a cadeira cujo patrono é o pai dele, o maestro Wilson Fonseca, conhecido como maestro Isoca.

Vicente Malheiros soube do convite por telefone, numa ligação do próprio presidente da AMB o musicólogo Luís Roberto Trench. “Foi um longo telefonema feito há menos de um mês. Primeiro ele disse que essa escolha era muito importante para enaltecer a chamada música erudita. Quando ele disse que o patrono é o meu pai, o maestro Wilson Fonseca, questionei se eu era o mais indicado e, evidentemente, que esse convite aflorou uma emoção muito grande em mim. Fico muito emocionado, porque minha grande paixão é a música e isso fez com que eu sentisse que estava sendo lembrado como um compositor da Amazônia”, descreve.

Pertencente a uma família de músicos - desde o avô paterno, José Agostinho da Fonseca (1886-1945) e o pai Wilson Fonseca (1912-2002) -, ele conta que essa tradição musical já está na quinta geração.

“Tenho envolvimento com a música desde que me entendo como gente. Iniciei os estudos musicais com meu genitor. Depois, estudei no Instituto Musical Padre José Maurício, em São Paulo, na década de 1960. E nunca parei de estudar música e compor. Toquei vários instrumentos e o piano é o meu preferido. Creio que a música está no sangue da família”, conta Malheiros.

MIL PEÇAS

Compositor desde 1958, o catálogo da obra musical de Vicente Malheiros registra mais de mil peças, em diversos gêneros (canto coral, piano solo e a quatro mãos, obras sacras, para violão, banda, conjuntos camerísticos para formações instrumentais e/ou vocais e peças orquestrais), incluindo vários hinos.

“Posso, ainda, mencionar a série de ‘Valsas Santarenas’, que atualmente conta com 117 peças; o ciclo de canções sobre poemas de Fernando Pessoa (‘Poeta Fingidor’, ‘Tenho Tanto Sentimento’ e ‘Ao Longe, Ao Luar’), o ciclo de canções dedicadas a cantoras líricas (cerca de 20, inclusive em homenagem às sopranos paraenses Adriane Queiroz e Carmen Monarcha), o ciclo de canções sobre o boto amazônico (cerca de dez) e a ‘Sinfonia do Tapajós’ (composta para o lançamento do livro ‘Meu Baú Mocorongo’, de Wilson Fonseca, com a primeira audição do 4º movimento da ‘Oração – Ave Maria’ executada pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, em sua cidade natal)”, cita.

Com uma produção tão profícua, Vicente Malheiros se acredita um compositor amazônida.

“Quando as pessoas me perguntam sobre a escola que eu adoto, digo que não sigo nenhuma. Eu me sinto compositor amazônico, até porque eu sou do interior de Santarém. Respeito os grandes compositores como Bach e Beethoven, mas meu ambiente é a Amazônia, com toda sua regionalidade. Você valorizar alguém do Norte, um paraense, isso nos deixa muito sensibilizado. Ainda mais tendo meu pai como patrono. É a oportunidade de alguém de lá do Sul prestar homenagem a alguém do Norte. Sou mocorongo (risos), de Santarém, é assim que eu me sinto. Até na música eu tenho uma série de valsas santarenas”, descreve-se.

Rachel Peluzo e Waldemar Henrique também são homenageados

O presidente da Academia de Música do Brasil teve contato com Isoca por meio de estudos. “Eu não conhecia o maestro Wilson Fonseca, mas sou amigo do desembargador Vicente Malheiros. Já tinha conhecimento do pai dele, me detive muito na obra de Wilson Fonseca e, a partir disso, desenvolvi mais admiração ainda por ele”, diz.

“O maestro Isoca foi considerado por Vicente Salles [historiador, antropólogo e folclorista paraense morto em 2013] um representante do Barroco do século 20, no Pará e no Brasil. Em complemento ao Vicente eu considero o maestro Wilson Fonseca não só compositor neoclássico, mas como representante da cultura paraense no sentido da sublimação da cultura folclórica local, em nível de arte erudita e complementando como neoclássico”, analisa.

Outros compositores paraenses também foram escolhidos como patronos da AMB, informa o presidente Luis Roberto Trench, que é crítico e ensaísta, além de atuar como chanceler de Honra do Brasil, membro do Comitê de Honra da Fondation Franz Liszt, da França, e Imortal do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa.

“É importante frisar que teremos três patronos da Academia. São eles: Villa-Lobos, Carlos Gomes e Guerra-Peixe. Do estado do Pará, como patronos, além do Isoca, temos a professora e compositora Rachel Peluso e o grande maestro Waldemar Henrique, autor de canções muito bonitas. O Pará está muito bem representado entre cadeiras e ocupantes”, diz.

Luis Roberto informa que a Academia de Música do Brasil foi criada por ele para o segmento ter mais representatividade política.

“Estamos fundando a AMB para que ela seja uma grande representante da música clássica brasileira, não só perante a federação, mas com relação a ministros. Além de ser um panteão, a AMB terá essa representatividade política”, explica. “Eu criei cem cadeiras, em que os imortais catedráticos possuem patronos escolhidos ao longo da história da música erudita. Temos representantes imortais de mais de 20 estados. Queremos fazer uma Academia que congregue quase todos os imortais do país”, avisa.

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