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TE CUIDA! #07

Cirurgia bariátrica: questão estética ou de saúde?

A cirurgia de redução do estômago é a alternativa mais procurada para quem não está conseguindo perder peso. Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 19,8% da população brasileira está obesa.

Imagem ilustrativa da notícia Cirurgia bariátrica: questão estética ou de saúde? camera Reprodução

Cerca de 55,7% da população brasileira está acima do peso e, 19,8%, está obesa, segundo dados de 2020 do Ministério da Saúde. O número elevado de pessoas com excesso de peso resultou em um aumento na procura por procedimentos para emagrecer e melhorar a qualidade de vida, e, entre eles, está a cirurgia bariátrica.

A obesidade, além de estar associada a fatores genéticos, também é resultado de maus hábitos diários, como alimentação desequilibrada e sedentarismo. É um dos estados de saúde que mais predomina atualmente.

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A endocrinologista do Hapvida, Natasha Vilanova, alerta: “É sempre bom lembrar à população que a obesidade é uma doença e precisa ser tratada. Quando necessária e indicada, a cirurgia bariátrica é uma grande aliada para os pacientes”.

O que é cirurgia bariátrica (redução de estômago, gastroplastia, cirurgia da obesidade)?

A bariátrica é um procedimento médico de diminuição do estômago destinado à redução de peso de pacientes com obesidade. A cirurgia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e, geralmente, é indicada quando as atividades físicas ou dietas não atingem mais os efeitos necessários e satisfatórios em um paciente acima do peso. Nesse caso, a intervenção médica se faz importante.

Quem pode fazer a cirurgia bariátrica?

De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, a cirurgia bariátrica é recomendada para pessoas com idade entre 16 e 65 anos com IMC igual ou superior a 35 kg/m² nos casos de presença de doenças de risco cardiovascular elevado.

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Outra indicação para esse tipo de procedimento é para pessoas com IMC igual ou superior a 40 kg/m² e sem perda de peso mesmo com acompanhamento médico e nutricional comprovado por, pelo menos, 2 anos consecutivos, e pessoas com IMC igual ou superior a 50 kg/m² sem restrições também podem fazer.

E quem não pode fazer a cirurgia bariátrica?

Existem alguns casos que a redução do estômago não é recomendada pelo Ministério da Saúde do Brasil. São elas:

Cirurgia bariátrica: questão estética ou de saúde?
📷 |Ilustração/DOL: Thiago Samare

Quais os tipos de cirurgia bariátrica?

O tipo de cirurgia de redução do estômago deve ser escolhido juntamente com o médico e respeitando as indicações clínicas do paciente. Existem quatro tipos de cirurgias bariátricas aprovadas no Brasil: a banda gástrica ajustável, o bypass gástrico, a gastrectomia vertical e a derivação bileopancreática.

1 - A banda gástrica ajustável

Esse tipo de procedimento é o menos invasivo e consiste em instalar um anel de silicone inflável em volta do estômago, diminuindo de tamanho e contribuindo para uma menor ingestão de alimentos e calorias. Ele representa 5% das cirurgias bariátricas feitas no Brasil e reduz entre 20% e 30% do peso inicial do paciente, além de contribuir para o tratamento da diabetes.

Ilustração/DOL: Thiago Samare
📷 Ilustração/DOL: Thiago Samare |

2 - Bypass gástrico

O bypass, conhecido também como gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”, é uma cirurgia invasiva na qual o médico retira uma grande parte do estômago e depois liga o início do intestino à porção restante do estômago, diminuindo o espaço disponível para a comida e reduzindo entre 40% e 45% do peso inicial do paciente e a quantidade de calorias absorvidas. É com o bypass gástrico que os hormônios da fome diminuem e os da saciedade aumentam.

Cirurgia bariátrica: questão estética ou de saúde?
📷 |Ilustração/DOL: Thiago Samare

3 - Gastrectomia vertical

Nesse tipo de procedimento, o cirurgião mantém a ligação natural do estômago ao intestino, removendo apenas uma parte do estômago para o tornar menor que o normal, reduzindo a quantidade de calorias ingeridas.

Gastrectomia vertical traz uma boa eficácia no controle da hipertensão e dos níveis de colesterol e triglicérides, além da redução do hormônio da fome e da permanência da absorção de ferro, cálcio, zinco e vitaminas do complexo B.

Ilustração/DOL: Thiago Samare
📷 Ilustração/DOL: Thiago Samare |

4 - Derivação bileopancreática

A derivação bileopancreática é uma associação da gastrectomia vertical com o desvio intestinal. Esse desvio diminui a absorção dos nutrientes, proporcionando o emagrecimento.

Nessa cirurgia, a anatomia básica e a fisiologia de esvaziamento do estômago são mantidas, porém 85% do estômago é retirado, promovendo a perda de 40% a 50% do peso inicial do paciente.

Cirurgia bariátrica: questão estética ou de saúde?
📷 |Ilustração/DOL: Thiago Samare

Como funciona a preparação antes da cirurgia e no pós-operatório?

O primeiro passo é o paciente preencher os critérios para realizar a cirurgia e ter acompanhamento com a equipe multidisciplinar, como indica o cirurgião bariátrico, Carlos Armando Santos.

Pré-operatório

"A gente encaminha o paciente para a equipe multidisciplinar, que é orquestrada pelo endocrinologista. Ele direciona para o restante da equipe, que consiste em consultas com psicólogo, nutricionista, pneumologista, cardiologista e anestesista. E então quando a gente fala no pré-operatório, é fundamental que o paciente faça os exames e tente perder peso antes da cirurgia para diminuir as complicações cirúrgicas”, afirma cirurgião.

Pós-operatório

“E necessário também, que o paciente saiba o que ele vai precisar antes e depois da cirurgia. Saber que no período pós-operatório inicial ele, nas primeiras duas semanas ele vai tomar só líquido, na terceira semana ele já passa para o pastoso e na quarta semana ele já entraria para o semissólido”, diz o doutor Carlos Armando.

Qual o papel do endocrinologista nesse processo?

A indicação para a cirurgia bariátrica requer avaliações criteriosas, feitas por uma equipe multidisciplinar, que irão garantir a segurança do procedimento.

Foto/Divulgação: Endocrinologista do Hapvida, Natasha Vilanova.
📷 Foto/Divulgação: Endocrinologista do Hapvida, Natasha Vilanova. |

“Para a cirurgia ser indicada, o paciente precisa passar por uma equipe multidisciplinar, incluindo o acompanhamento do médico endocrinologista. Este especialista é responsável pelo acompanhamento em relação às avaliações tanto clínica quanto laboratorial daquele paciente, identificando se esse paciente é portador de alguma comorbidade que precise ser tratada e reajustada, quando identificada alguma alteração laboratorial”, explica a endocrinologista Natasha Vilanova.

“Quando o paciente está apto para a cirurgia, o próprio médico endocrinologista autoriza o procedimento cirúrgico. Lembrando que o papel do médico não é só no pré-operatório, mas também, e principalmente, no acompanhamento pós-operatório”, completa a médica.

Quais os risco e complicações da cirurgia de redução do estômago?

A cirurgia bariátrica é uma alternativa eficaz de tratamento para a obesidade, porém podem ocorrer algumas complicações e para evitar os riscos, é importante continuar mantendo o acompanhamento com a equipe multidisciplinar.

"As principais complicações técnicas cirúrgicas são: sangramento, infecção com a abertura dos grampos, a trombose relacionada a embolia pulmonar, a obstrução intestinal, que são as aderências, a obstrução das anastomoses e essas complicações podem ser precoces ou tardias, por isso a necessidade de continuar o acompanhamento.", afirma o cirurgião bariátrico.

Quais os benefícios da cirurgia bariátrica?

De acordo com Natasha, estudos comprovam que os benefícios do procedimento bariátrico vão além da perda de peso: em pacientes obesos que enfrentam outras comorbidades, a cirurgia pode ser uma importante ferramenta para a melhora da qualidade de vida.

“Existem inúmeros trabalhos e estatísticas que apontam o benefício [da bariátrica] para [ajudar no tratamento] dessas comorbidades previamente diagnosticadas, a exemplo da diabetes e da hipertensão. Há melhora do sistema cardiovascular, melhora dos sintomas da apneia obstrutiva do sono, alívio de dores articulares, melhora da fertilidade. Mulheres que tinham dificuldade de engravidar conseguem ter uma maior chance após a perda de peso”, explica Natasha.

Resultado e exemplo de quem passou pela cirurgia de redução do estômago

A auxiliar de departamento pessoal Glenda Melo, 34 anos, decidiu fazer a cirurgia bariátrica após uma consulta médica, onde descobriu algumas comorbidades e viu a necessidade de encarar o procedimento. Em 2018, ela passou pelo processo cirúrgico e conseguiu perder 40 quilos.

"Eu, hoje, posso dizer que encarei a cirurgia da melhor forma possível. Nunca tive medo. Eu sempre quis fazer a cirurgia, pois eu queria ver os resultados e qualidade de vida foi o que eu tive após a cirurgia. Eu perdi 40 quilos em um período e eu sou grata a Deus, a minha família, a minha equipe multidisciplinar e eu continuo em contato com eles e com as minhas consultas", declarou Glenda Melo.

Cirurgia bariátrica: questão estética ou de saúde?
📷 |

Cirurgia bariátrica pelo SUS

Para se candidatar à cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente deve procurar um atendimento ambulatorial próximo de sua residência. O médico irá avaliar a necessidade da cirurgia para cada pessoa.

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Caso o procedimento cirúrgico seja indicado, o especialista insere o paciente na Central Estadual de Regulação, em seguida é feito o encaminhamento para o Programa de Cirurgia Bariátrica do Dr. Cid Pitombo. O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde determinam as regras da fila.

Serviço oferecido pela Sespa:

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), lançou uma iniciativa inédita: o programa Obesidade Zero, que tem o objetivo de atender de forma ágil e efetiva os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que necessitam de cirurgia bariátrica para tratamento da obesidade,

O primeiro passo para o paciente ser atendido é acessar, pelo site da Sespa, o hotsite do programa, desenvolvido em parceria com a Prodepa. Nele o paciente poderá tirar suas dúvidas sobre o procedimento e também fazer uma autoavaliação, por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e também respondendo algumas perguntas, que informarão ao paciente, naquele mesmo momento, se ele possui ou não indicação para fazer cirurgia bariátrica.

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