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PRECONCEITO

As dificuldades que influencers LGBTs+ passam diariamente

Mesmo com o crescimento de conteúdos LGBTs+ nas redes sociais, os influencers precisam lidar com 'hate' e ataques LGBTfóbicos todos os dias.

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Imagem ilustrativa da notícia As dificuldades que influencers LGBTs+ passam diariamente camera A produção de conteúdo para LGBTs+ aumentou, mas ainda atrai muito "Hater". | (Reprodução)

Entre exibições do corpo (os chamados "biscoitos"), memes e uma pitada de aceitação, os principais influenciadores brasileiros LGBTQIA+ no TikTok conquistam mais público a cada dia que passa. Somente na plataforma de vídeos, a tag #Lgbtqiabrasil soma mais de 31,1 milhões de visualizações na última semana. Assuntos correlatos, como a tag #familialgbt, receberam mais de mais 118 milhões de visitas no mesmo período.

Quem está à frente desses conteúdos é um trio que, somado, responde por mais de 110 milhões de curtidas em suas publicações: a lésbica Alê Xavier (@alexavier), o casal Rafa Cesar e Luke (@eurafacesar) e o queer Caio (@caiorevela). Com diferentes vertentes, mas unidos pelo fato de pertencerem à comunidade LGBTQIA+, os três são exemplos de que é possível faturar com as redes sociais, mas sem deixar de defender a bandeira da igualdade.

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Segundo eles, o mais difícil é lidar com o preconceito e como as pessoas ainda utilizam a tela do celular para disseminar ódio nos comentários. É hate atrás de hate, e muitos comentários feitos por gente que não aceita a forma como um casal LGBTQIA+ cria o filho, conforme relata Rafa Cesar e Luke.

Certa vez, o pequeno Kauan pediu para os pais pintarem suas unhas e eles foram em frente, com a ideia de mostrar que "não tem nada de mais". "Esse vídeo e a foto viralizaram em todas as redes sociais, e recebemos muitas mensagens de amor e também uma parcela de 'hate' muito preocupante com ameaças e difamações que foram devidamente respondidas judicialmente", conta Rafa à Folha de S.Paulo.

A rotina de produção dos vídeos é praticamente diária para os influencers. Enquanto Alê se dedica ao futebol, Rafa e Luke apostam em investigar perfis de fora do Brasil para servir como inspiração. Com o suporte de uma equipe de curadoria, Caio grava duas vezes por mês, apenas, espalhando as publicações ao longo do período. O próprio contato com os fãs ajudam no criativo.

Outro aspecto que é muito visível entre os criadores de conteúdo LGBTQIA+ é a "biscoitagem". O enaltecimento do visual é um dos tabus nas redes sociais, e colecionam curtidas dentro e fora da comunidade. Para Caio, por se considerar fora do padrão, ele adora imagens em que exibe seu corpo. "Acho isso muito importante, de saber que eu estou vendo uma pessoa com um corpo parecido com o meu fazendo isso, faz com que eu queira fazer também. Me ajuda a enfrentar a vergonha, medo do julgamento alheio e das expectativas dos outros", reforça ele.

PLURALIDADE

O mais interessante do trio, que sendo representantes de diferentes grupos da comunidade LGBTQIA+, é a pluralidade de conteúdos. No caso de Alê Xavier, o vídeo em que comenta os lances da final da Champions League recebeu mais de 3 milhões de visitas. Seu conteúdo é focado no esporte, mas sua personalidade se sobressai no conteúdo, com vídeos sobre a aceitação da família.

"Um dos momentos mais especiais foi quando um casal me parou numa festa para contar que assistia aos meus conteúdos e que esse vídeos estavam ajudando eles a aceitarem e compreenderem cada vez mais a filha deles", revela Alê, que tem mais de 330 mil seguidores no Tiktok.

Já no caso de Rafa e Luke, o fato de serem um casal LGBTQIA+ com um filho garante conteúdos variados. Desde a visita em casa, a criação do pequeno e até a sedução de outros meninos -que amariam formar um trisal com eles. "Ser um influenciador LGBTQIA+ representa mostrar que não há problema algum em ser o que é", reforçam eles. "É mostrar que somos normais como qualquer outra pessoa, com suas alegrias e tristezas, conquistas e fracassos e o que mais importa é viver a sua verdade sem medo!".

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