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Guedes critica Fies e: filho de porteiro virou universitário

Para ministro houve universidades que viraram caça-níqueis ao atrair o máximo possível de alunos

Imagem ilustrativa da notícia Guedes critica Fies e: filho de porteiro virou universitário camera Para o ministro, programa deu bolsa até para "filho de porteiro que zerou o vestibular" | Isac Nóbrega/PR

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quinta-feira (29) em entrevista à reportagem que o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e outros programas de cunho social criados na era petista fazem parte de um belíssimo trabalho, e que suas críticas são voltadas ao que chamou de excesso das medidas.

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Ele buscou esclarecer suas falas sobre o tema nesta semana dizendo que elas foram distorcidas. Guedes diz que não poderia ser contrário a iniciativas de parcerias com o setor privado na educação porque é um produto desse tipo de política.

"Eu sou um produto da oportunidade de educação. Eu sou de classe média e baixa e a vida inteira recebi bolsa de estudo baseado em performance e desempenho", afirmou.

Segundo Guedes, houve universidades que viraram caça-níqueis ao atrair o máximo possível de alunos na esteira dos recursos liberados pelo programa estudantil. E citou o caso do filho de um porteiro.

"Houve excessos no Fies. É verídico. O porteiro do meu prédio um dia me falou 'doutor Paulo, meu filho fez vestibular para uma faculdade privada, e olha a carta que recebi'. A carta dizia 'parabéns, o senhor foi aprovado com média...' e tinha um espaço. Era uma carta padronizada. E no espaço a média zero. Então claramente houve excessos", disse.

O ministro buscou esclarecer declarações feitas por ele em reunião no começo desta semana, transmitidas pela internet sem que ele soubesse em um vídeo posteriormente deletado pelo governo. As falas sobre o Fies foram relatadas pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta.

Guedes disse na reunião que algumas universidades abriram vagas para todo mundo. "Deram bolsa para quem não tinha a menor capacidade. Não sabia ler, escrever. Botaram todo mundo. Exageraram. Foi de um extremo ao outro", afirmou o ministro na reunião.

Em entrevista, Guedes disse não ser contrário ao conceito do Fies, apesar de manter críticas. Segundo ele, são justamente as parcerias do poder público com o setor privado que vão dar alívio para a demanda social existente no Brasil.

Hoje, diz, 76% dos alunos de ensino superior estão no sistema privado e atender tamanha demanda via poder público seria muito difícil.

"Não falei que [o Fies] foi um desastre. Eu defendo o voucher para a educação, que é mais importante do que emprestar dinheiro", afirmou.

"Isso é um drama hoje no mundo inteiro, você empresta dinheiro e ali na frente ele não consegue o dinheiro e não consegue pagar. Eu defendo o empréstimo, mas defendo ainda mais ainda o voucher", afirmou.

"Eu disse que houve excessos e esses excessos é que causam o desastre", disse. "Como eles deram R$ 10 bilhões, R$ 15 bilhões, R$ 20 bilhões com esses excessos, ficou insustentável. E de repente cai. Em vez de você fazer algo sustentável, você comete o excesso e depois há um colapso total", afirmou.

Para Guedes, o mesmo movimento aconteceu com outros programas criados no passado. "Isso aconteceu com quase tudo no passado, fizeram esses gastos tão grandes e depois caiu tudo. E nós estamos chegando agora e temos que arrumar, consertar as contas", disse.

Guedes diz ainda que tem uma história baseada em investimentos na educação privada. "Eu criei o Ibmec, eu fundei a Abril Educação quando foi comprada pela Kroton, eu tenho uma história de realizações. E daí falam que eu não quero educação. Eu tenho uma vida na educação", disse.

O ministro mencionou outros trechos da reunião, como uma fala sobre pessoas que queriam viver mais de cem anos e buscariam o sistema público de saúde.

Segundo ele, não foi uma crítica. Mas uma constatação sobre como lidar com recursos públicos e pensar em alternativas.

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