Medo domina a vida dos moradores no Telégrafo

Após tentativa de assalto a motorista no bairro do Telégrafo na terça-feira (31), moradores denunciatam a insegurança. O crime ocorreu por volta das 14h20, na rodovia Arthur Bernardes, próximo à passagem União, nos arredores do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e quase tirou a vida do motorista de um Honda Civic, que foi abordado por dois assaltantes, mas reagiu pisando no acelerador. Os criminosos chegaram a atirar no vidro do veículo antes de fugir e por pouco não acertaram o condutor.

Segundo o técnico de aparelhagem Mário Roberto, 56, assaltos são rotineiros no perímetro. Ele próprio já sofreu um quando ia para a casa de uns amigos há alguns meses, próximo à passagem Santo Antônio, quando foi rodeado por três assaltantes de bicicleta armados. “Levaram R$ 180 meus. A gente houve muito falar de casos assim por aqui, principalmente entre as 20h30 e 22h”, relata, destacando que assaltos a ônibus também são crimes comuns.

A dona de casa Luciana Amador, 38, por exemplo, afirma que quando sai à rua procura não facilitar. “Não ando sozinha nem com nada à mostra, sem joias, para não chamar a atenção”, conta. Segundo a moradora, assaltos a carros é evento cotidiano nas curvas da rodovia. “Principalmente dia de terça-feira à noite, devido à novena e o engarrafamento. Eles param carro direto”, comenta.

Já o comerciante Edson Dias, 67, que possui um açougue bem em frente a um posto de gasolina na Arthur Bernardes, afirma que é quase diário os assaltos que presencia. “Eu já sofri uma tentativa aqui no meu açougue, mas eu fiz que ia pegar uma arma no balcão e o moleque fugiu com medo, deixou até a bicicleta para trás”, conta.

Sobre o assalto de terça-feira, ele não presenciou, mas ouviu a vizinhança comentando. “É um atrás do outro. Os frentistas aqui do posto são todos meus amigos e fregueses e eles me contam o que sofrem”, denuncia.

Frentista relata 2 assaltos sofridos em 3 dias

Heroldi Nascimento, 34, por exemplo, é um dos frentistas do posto de combustíveis localizado na esquina da rodovia com a passagem Belém. Ele mesmo sofreu dois assaltos só na semana passada, um na quarta-feira e outro no sábado.

“Os dois foram por volta das 18h45. No primeiro eram dois de bicicleta, já no segundo vieram de carro”, compartilha o trabalhador. Nas duas ocasiões, Nascimento afirma que levaram um total de R$ 1.590,00 dele e dos colegas de trabalho.

Sobre o policiamento, ele diz que tem mas é deficitário. “Nesse horário, nunca tem polícia. Eles tão trocando de plantão e aí quando a gente liga, eles só dizem que já tão voltando pra base”, critica.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)