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POLÍCIA

Um mês após chacina, a vida não é mais a mesma

A chacina do bairro da Condor, em Belém, que deixou 5 pessoas mortas e 14 feridas - entre adultos e crianças - completou um mês ainda sem respostas das autoridades. Também não há suspeitos presos. A 22ª hora do dia 6 de junho último deixou marcas na vida

A chacina do bairro da Condor, em Belém, que deixou 5 pessoas mortas e 14 feridas - entre adultos e crianças - completou um mês ainda sem respostas das autoridades. Também não há suspeitos presos. A 22ª hora do dia 6 de junho último deixou marcas na vida de familiares das vítimas e mudou a rotina de convivência da vizinhança da Rua Nova II, que ainda convive com resquícios de medo.

Familiares de Evandro dos Santos Sá, 37 anos, que foi uma das vítimas fatais, ainda se emocionam ao lembrar dele. “Jesus está conformando a gente. Agora eu choro porque já tenho esta idade e me emociono. O Evandro era uma pessoa de bem, trabalhador, nunca deixou nada faltar para os filhos”, relatou emocionada a sogra da vítima, que não quis se identificar. “Estamos com muita saudade dele, era uma pessoa muito brincalhona, principalmente nesta época de julho, é triste relembrar. Foi um choque muito grande. O filho dele teve que fazer acompanhamento na psicóloga porque entrou em depressão pelo trauma. Ele estava com o pai na hora (do assassinato), viu o pai ali”, relatou a cunhada de Evandro.

Evandro foi baleado e morreu dentro de um bar, onde assistia a uma partida de futebol, pela televisão, junto com amigos. Ele era agente de portaria da Fundação Hemopa, em Belém.

Durante a manhã, a rotina dos moradores e dos pequenos comerciantes flui normalmente. Ontem, eles se reuniram nas portas de casa para conversar. Outros, conversavam nas escadas do bar, palco da chacina. É durante o dia, que as pessoas se sentem mais seguras, já que no cair da noite viram reféns do medo.

“Nunca mais foi a mesma coisa depois que aconteceu. A gente fica com medo ainda. Ninguém fica até tarde na rua. Antes, aqui era super-divertido, as pessoas sentavam na porta de casa e as crianças podiam ir para a rua”, comentou uma moradora, que não quis se identificar.

Na fatídica noite de 6 de junho, o medo, a agonia e a perplexidade das testemunhas, logo após o crime. (Foto: Antônio Melo/Arquivo)

A dona de um ponto de venda de churrasco, que também pediu para não ser identificada, teve que mudar seu horário de labuta. Segunda ela, as imagens da matança ainda estão presentes na lembrança. “Antes eu mantinha a venda aberta até 23h. Hoje eu fecho às 19h e me tranco em casa. Foi horrível, um choque muito grande para todos aqui, mataram pessoas de bem, então parei de trabalhar até mais tarde por medo”, relatou.

O CASO

Os homicídios ocorreram por volta das 22h de 6 de junho último, em um bar, onde era transmitido o jogo entre Paysandu e ABC, pela série B do Brasileirão. Ao término do jogo, ao menos 12 homens encapuzados e armados, com apoio de 2 carros, entraram na Rua Nova II atirando contra as pessoas dentro do bar. Ainda não se sabe o que motivou o ataque. A ordem, entre os criminosos, era executar até mesmo as crianças, segundo relato de testemunhas. Mais 14 pessoas foram baleadas, incluindo 2 crianças - um menino de 4 anos, atingido com um tiro no pé e uma menina de 5 anos, que levou tiro de raspão na cabeça.

No local morreram Rodney Vasconcelos Silva, Sebastião Souza Pereira e Jairo Lobato Pimentel. Evandro Sá chegou a ser socorrido para Hospital Pronto-Socorro do Guamá, onde não resistiu aos ferimentos. Na manhã seguinte, o sambista Ricardo Botelho foi a quinta vítima. Ele era segundo diretor da bateria da escola de samba Rancho Não Posso Me Amofiná e estava internado no Hospital Pronto-Socorro da 14 de março.

(Emily Beckman/Diário do Pará)

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