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PARÁ

Colégio particular de Belém marca evento para tratar feminicídio como 'show' e revolta

É cada vez mais frequente encontrar nos noticiários crimes caracterizados como feminicídio, que é o homicídio cometido contra mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero. Um número alarmante para um setor da sociedade que em 201

É cada vez mais frequente encontrar nos noticiários crimes caracterizados como feminicídio, que é o homicídio cometido contra mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero.

Um número alarmante para um setor da sociedade que em 2019, de janeiro a 23 de junho, 13 casos de feminicídio foram registrados em todo o Pará pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).

A instituição que tem como missão a “prestação de serviços educacionais de qualidade, visando a formação de cidadãos com valores éticos e morais a partir de uma prática pedagógica associada à utilização de recursos tecnológicos”, como eles mesmo se definem, organizou um evento que não teve a aceitação desejada.

Nominado como “Feminicídio – Palestra Show”, o evento reuniria jornalista, advogada e professores para debater o tema. Porém, a forma de espetáculo em que o tema foi abordado na publicidade nas redes sociais chocou os internautas, que encheram a publicação de críticas.

A publicação do banner foi realizada no dia 18 de junho na Fanpage do colégio e na manhã desta quarta-feira (26), ela foi apagada. Até o momento não houve nenhum tipo de posicionamento sobre a situação. O DOL tentou contato via email, Facebook e telefone do colégio Impacto para obter esclarecimentos, porém, foi informado que o responsável pelo marketing da instituição só retorna às 15h.

Para Felipe Gillet, presidente do Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA), abordagem da publicidade do evento foi feita de forma equivocada, justamente por se tratar de um tema sério. “Esse tipo de situação que acaba virando 'case' em palestras, para discutir sobre publicitária, de jornalismo, ou seja é como não fazer a divulgação de algo que é muito importante”, disse. “Trataram o assunto de maneira errada, com certeza o objetivo não era fazer um show para falar sobre feminicídio, isso é algo absurdo”, acrescentou.

O presidente ainda destacou que a boa intenção acabou virando um desastre. “Nessa situação específica entende que a intenção não era essa. Eu acredito que o Impacto como um colégio de formação de cidadão, de conhecimento e tudo mais, não teria intenção de transformar um assunto grave gravíssimo como feminicídio como show para divertir as pessoas”, analisou Felipe. “Nós gostaríamos de alertar o grupo responsável educacional Impacto para que consiga na próxima vez se fazer entender quanto as suas reais intenções”, finalizou o presidente.

Para Tatiana Oliveira, advogada, militante da Marcha Mundial das Mulheres e Secretaria da mulher trabalhadora da CUT Pará, o assunto não foi abordado com a responsabilidade necessária. ““Espetacularizar um assunto tão sério e delicado que é o feminicídio é a representatividade do total desrespeito para com as vítimas e seus familiares. Realizar um debate de tamanha profundidade sem a participação de mulheres que entendam do assunto e que combatam a violência machista que mata mulheres todos os dias no país”, destacou.

A advogada ainda lembra os dados do Pará quanto a violência da mulher e a forma que esse crime deve ser combatido. “De acordo com o Monitor da Violência, o Pará é o 7º estado com mais mulheres vítimas de homicídios e 8º em número de feminicídios. A educação é uma das formas de combater esse tipo de crime, mas com mulheres debatendo o tema, afinal nós somos as vítimas e temos experiências e conhecimento para falar a respeito. As mulheres negras devem ter voz nesse assunto, que segundo o Atlas da Violência a taxa de homicídios, nos últimos 10 anos foi maior entre as mulheres negras (5,3) que entre as não negras (3,1)”, explicou.

(DOL)

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