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PARÁ

Homicídios subiram 108,5% no Pará entre 2007 e 2017

Dados do Atlas da Violência, divulgado ontem, mostram que o Pará registrou em dez anos aumento de 108,5% no número de homicídios. Os números abrangem a década compreendida entre 2007 a 2017, quando a taxa de homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes

Dados do Atlas da Violência, divulgado ontem, mostram que o Pará registrou em dez anos aumento de 108,5% no número de homicídios. Os números abrangem a década compreendida entre 2007 a 2017, quando a taxa de homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes pulou de 30,3 (2007) para 54,7 (2017). Com registro de 4.575 homicídios em 2017, o Pará aparece como sexto estado com maior número de assassinatos em 2017, atrás de Bahia (7.487), Rio de Janeiro (6.416), Ceará (5.433), Pernambuco
(5.419) e São Paulo (4.631).

O estudo identifica dois fenômenos no país: enquanto mais estados reduzem a taxa de mortes violentas, há forte crescimento no Norte e no Nordeste. Em 2017, as taxas de homicídios por 100 mil habitantes foram bastante heterogêneas entre as unidades da Federação, variando de 10,3, em São Paulo, a 62,8, no Rio Grande do Norte. Houve diminuição no Sudeste e no Centro-Oeste, estabilidade no Sul e crescimento acentuado no Norte e no Nordeste.

O relatório foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.

“O que está acontecendo no Brasil é algo realmente estonteante e fora dos padrões mundiais. Poucos países se aproximam do Brasil em termos de taxa de homicídio”, afirmou Daniel Cerqueira, coordenador da pesquisa, em entrevista coletiva, realizada no Rio de Janeiro.

PÚBLICO

Os números divulgados mostram que homens jovens, com fortes implicações sociais e econômicas são as maiores vítimas de mortes por homicídio. Metade dos assassinatos cometidos em 2017 vitimou jovens na faixa entre 15 a 29 anos. No Pará esse fenômeno assustador vem se repetindo há mais de uma década. Em 2017, por exemplo, mais da metade das mortes por homicídio – 2.322 de um total de 4.575 – vitimou homens jovens.

Os pesquisadores consideram preocupantes esses números e falam em “juventude perdida por mortes precoces”. No caso do Pará, a taxa de homicídios de jovens em 2017 (195,6) foi mais que o dobro do que foi registrado no Haiti (70 por 100 mil habitantes), Honduras (85,7 mortes por 100 mil habitantes) ou Venezuela (81,4 por 100 mil habitantes), países de extrema pobreza ou que vivenciam uma grave crise interna, como é o caso da Venezuela.

A maioria das mortes foi causada no País por armas de fogo. (Foto: Mauro Ângelo)

ARMAMENTO

O Atlas da Violência mostra ainda que o número de pessoas assassinadas com armas de fogo no Brasil cresceu 6,8% entre 2016 e 2017, chegando ao patamar inédito de 47,5 mil mortes – ou mais de 70% dos homicídios registrados no ano. Considerando a década de 2007 a 2017, o crescimento foi de 24%. No Pará o crescimento do número de homicídios com armas de fogo na década foi de 80,7%.

Dos 27 estados, 13 tiveram aumento no número de mortes por arma de fogo. A maior alta foi registrada no Acre: 70%.

O coordenador da pesquisa defendeu que o Judiciário em sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal (STF), barre a flexibilização das armas. “Se isso não acontecer, olhando a literatura científica internacional das últimas duas décadas, existe um potencial extremamente perigoso para o Brasil. Porque uma arma de fogo em circulação não pode causar um homicídio imediato, ou no ano seguinte. Se bem conservada, tem vida útil de até 50 anos. Muitos dos assassinatos de hoje são praticados com um ‘três oitão’ comprado na década de 80”, disse Daniel Cerqueira.

(Luiza Mello de Brasília)

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