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Dona de casa atingida por avião relata momentos de susto e medo

Milena Santos estava no compartimento mais alto de sua casa, local onde funcionava um ateliê para a produção de bolos artísticos quando, no final da manhã de sábado (18), um avião monomotor caiu sobre a residência localizada no conjunto Roraima Amapá, no

Milena Santos estava no compartimento mais alto de sua casa, local onde funcionava um ateliê para a produção de bolos artísticos quando, no final da manhã de sábado (18), um avião monomotor caiu sobre a residência localizada no conjunto Roraima Amapá, no bairro do Souza, em Belém. Por sorte, as seis pessoas que se encontravam no imóvel não ficaram gravemente feridas, porém, o que permaneceu na memória da proprietária por mais de 20 horas após o acidente foi a cena de horror presenciada em família. “Eu fecho os meus olhos e só vejo sangue”.

O sangue gravado na memória de Milena, proprietária da casa atingida diretamente, era o dos tripulantes da aeronave de pequeno porte. Logo após a queda, foi constatada a morte do piloto do avião, identificado como Paulo Roberto Melo Marinho, de 40 anos. Os outros três passageiros da aeronave -identificados como Delvano Silva Rodrigues, José Ramos de Andrade e Antônio Carlos Frazão - foram resgatados com vida.

No momento em que viu a grande quantidade de escombros e sangue na escada de casa minutos após o acidente, porém, ela só conseguia pensar nos filhos. “Para mim aquele sangue todo era de alguém que estava na casa. Por sorte a minha filha entrou no quarto dela no momento em que o avião caiu e não foi atingida”, recorda Milena. “Eu não tinha noção de que era um avião que tinha caído sobre a minha casa”.

Além da filha de nove anos, o namorado de Milena e ela própria estavam no compartimento superior da residência na hora do ocorrido. O filho dela e outras duas pessoas se encontravam na parte de baixo. Ninguém foi gravemente atingido. “Eu não consegui escutar nem barulho. Só percebi que começou a desabar tudo e eu pensei que era algum problema na casa”, recorda. “Eu só soube o que tinha acontecido quando ouvi os vizinhos gritando: ‘foi um avião, foi um avião que caiu!’”.

A residência foi interditada. Foto: Sidnei Marcondes

ISOLAMENTO

Passado o momento do resgate das vítimas da aeronave, realizado na tarde de sábado, Milena disse que permaneceu por várias horas na frente da casa ainda sem acreditar no que havia acontecido. Na manhã de ontem, ela retornou ao local que permanecia interditado por fitas de isolamento da Polícia Federal (PF).

Eu só soube o que tinha acontecido quando ouvi os vizinhos gritando: ‘foi um avião, foi um avião que caiu!’” Milena Santos, proprietária do imóvel onde o avião caiu. Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará.

“Fizemos o Boletim de Ocorrência e eu fui ao médico para receber atendimento, mas a ficha ainda não caiu que isso aconteceu comigo.”, contou, ao mostrar arranhões nas pernas e no rosto, consequências da queda dos escombros. “Na hora em que tudo aconteceu a minha filha desmaiou porque viu o corpo do piloto. Não temos condições mais de entrar nessa casa, de morar aqui”. Advogada de Milena, Rayssa Freitas aponta que, até por volta de 10h de domingo, a empresa responsável pela manutenção da aeronave não havia prestado auxílio à família da residência atingida.

“No sábado ficamos aqui até 2h vigiando a casa. Não houve nenhum amparo, até o momento, por parte da empresa”, reforça. “Nós é quem procuramos a empresa para tratar do assunto e eles ficaram de dar uma resposta, mas não o fizeram até agora”, afirma.

Além do imóvel de Milena, outras residências eram mantidas interditadas na manhã de ontem. Vizinha pela parte dos fundos da residência atingida, outra casa mantinha uma fita de isolamento que impedia a entrada de qualquer pessoa. O radialista Marcos Vinícius Vidigal é inquilino do imóvel e conta que, no momento do acidente, apenas sua mãe estava na residência. “Caiu forro, uma pedra grande na cozinha, a caixa d’água caiu em cima do meu quarto”, conta. “A minha mãe, que tem 78 anos, estava se preparando para almoçar quando tudo aconteceu”. A senhora também não se feriu. Porém, ficou muito abalada.

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Proprietária do imóvel, a advogada Conceição Viana disse que também não foi procurada pelos responsáveis pela aeronave. “Até o momento não tivemos nenhuma resposta da empresa, nem mesmo para a questão de hotel para a minha inquilina. Ela precisou ir para casa de parentes”.

Laudo com as causas do acidente deve sair em 30 dias

Ainda na tarde de sábado, uma equipe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) esteve no local do acidente. Em nota, a Aeronáutica informou apenas que investigadores do Seripa I, órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), realizaram a Ação Inicial com o objetivo de coletar dados: fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos, diz a nota.

O prazo para a conclusão do laudo que deve apontar as causas do acidente é de 30 dias. As vítimas Delvano Rodrigues, José Ramos de Andrade e Antônio Carlos Frazão foram encaminhadas para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) logo após o resgate, no sábado. No final da manhã de ontem, o HMUE informou através de nota que um dos pacientes recebeu alta às 8h15 de domingo. Até por volta de 11h40 de ontem os dois pacientes restantes permaneciam no hospital e o estado de saúde de ambos eraconsiderado estável.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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