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PARÁ

Profissionais de saúde alertam sobre o risco da automedicação

O hábito de tomar remédios por conta própria, sem a orientação de um profissional, pode ocasionar riscos para a saúde. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% das internações hospitalares são causadas por mau uso de medicamentos.Sej

O hábito de tomar remédios por conta própria, sem a orientação de um profissional, pode ocasionar riscos para a saúde. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% das internações hospitalares são causadas por mau uso de medicamentos.

Seja para tratar uma dor muscular, de cabeça ou para aliviar os sintomas de um resfriado, a automedicação nunca é indicada. Somente um profissional da saúde, que tem completo conhecimento sobre medicamentos, é quem deve prescrever e ditar horários certos. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia, por meio do Instituto Datafolha, revelou que 77% dos brasileiros se automedicam.

A pesquisa também mostrou quais foram os medicamentos mais utilizados pelos brasileiros nos últimos seis meses. Um dado que chama a atenção é o consumo de antibióticos, ingerido por 42% dos entrevistados. O percentual é superado apenas pelo uso de analgésicos e antitérmicos, que 50% das pessoas declararam tomar.

O médico Diego Góes, do Hospital Regional do Sudeste do Pará, unidade pública de saúde gerenciada pela Pró-Saúde, explica que, mesmo antes do boom da indústria farmacêutica na década de 90, o nortista já tinha o hábito de se automedicar.

"Até a década de 80, era difícil o acesso a médicos hospitalares na região Norte do país. Então, muitas pessoas foram acostumadas a usar medicações fitoterápicas, como os chás, sem qualquer indicação profissional. Hoje, infelizmente, muitas farmácias vendem produtos sem exigir prescrição médica e há pessoas que têm em casa medicamentos de uso restrito hospitalar", comenta.

Outra pesquisa sobre o assunto, realizada em 2018, pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), coloca o Pará com uma das maiores médias entre os entrevistados que admitiram tomar medicamentos sem prescrição médica ou farmacêutica, com um índice de quase 80%. Foram consultadas 2.126 pessoas, em 129 municípios das cinco regiões do País.

A coordenadora farmacêutica no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, Daisy Esther, faz um alerta sobre os riscos. “A automedicação repercute negativamente no estado de saúde das pessoas, uma vez que, sem a orientação do profissional, o medicamento é consumido sem a certeza do problema de saúde que apresentam”, destaca.

Superbactérias

Já a coordenadora de Farmácia do Hospital Público Estadual Galileu, em Belém (PA), Jéssica Barbosa, destaca que, entre os perigos da automedicação, estão o surgimento de bactérias multirresistentes. “O uso indiscriminado dessa classe de medicamentos acaba proporcionando o surgimento de superbactérias, que estão cada vez mais difíceis de tratar, o que acaba por se tornar um risco não somente a saúde individual como a saúde pública”, alertou.

Interrupção do tratamento

No caso da interrupção por conta própria do tratamento com antibióticos, a coordenadora de Farmácia explica que o paciente está se expondo ao risco de agravar a infecção e possibilitar o desenvolvimento de resistência bacteriana ao antibiótico.

Para pessoas com doenças crônicas, como hipertensão ou diabetes, a atenção deve ser redobrada, pois a descontinuidade do tratamento eleva o risco de agravamento do quadro clínico e pode trazer uma redução na expectativa de vida. “A rede pública de saúde disponibiliza gratuitamente os medicamentos para hipertensão, asma e diabetes, nos programas ‘Aqui tem Farmácia Popular’ ou nos Centro de Atenção Psicossocial – CAPS. E o SUS disponibiliza, inclusive, medicamentos para tratamentos hormonais e fibrose cística”, ressalta a coordenadora Jéssica.

Bebidas alcoólicas

Outro ponto importante é o consumo de álcool em conjunto com medicamentos. A coordenadora de Farmácia do Hospital Estadual de Urgências e Emergências de Vitória (ES), Edna Ormi Galazi, explica que os perigos desta prática podem interferir diretamente na eficácia, já que o álcool interfere na absorção, comprometendo o tratamento.
“O álcool pode agir como indutor ou inibidor enzimático, potencializando ou tirando o efeito do medicamento. No caso de medicamentos ansiolíticos, que agem no sistema nervoso central, o risco é ainda maior”, pondera Edna.

Dicas:

- Medicamentos líquidos fazem efeito mais rápido do que os em comprimidos e capsulas, porém, dissolver um remédio em água não o torna mais eficaz. Isso porque, dependendo da composição, pode machucar a região da boca e garganta.

- Tomar remédios em jejum deve ser feito apenas com orientação médica. Alguns medicamentos possuem um teor de acidez muito elevado, que pode contribuir para uma intolerância gastrointestinal.

- No caso de esquecimento do horário do medicamente, dobrar a dose não fará o mesmo efeito. O ideal seria esperar o próximo horário e voltar a tomar corretamente. No caso dos antibióticos, é importante seguir à risca a prescrição e nunca se automedicar. O intervalo entre os horários é chamado de meia-vida, tempo em que a concentração do remédio cai pela metade. Se ingerir antes do horário, haverá o risco de intoxicação, e se ingeridos depois, a bactéria pode criar resistência. Por isso, é muito importante escolher um horário que se adeque a rotina para não prejudicar o tratamento.

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