MPs discutem situação do Ver-o-Peso

Os ministérios Público do Estado e Federal estão de olho nos problemas do complexo Ver-o-Peso, considerado o principal ponto turístico de Belém, mas que sofre com o abandono da administração municipal. Uma audiência pública será realizada hoje para discutir essas questões e o projeto de revitalização, que se arrasta há anos.

O tema da audiência é “Revitalização e novas formas de utilização do Complexo Ver-o-Peso”, e os procuradores e promotores pretendem ouvir os trabalhadores e a população sobre o projeto de reforma da feira. Em 2016, a Prefeitura apresentou um projeto de reforma do espaço, mas segundo o MPF nenhuma consulta foi feita para ouvir os feirantes, moradores da capital e órgãos que cuidam do patrimônio cultural brasileiro.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) chegou a analisar a proposta e teria pedido adequações ao projeto. Em março, no aniversário do cartão-postal, a Prefeitura garantiu que o Iphan teria liberado a obra.

Quem trabalha no local reclama das péssimas condições e do abandono. Francinete Soares, 55 anos, conta que há 32 trabalha no Ver-o-Peso. “A gente não precisa só da limpeza como é feita todo dia. Não temos um conforto e estrutura adequada para trabalhar. Precisamos de mais segurança para nós e os clientes que vêm deixando de visitar a feira”, comenta.

PROMESSAS

Várias instalações elétricas estão expostas, boxes sujos, lonas da cobertura rasgadas e várias peças da estrutura metálica enferrujadas. “Aqui só não está pior porque todo mundo se reúne, faz coleta e providencia os reparos. A prefeitura vem prometendo uma reforma há muito tempo, mas os anos passam e nada é feito”, disse Emilio Evangelista, 75.

Na audiência pública de hoje, os participantes vão poder fazer sugestões e críticas a respeito da reforma e funcionamento do espaço. A audiência será no auditório Nathanael Farias Leitão, na sede do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), que fica na rua João Diogo, nº 100, no bairro da Campina. O evento começa às 15h.

(Diário do Pará)