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Maternidade após os 40: Gravidez como de Fernanda Lima exige cuidados especiais. Entenda!

O número de mulheres que tiveram filhos após os 40 anos aumentou em quase 50% em 20 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. BABY DOL: Diário Online lança matérias especiais sobre maternidade Violência obstétrica: cicatrizes e traumas da agressão f

O número de mulheres que tiveram filhos após os 40 anos aumentou em quase 50% em 20 anos, segundo dados do Ministério da Saúde.

Para a ginecologista obstetra Jacqueline Pereira, que atua como médica obstetra no projeto Nascer Bem Hapvida e como 1º Tenente Médico na Marinha do Brasil, o universo feminino mudou nas últimas décadas, seja pelo aumento da expectativa de vida ou por outras prioridades definidas na vida, que acabam postergando a gravidez.

“A expectativa de vida das mulheres antes girava em 50 anos, casavam cedo e rapidamente tinham filhos. Hoje, com o aumento da expectativa de vida, espera-se que vivam em média 80 anos. Outro fator é que a mulher atual estabeleceu outras prioridades em sua trajetória de vida, que vão além de casar e ter filhos. Elas ingressam nas universidades e passaram a disputar espaço no mercado de trabalho. Além disso, o surgimento de métodos anticoncepcionais seguros e mais acessíveis, facilitou o momento oportuno de gestar. Nesse contexto, vimos a mulher postergando este momento cada vez mais”, explica Jacqueline.

Ginecologista obstetra Jacqueline Pereira explica os desafios da maternidade após os 40 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo Jacqueline, de modo geral, o intervalo entre os 20 e 30 anos é o período mais fértil da vida da mulher, quando teoricamente a gravidez aconteceria mais rápido.

“Esse critério evoluiu com o tempo. Na década de 60, considerava-se ideal a faixa entre os 18 e 25 anos. Atualmente, do ponto de vista anatômico e funcional, consideramos como melhor período para a primeira gravidez, a faixa entre 20 e 29 anos. Antes disso, o aparelho reprodutor não está completamente desenvolvido e depois há uma redução na fertilidade feminina”, destaca.

A especialista ressalta ainda, que a capacidade reprodutiva começa a cair por volta dos 30 anos. “A mulher já nasce com determinada quantidade de óvulos e não produz mais ao longo da vida. Com os anos, este suprimento passa por um processo natural e contínuo de redução. A capacidade reprodutiva cai e vai aumentando gradativamente, sendo que por volta dos 35 torna-se mais acelerada, alcançando níveis muito baixos por volta dos 42 anos”.

A REALIZAÇÃO DO SONHO

Como a maternidade era algo que Graça Galvão de Lucena tinha desejado tanto, ela achou que estava preparada e ia tirar de letra, mas não foi exatamente o que aconteceu.

“Foi uma gravidez que já estava sendo planejada há algum tempo, mas por mim. Eu e meu esposo, na época, estávamos com apenas três meses de namoro. Eu fiz o exame (BCG) mesmo sem a minha menstruação está atrasada, eu sentia que alguma coisa não estava normal. Foi uma surpresa muito grande, um desafio muito grande”, explica.

Graça sempre desejou ser mãe e deu luz aos 41 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Sem saber como o parceiro iria reagir, principalmente por ter saído recentemente de um antigo relacionamento, Graça relembra que enfrentou uma gestação conturbada.

“Além dos problemas que enfrentamos depois que a ex-mulher dele ficou sabendo da minha gravidez, ainda tive deslocamento de placenta. Entrei de benefício na empresa, não subia escadas, tive que evitar fazer serviços um pouco pesados, evitar estresses e aborrecimentos, mas tirando isso, foi uma gravidez tranquila”, comemora a mãe da Maria Vitória, hoje com 5 anos, que deu luz aos 41 anos.

SUSTO AO SE DEPARAR COM O POSITIVO

Valéria Ferreira descobriu que seria mãe novamente aos 42 anos. Em um relacionamento de apenas três meses e com um filho de 14 anos que sempre deixou claro a intenção de ser filho único, ela viu o chão “desabar” ao se deparar com o exame positivo.

“Percebi algo muito estranho, meus seios pareciam ter líquido dentro. Nesse mesmo dia era para ter vindo o meu período menstrual e não veio. Me preocupei, pois era certo o dia. Comprei um teste de farmácia e para a minha surpresa e desespero, deu positivo. O chão de abriu, vieram mil coisas na cabeça. Não satisfeita, refiz o teste no outro dia, positivo novamente. Fui ao laboratório e fiz o teste de sangue, positivo. Ainda não acreditando, fui a um laboratório de uma conhecida, ela fez o teste na minha frente, onde esperei por duas horas. O resultado, também positivo. Nessa hora eu tive que aceitar, estava grávida. Chorei muito, mais muito, pois não era o que queria e sempre tive muito cuidado para prevenir a segunda gravidez”, explica.

Com uma rotina definida, Valéria viu sua vida mudar de cabeça para baixo, principalmente, após contar a “novidade” para o filho.

Valéria foi pêga de surpresa com a chegada do segundo filho. Na foto, ela com Thiago, Arthur e Théo. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Ele chorou muito. Mas conforme o Théo ia mostrando que estava presente, foram criando vínculo aos poucos. Você não tem noção como foi difícil, pois para mim parecia o fim do mundo. Foram necessários três meses para eu aceitar a gravidez, passou pela cabeça interromper, mas minhas convicções e minha religião não permitia essa crueldade. Pensei, sou de maior, solteira e independente, seja o que Deus quiser. Próximo dos três meses, ainda era difícil aceitar a realidade que supostamente eu já estava imaginando. Foi quando minha irmã me chamou e falou umas verdades que até hoje agradeço muito. A partir desse exato momento, passei aceitar o presente, estava grávida e estava gerando um ser que ia depender de mim para o resto da vida”, relembra.

Valéria “aceitou” a nova realidade e aproveitou a gestação. “Nesse dia, renasci e amanheci aceitando e amando meu bebê. O papai Thiago sempre me apoiou. É um paizão. Foi uma gestação com todos os sintomas possíveis, trabalhei até o 8º mês, pois precisei parar devido a pressão. Meu bebê nasceu com 38 semanas, com 2,960 kg e 49 cm. Ele é o amor das nossas vidas. Hoje, estou com 45 anos, Théo com 2 anos 11 meses, Arthur com 17 anos. Mas te confesso, se eu soubesse como é maravilhoso o segundo filho, teria providenciado antes. Théo veio para me ensinar muita coisa. Resiliência e empatia foram umas”, comemora.

Será que tenho problemas de infertilidade?

Se as tentativas naturais de uma gravidez foram frustradas é necessário procurar ajuda médica para avaliar a fertilidade.

“Os casais que não conseguem engravidar após um período de 12 meses, mantendo relações sexuais frequentes e sem o uso de métodos contraceptivos, merecem uma avaliação detalhada da sua função reprodutiva, afim de identificar possíveis alterações na sua fertilidade, que possam justificar a não obtenção da gravidez”, explica a ginecologista obstetra.

A médica obstetra no projeto Nascer Bem Hapvida, explica que a gravidez tardia pode gerar complicações para o bebê e que, neste período, “o risco de alterações cromossômicas (Síndrome de Down) é maior quando comparado com mulheres com menos de 35 anos”. Além disso, a especialista ressalta que há maior ocorrência de partos prematuros, recém-nascidos com baixo peso e aumento nos índices de mortalidade neonatal.

“Ao se deparar com a gestante nessa faixa etária, entre muitos detalhes que norteiam este atendimento, devemos atentar para o componente psicológico, uma vez que estamos diante de uma gestação superestimada, superdesejada e rodeada de muitos medos. Do ponto de vista técnico, ressaltar que o período é o de menor fertilidade e, em muitos casos, essas pacientes precisam recorrer a técnicas de reprodução assistida para alcançar o desejo de ser mãe. Uma vez grávidas, o atendimento pré-natal tem que estimular todos os fatores de riscos aumentados, lançar mão de todo o aparato tecnológico laboratorial e de imagem para ampliar o sucesso da gestação”, explica a especialista.

Para a obstetra, o grande desafio da gravidez após os 40 anos está na atuação do profissional, que deve ser habilitado e atualizado neste acompanhamento, afim de evitar e/ou diminuir a ocorrência de complicações, finalizando a gestação em um parto com menores riscos para a mãe e o bebê.

“Nessa fase encontramos riscos aumentados de complicações para o binômio materno fetal (síndromes hipertensivas, diabetes gestacional, abortamento espontâneo, gestações múltiplas, sofrimento fetal, hemorragia pré-parto e parto cesariana, entre outras). Portanto, a paciente tem que iniciar precocemente o atendimento no pré-natal de alto risco”, recomenda.

FAMOSAS: MÃES APÓS OS 40

É o caso da apresentadora Fernanda Lima, que aos 41 anos, anunciou que está grávida novamente e terá que redobrar os cuidados com a gestação, classificada como de risco, nomenclatura que considera, entre outros fatores, a idade da mulher.

Veja outras famosas que também tiveram filhos após os 40 anos:

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3 de abril 2019. Grávidos e felizes!

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Reportagem: Andressa Ferreira/DOL

Coordenação: Enderson Oliveira/DOL

(DOL)

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