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GERSON NOGUEIRA

Confira os destaques da coluna do Gerson Nogueira

Adeus, meninos!  O destino, sempre tão citado em momentos de dor, não pode ser responsabilizado pela tragédia que vitimou um time de meninos das divisões de base do Flamengo, na madrugada de sexta-feira. Depois de desastres provocados por falhas humanas

Adeus, meninos!

O destino, sempre tão citado em momentos de dor, não pode ser responsabilizado pela tragédia que vitimou um time de meninos das divisões de base do Flamengo, na madrugada de sexta-feira. Depois de desastres provocados por falhas humanas – queda do avião da Chapecoense e rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho –, o Brasil meio que se acostumou ao aleijão da desculpa pronta. Fica mais cômodo dizer que “Deus quis”, mas as coisas não são simples assim.

Os garotos dormiam em contêineres que não poderiam ser usados como alojamento. Precisou acontecer o pior para que a Prefeitura do Rio notasse que havia emitido um edital de interdição em outubro de 2017. Como o clube não tomou providências, foi multado 30 vezes só naquele ano por falta de alvará de funcionamento.

Uma rotina brasileira. Vidas humanas tratadas como artigos de menor importância. Mariana e Brumadinho estão aí mesmo para contar história. Abusos e irresponsabilidades se acumulam e geram impunidade.

Antes que os meninos fossem tragados pelas chamas num espaço clandestino (sem registro junto aos órgãos oficiais), sem pontos de escape ou fuga, coberto e cercado por material inflamável, as autoridades deixaram a coisa correr frouxamente.

Nunca existiu registro de licenciamento para uso como dormitório, apenas para uso futuro como estacionamento. E a Prefeitura admite, só agora, que o certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros nunca foi apresentado e, por isso, o alvará não foi concedido.

Ainda mais assustador no episódio é que, além das condições inapropriadas, não havia um adulto responsável pela segurança dos meninos ali alojados.

O clube até sexta-feira à noite não havia se manifestado sobre as irregularidades apontadas pela Prefeitura do Rio. Em choque, dirigentes não sabiam o que dizer, limitando-se ao protocolar ritual de condolências e promessas de apoio às famílias das vítimas.

Cabe mencionar, ainda, a postura desleixada dos órgãos de imprensa, quase todos ocupados em retratar exclusivamente o óbvio: a forte emoção gerada pela morte de dez jovens atletas.

O jornalismo espetaculoso monopolizou a cobertura, sem preocupação em levantar a pontinha da toalha e investigar as condições do depósito humano existente no Ninho do Urubu. Lágrimas em abundância, informação quase zero.

Só à noite, quase 15h depois do incêndio, surgiram as primeiras informações válidas sobre a origem da tragédia, com a descoberta da coleção de autuações sofridas pelo clube há dois anos.

Sempre que algo impactante ocorre em nossas vidas buscamos extrair algo que seja minimamente válido para o futuro. Aprender com os erros e alimentar a esperança (ou ilusão) de que aquilo não se repetirá.

O Brasil é campeão mundial em desfazer tais esperanças. Impunidade, omissão, ganância, negligência e acobertamento são as palavras mais associadas às recentes desgraças nacionais, sem nada que permita acreditar que o amanhã será diferente.

Para os pais, como eu, resta a lição óbvia e eterna: acompanhar e fiscalizar a caminhada dos filhos mesmo quando não estejam mais sob nosso olhar diário, sem confiar jamais nas promessas de terceiros.

O ocorrido no CT do Flamengo permite imaginar como funcionam os alojamentos de meninos (alguns ainda crianças) nos clubes mais modestos e menos renomados e observados do país.

Um vídeo mostrando os meninos cantando em momento festivo exibe também o diminuto cubículo onde morreram de maneira tão estúpida, provando que o desleixo e a indiferença podem acometer até mesmo clubes que possuem milhões de reais para contratar grandes astros a peso de ouro.

Impossível não pensar: até quando o jeitinho vai continuar matando tanta gente no Brasil?

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 21h, com a presença de Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião na bancada. Em pauta, a terceira rodada do Parazão.

Telespectadores podem participar com perguntas e concorrer a prêmios oferecidos pelo programa.

Contra o Japiim, Papão ajusta suas linhas para o Re-Pa

Com a anunciada volta de Bruno Oliveira à lateral direita, o PSC enfrenta o Castanhal hoje no estádio Maximino Porpino, com um duplo objetivo: manter a campanha 100% e promover ajustes para o clássico Re-Pa do próximo domingo.

João Brigatti admitiu ter dúvidas em todos os setores do time. Na defesa, Perema pode fazer dupla com Micael ou entrar jogando ao lado de Vítor Oliveira. De concreto, o sentimento de que a zaga precisa ser mais firme e cometer menos erros.

No meio-campo, Marcos Santos tem chances de ganhar a posição que foi de Alan Calbergue nos dois primeiros jogos. Na frente, Paulo Rangel volta e Caion pode ceder a vaga para Vinícius Leite.

Mesmo que o tema seja habilmente evitado, é fato que Brigatti busca sanar problemas vistos nas duas rodadas anteriores a fim de chegar bem encaixado no Re-Pa do dia 17.

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