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Por que Belém alaga tanto? E vem mais chuva por aí!

Diante de uma chuva mais forte, os locais de alagamento já são conhecidos em Belém. A avenida João Paulo II, a esquina da avenida Alcindo Cacela com a rua dos Mundurucus e a esquina da avenida Governador José Malcher com a travessa 9 de Janeiro são apenas

Diante de uma chuva mais forte, os locais de alagamento já são conhecidos em Belém. A avenida João Paulo II, a esquina da avenida Alcindo Cacela com a rua dos Mundurucus e a esquina da avenida Governador José Malcher com a travessa 9 de Janeiro são apenas alguns exemplos de trechos conhecidos de acúmulo de água da chuva.

No que se refere estritamente a questões técnicas, o professor do curso de engenharia sanitária e ambiental da Universidade Federal do Pará (UFPA) Neyson Mendonça destaca que é possível solucionar o problema.

Ele explica, em primeiro lugar, que a ocorrência de grandes pontos de alagamento em Belém é decorrente de características da própria cidade e da forma como ela foi urbanizada. “A questão de Belém alagar está muito relacionada com a topografia da cidade”, aponta. “É uma região muito plana e, ao longo da ocupação da cidade, ela sofreu modificações em seu solo que agravaram isso”.

O professor explica que, ao longo do processo de urbanização da capital, o solo de ocupação natural começou a ser tomado por um sistema impermeável de cobertura, como as avenidas, por exemplo. Tal modelo é responsável por limitar a quase zero a capacidade de infiltração no solo.

“Essa baixa capacidade de infiltração no solo faz com que a água, em uma área toda impermeável, se acumule muito rapidamente”, relaciona o professor. “Frequentemente a gente vai ter esses pontos de alagamento, sobretudo nos locais onde tem um baixo nível do solo”, destaca.

CANALIZAÇÃO

Para atenuar a situação, o professor destaca que existe a possibilidade de se trabalhar com foco no conceito de canalização e tubulação. A ideia é construir espaços para que seja possível o armazenamento da água da chuva. “Ao logo dos anos Belém fez os canais para que pudessem acumular água e realmente escoar. Porém, a gente precisa, agora, partir para outro nível de planejamento que é tentar fazer um pouco da reservação dessa água de drenagem”, aponta.

“A reservação nada mais é do que estudar qual é a capacidade para estes locais que alagam de forma mais crítica e criar sistemas tipo piscinão subterrâneo que armazenassem água das chuvas mais críticas”. Para que tal tecnologia seja empregada em uma cidade como Belém, Neyson destaca que seriam necessários vários anos.

Solução mais rápida e barata poderia ser a melhor utilização dos canais existentes. “Já temos um número de canais que estão colocados aí, mas a maioria tem conexão com a baía sem comporta. Poderia se trabalhar para que esses canais funcionassem como sistemas de acúmulo de água, mas aí a gente precisaria que a população não jogasse lixo dentro dos canais”, reforça.

“Sem essa colaboração, teríamos que fazer canais fechados, o que também aumenta muito o custo”. Independentemente da técnica empregada, o professor destaca que não há saída sem a conscientização da população e empenho dos gestores da cidade. “Estamos gastando milhões por ano para limpar canais. Agora imagina se esse montante fosse direcionado para controle de enchentes”, considera. “Precisamos realmente reestudar e nos debruçar sobre essa questão da drenagem. Tecnicamente é possível resolver”.

Vem mais chuva por aí...

Com os problemas de alagamento já enraizados em diferentes bairros de Belém, a população vai precisar de paciência para lidar com o grande volume de chuvas que ainda deve cair na cidade este mês.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as fortes chuvas observadas em Belém nos últimos dias devem se repetir até o final da primeira quinzena de fevereiro. Diretor do Inmet, José Raimundo Abreu aponta que, apesar das chuvas intensas, o volume
observado até o 8º dia deste mês está dentro do esperado para o período.

Nos primeiros 8 dias de fevereiro, o índice pluviométrico registrado foi de 120 milímetros, sendo que o esperado para o mês todo é 400 milímetros. “Até o dia 15 continuará com essa situação de chuvas praticamente todos os dias”, diz. “Ainda assim, a expectativa é de que o volume de chuvas vá ficar dentro do normal”.

Índice pluviométrico

O índice pluviométrico se refere à quantidade de chuva por metro quadrado em determinado local e em determinado período.

Se, por exemplo, o índice pluviométrico de um dia, em um certo local, foi de 2 mm, significa dizer que, se fosse colocada no local uma caixa aberta medindo um metro de base, o nível da água dentro dela teria atingido 2mm de altura naquele dia. (Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe).

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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