Bares e lanchonetes já estão extinguindo canudos de plásticos em Belém

A exemplo do que já ocorre em várias cidades do mundo, bares, restaurantes e lanchonetes de Belém já começaram a abolir o uso de canudinhos plásticos, trocando por canudinhos feitos de outros materiais que não agridem ao meio ambiente - como o papel, por exemplo. A medida visa a conscientização ecológica sustentável do produto, haja vista que o plástico é considerado um dos principais inimigos do meio ambiente.

Um levantamento iniciado pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará (SHRBS-PA) apontou que os associados que possuem pequenos e médios empreendimentos foram os pioneiros na adoção destes produtos considerados sustentáveis. Até o momento, a entidade sindical não tem um dado exato sobre o número de bares e lanchonetes que substituíram os canudinhos de plástico pelos de papel.

"A nossa ideia inicial era de tratar o tema com os nossos associados, uma vez que a extinção do uso de canudinhos plásticos é uma discussão mundial. Logo constatamos que micros e médios empreendedores já estão confeccionando os próprios canudinhos - um exemplo a ser seguido", comemorou Fábio Menezes, presidente SHBRS-PA.

"Eles (os empresários) pesquisaram sobre como fazer estes canudinhos de papel e aos poucos estão se aprimorando", pontuou. "Vale ressaltar que a substituição do canudinho de plástico por um do modelo ecologicamente correto não representa alterações de custos. Pelo contrário, o investimento é na preservação de nossos rios, do meio ambiente como um todo", destacou Fábio.

Desde o ano passado, o canudinho plástico tem sido considerado um dos principais inimigos do meio ambiente. Na verdade, ele se tornou um símbolo do combate do descarte irresponsável de plásticos na natureza. No Rio de Janeiro, por exemplo, uma lei pune com uma multa de R$ 6 mil os proprietários de bares e restaurantes que continuam usando este tipo de produto.

"O próprio público que frequenta os estabelecimentos de alimentação fora do lar e bares tem mudado o comportamento. Muitos clientes já passaram a questionar os estabelecimentos quanto a oferta de canudinho de papel nas bebidas e sucos", atentou Fernando Soares, assessor jurídico do sindicato. "A confecção dos produtos agrega valor ao negócio e isto é interessante para o nosso mercado, haja vista, por exemplo, que temos uma gastronomia muito forte e que exalta muito a natureza amazônica", desfechou.

Um fato curioso na mudança, é que alguns empresários também estão confeccionando os próprios canudinhos biodegradáveis. Esse é o caso do empresário Diego Monteiro, proprietário de um estabelecimento gastronômico em Belém.

Em entrevista ao DOL, ele contou como foi para fazer a mudança. “Vimos que em muitos lugares do Brasil já estavam mudando e pensávamos muito na preservação do meio ambiente e os danos que os canudinhos causavam. Sabemos que o plástico é um dos maiores problemas dos mundo, pois poluem os rios e matam os animais. Nós ajudamos ONGs de animais, então acabava sendo contraditório a gente usar os canudinhos plásticos. Então queríamos fazer parte dessa preservação”, conta.

“Mas aí não queríamos comprar e fomos vendo como fazer em casa mesmo. Os primeiros vimos que estavam ficando mole e fomos aperfeiçoando, até que conseguimos colocar uma resina, que não deixa o papel ficar mole em contato com o líquido. Claro que não pode demorar muito tempo, mas é o tempo suficiente para que a pessoa tome a bebida tranquilamente. Hoje são nossos familiares que produzem os canudinhos que utilizamos no estabelecimento”, afirma.

Diego Monteiro afirma que a clientela aprovou a mudança. “Eu lembro de um cliente que, quando ainda utilizávamos canudinhos de plástico, não aceitou pegar porque disse que não queria matar as tartarugas. Hoje eles aprovam a mudança e, cada vez mais, a população está preocupada com o meio ambiente”, diz.

O empresário explica ainda que com uma folha A 4 é possível fazer de 2 a 3 canudinhos. Ou seja, com uma única resma de papel a produção pode chegar em 1500 canudinhos. “Também posso dizer que, além de ajudar na preservação do meio ambiente, chegamos a economizar utilizando canudinhos de papel”, finaliza.

(DOL com informações do SHRBS-PA)