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Aventura: Pé na estrada e muita história pra contar

Durante 365 dias, “a casa” do casal Luiz e Gleyci Wanzeler se resumiu a duas grandes mochilas. Casados há 11 anos, empregados e com apartamento próprio em São Paulo, o casal decidiu realizar um sonho antigo de Luiz: dar a volta ao mundo. Fora os planejame

Durante 365 dias, “a casa” do casal Luiz e Gleyci Wanzeler se resumiu a duas grandes mochilas. Casados há 11 anos, empregados e com apartamento próprio em São Paulo, o casal decidiu realizar um sonho antigo de Luiz: dar a volta ao mundo. Fora os planejamentos imprescindíveis para a realização da jornada – como documentação e vacinas - o casal deu início à aventura com basicamente três metas estabelecidas: a viagem precisaria durar um ano, o trajeto teria que dar uma volta completa no globo terrestre e seria fundamental conhecer as sete maravilhas do mundo.

Tendo isso em mente, o engenheiro Luiz Wanzeler, 36 anos, e a profissional de marketing Gleyci Wanzeler, 36 anos, saíram em viagem em julho de 2017 e retornaram apenas em julho de 2018. Durante a jornada, conheceram 29 países e tiveram que lidar com 26 moedas diferentes. Os meios de transporte utilizados foram os mais diversos: trem, avião, barco, carro, ônibus e, claro, os próprios pés. Para que dessem conta de explorar tudo o que as cidades tinham a oferecer, o casal chegava a andar de 6 a 10 km por dia.

Para que a aventura fosse iniciada, porém, Gleyci lembra que foi preciso coragem. Entre as lições conquistadas a partir das experiências vividas ao longo do ano, ela conta que uma das principais está a necessidade de se permitir sonhar. “A primeira viagem é pessoal. A de se libertar para viver os sonhos” destaca. “A maior viagem que se pode fazer é a do desbloqueio mental para se permitir passar por aquela experiência”.

As primeiras conversas sobre o sonho iniciaram em agosto de 2016 e apenas em abril de 2017 eles definiram uma data. O período foi importante para que a ideia fosse amadurecida e os trâmites necessários acertados. Com tudo pronto, Luiz e Gleyci se permitiram conhecer o que o resto do mundo tem para mostrar. “A gente saiu com uma ideia, atendendo àquelas três metas, e no meio do caminho a viagem ia se desenhando conforme íamos visitando alguns lugares”, lembra Luiz.

“Tínhamos a ideia de ir ao Camboja para sermos voluntários por duas semanas, mas quando estávamos na Indonésia, o contato que tínhamos feito nos ligou avisando que não poderia mais nos receber porque outros voluntários permaneceriam por mais tempo, então mudamos o caminho e fomos pela Malásia”.

Já na Tailândia, o casal foi ‘seduzido’ a ir para Myanmar, país que inicialmente não constava no roteiro de visita. “A gente ia muito sentindo os sinais de por onde tínhamos que ir e, para isso, tínhamos que estar livres para uma cultura como a de Myanmar, em que eles utilizam uma raiz para limpar os dentes”.

Outro ponto de decisão surgiu quando o casal estava no Egito. Naquele ponto eles teriam que decidir se prosseguiriam viagem pelo Sul ou pelo Norte da África. Porém, nessa altura da viagem, a mãe de Luiz pretendia viajar, saindo de Belém, para visitar o casal. O país mais viável para o encontro era a Espanha e, por isso, Luiz e Gleyci acabaram seguindo viagem pelo Norte da África.

Para Luiz, a possibilidade de redesenhar o trajeto de acordo com as experiências vivenciadas, sem dúvidas, deu um gosto especial à viagem. “Se já vai para uma viagem com tudo muito programado, a pessoa não fica aberta ao novo. Acaba indo para a viagem mais para ‘checar’ os pontos já estabelecidos no roteiro”, avalia. “A pessoa acaba não ficando muito aberta a entender aquela cidade, ouvir as pessoas, o contexto histórico do lugar”.

É também sem muitos planos definidos que os amigos Eliezer Santos, 48 anos, e Sidney Fernandes, 45 anos, dão início às inúmeras viagens que já realizaram na companhia de suas esposas e, claro, das motos. Os dois se conheceram, há 11 anos, no moto clube Abutre’s e, desde então, acumulam histórias de viagens cumpridas sempre com boas doses de aventura.

HISTÓRIAS

Eliezer e Sidney acumulam histórias de viagens cumpridas sempre com boas doses de aventura (Foto: Irene Almeida)

À medida que os amigos se propõem a relembrar as emoções já vivenciadas nas estradas, as histórias vão se desencadeando em cascata, como se uma puxasse a lembrança da outra. Na maioria das vezes, as memórias são responsáveis por arrancar risadas dos dois, como na vez em que, em uma viagem que reunia um grupo de cerca de 20 motoqueiros que seguia com destino a Recife, a opção de dormida encontrada na estrada foram as suítes máster de um motel, onde dormiram cerca de 10 pessoas em cada quarto.

“As melhores viagens são as não planejadas. A gente apenas combina que tem que estar no ponto de partida no dia tal e saímos”, comenta o tatuador Sidney Fernandes. “Às vezes planejamos de sair bem cedo e dormir em Teresina, mas acabamos não dormindo”.

Na dita viagem em direção a Teresina, Sidney e Eliezer, acompanhados pelas esposas, seguiam em suas motos pela estrada quando se depararam com uma cachoeira. O grupo não titubeou em parar e aproveitar o que o caminho estava lhes oferecendo. “De repente um senhor apareceu, pescou um peixe para comermos e ofereceu a cabana dele pra gente dormir”, lembra Sidney. “Ele foi embora para a cidade e nós dormimos lá. De manhã ele já apareceu de volta, acompanhado da esposa, com pão e café para a gente”.

Os exemplos de hospitalidade e solidariedade são recorrentes. Não é preciso muito esforço para que Eliezer e Sidney relembrem inúmeras situações em que foram ‘salvos’ pela solidariedade dos moradores do interior do Brasil. “Há dois anos eu fui para o Rio de Janeiro sozinho de moto e no meio do Tocantins acabou minha gasolina e o celular não pegava”, recorda o gerente, Eliezer.

“Nesse momento surgiu um agricultor em uma moto, parou e disse que para chegar no posto mais perto eu teria que andar 20 km. Então ele permitiu que eu tirasse um litro e meio de gasolina da moto dele para que eu chegasse no vilarejo. Eu tive que insistir muito para que ele aceitasse o pagamento pela gasolina”.

Outra aventura que marcou Eliezer foi quando ele seguiu viagem para o Chile, acompanhado de outro amigo do moto clube que, na época, ele conhecia há cerca de apenas um mês. Depois de algumas pesquisas na internet, os dois saíram em suas motos em direção ao outro país. “Saímos daqui só com a data de volta, sabíamos que teríamos 30 dias para viajar, mas não tínhamos definição de onde iríamos dormir, quanto tempo íamos passar em cada cidade”.

Uma das poucas coisas que Eliezer já tinha programado era a única região em que ele não queria passar a noite: Paso de Jama, localidade entre a Argentina e o Chile. O local é o ponto mais alto da Cordilheira dos Andes e, para quem não está acostumado, uma altitude tão elevada provoca mal-estar. “O problema é que ficamos sem gasolina na estrada, o que atrasou a viagem e acabamos tendo que dormir justamente em Paso de Jama e no dia do meu aniversário, 3 de fevereiro”.

Depois de muita comemoração com os moradores do vilarejo próximo ao posto de combustível em que pararam e de alguma falta de ar e dor de cabeça – por conta da altitude -, os amigos enfrentaram mais uma aventura na hora de pegar as motos para seguir viagem. “O óleo da moto tinha congelado”, diz. “Mas o pessoal já era acostumado com isso e ajudou a gente a resolver o problema”.

Viagem com a família

No final do ano passado e início deste, Antônio saiu em viagem de carro com a esposa Andréa, a filha Isabela e os sogros. (Foto: Wagner Santana)

As condições climáticas também deram uma graça a mais à viagem do advogado Antônio Neto, 48 anos. No final do ano passado e início deste, Antônio saiu em viagem de carro com a esposa Andréa Santos, 46 anos, a filha Isabela Santos, 9 anos, e os sogros Fernando Augusto e Vera Lopes.

Saindo de São Paulo, o grupo passou por Curitiba (PR), Navegantes (SC), São Joaquim (SC), Gramado (RS), Tubarão (SC) e novamente Curitiba e depois São Paulo. “No caminho entre Curitiba e Navegantes pegamos uma chuva de granizo que precisamos desviar por uma estrada de terra e a única saída foi entrar em um cemitério e deixar o carro debaixo de uma árvore para proteger”, lembra Antônio, que já havia realizado viagens de carro para cidades mais próximas, como Fortaleza, Recife, Maceió e Brasília.

DIFERENCIAL

Quando se trata de uma viagem por estrada, o advogado destaca que o grande diferencial está, justamente, no percurso. “Nas estradas do Sudeste e Sul a gente viu muitos campos de flores, cenários diferentes, culturas diferentes das nossas”, destaca. “O que ficam são muitas histórias para contar”.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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