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Aterro sanitário está quase no limite de armazenamento na Região Metropolitana

Desde que começou a atuar no aterro sanitário instalado no município de Marituba, a empresa responsável pelo gerenciamento do local, Unidade de Valorização Sustentável (UVS) Guamá Tratamento de Resíduos, afirma já acumular um prejuízo de R$ 90 milhões. So

Desde que começou a atuar no aterro sanitário instalado no município de Marituba, a empresa responsável pelo gerenciamento do local, Unidade de Valorização Sustentável (UVS) Guamá Tratamento de Resíduos, afirma já acumular um prejuízo de R$ 90 milhões. Somente a inadimplência no pagamento por parte das prefeituras de Belém e Ananindeua chega a R$ 12, 4 milhões.

Exatamente por isso a empresa aponta que a última célula que recebe os resíduos de Belém, Ananindeua e Marituba chegará ao final de sua vida útil em maio de 2019, ficando impossibilitada de receber sequer mais um caminhão de lixo.

O diretor regional da UVS Guamá, Ângelo Castro, explicou que, para a empresa continuar com as operações de captação de lixo, seria necessário realizar novos investimentos e construção de novas fases do aterro sanitário. Segundo a empresa, a falta de pagamento das Prefeituras e a defasagem do valor pago por tonelada de lixo impossibilitaram tal investimento. “A empresa comunicou às Prefeituras, autoridades do Estado e Ministério Público que, encerrando a capacidade de vida útil dessa célula, o recebimento dos resíduos no aterro estará comprometido”, disse.

OUTROS SERVIÇOS

Ainda que o recebimento de lixo seja interrompido, as demais atividades da empresa continuarão normalmente. “Seja para o tratamento de resíduos, de gases, monitoramento de águas subterrâneas superficiais... Tudo o que a lei e o próprio TAC firmado com o Ministério Público exige irá continuar por até 20 anos. O que não poderemos mais, a partir de maio de 2019, é receber novos caminhões com resíduos por falta de capacidade de armazenamento”.

As autoridades foram informadas na última terça-feira (27) sobre o caso, mas a UVS Guamá não recebeu nenhum posicionamento oficial por parte dos gestores municipais.

O diretor revela ainda que as tentativas de conversa com as autoridades para tentar solucionar o problema do pagamento já ocorrem há três anos. “Em 2015 foi firmado um contrato temporário de seis meses por um valor excepcional. Esse prazo foi vencido e o valor original ofertado pela empresa nunca foi acordado com os municípios”, contou.

40 MIL

É o total de toneladas de lixo que são recebidas por mês pelo aterro sanitário de Marituba; 73% dos resíduos são provenientes de Belém; 18% de Ananindeua; 4% de Marituba e 5% de empresas privadas que possuem convênio com a gestora do aterro.

R$65,33

É o valor recebido até hoje pela UVS Guamá por tonelada de resíduo. Em 2015 foi acordado, entre a empresa e as prefeituras de Belém e Ananindeua o valor de R$ 60 por tonelada. O montante, abaixo do pedido inicialmente, que era de R$ 92, foi acordado em caráter excepcional e por seis meses. Porém, a empresa aponta que, hoje, com as devidas atualizações, o valor necessário para o funcionamento do aterro seria de R$114,20 por tonelada.

O que dizem as prefeituras DE BELÉM, ANANINDEUA E MARITUBA

Na quinta-feira (29), a Prefeitura de Ananindeua informou que “honra com seus compromissos sem comprometer outros valores que possam desfocar pagamentos que o órgão tem de fazer e que vai quitar a dívida”.

Já a de Marituba, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, informou que “é isenta do pagamento de qualquer taxa para depositar os resíduos sólidos produzidos pelo município”. A Prefeitura de Belém não se manifestou.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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