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Muretas que cercam canais são uma ameaça para a população

Além de servirem como depósito de lixo e entulho, os canais de Belém não passam por limpeza e manutenção regular. Tanto que as muretas de proteção estão quebradas e oferecem riscos aos moradores e quem precisa trafegar pelas vias paralelas aos canais.Nos

Além de servirem como depósito de lixo e entulho, os canais de Belém não passam por limpeza e manutenção regular. Tanto que as muretas de proteção estão quebradas e oferecem riscos aos moradores e quem precisa trafegar pelas vias paralelas aos canais.
Nos bairros da Pedreira e Canudos, por exemplo, os escoadouros começaram a ceder. Em alguns trechos, a queda afetou até o asfalto das ruas. “Tenho medo de andar perto desse canal e cair para dentro dele. A mureta que era de proteção não existe. Logo que fizeram era bonito, mas não tinha essa sujeira. E quando chove, a água vem trazendo todo o lixo da rua para dentro das nossas casas”, disse Sebastiana Chaves, 77, aposentada, que mora em frente ao canal quase esquina com a avenida Marquês de Herval.

O técnico de enfermagem Alexandre Costa, 54, que também mora naquele trecho, reclama do trabalho executado pela Prefeitura de Belém. “Quando limpam o canal, provam que o lixo não é o único problema do alagamento em Belém, mas é a falta de drenagem”.

Alexandre revelou que durante as quatro décadas em que mora ali, já precisou trocar de geladeira três vezes, perdeu móveis e fez alguns ajustes dentro de casa para tentar impedir que a água invada a residência nos dias de chuvas fortes, quando o canal transborda. “Isso é o resultado de vários alagamentos. Com isso, vem outros prejuízos, como a desvalorização do imóvel, o direito de ir e vir impedidos e problemasde saúde pública”, criticou.

SOLO

No canal da Gentil, entre as travessas Barão de Mamoré e Guerra Passos, além da mureta de proteção do canal estar quebrada, também está cedendo. E junto com ela, o asfalto da avenida Gentil Bittencourt, em São Brás, o que dificulta quem trafega por ali. “Esse canal está cedendo há anos. É complicado porque a gente fica com medo de passar perto e cair. O jeito é trafegar mais perto da calçada”, contou Elinete Raposo, professora, 44. A moradora lembra que faz muito tempo que o canal não passa por manutenção. “Foi na época do prefeito Edmilson Rodrigues. Na gestão passada, era feita uma limpeza por ano. Agora nem isso”, acusou.

Como não bastasse a falta de limpeza de entulhos regular, quem mora no trecho do canal da Gentil entre as passagens Segunda de Quelux e Juvenal Cordeiro também denuncia o fluxo de veículos pesados que estaria contribuindo com a queda da mureta. “São caçambas e maquinário para a obra do Tucunduba que passam por aqui. Essa via não tem estrutura para suportar tanto peso. A gente está dentro de casa sente o tremor no chão quando esses veículos passam”, revelou Ivanildo Coelho, 52, autônomo. “Se continuar, não vai demorar muito para esse canal ceder”, acrescentou Carlos Azevedo, 32, vigilante.

EXPLICAÇÕES

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), diz que tem um diagnóstico das ações necessárias nos canais. Para garantir as intervenções, que incluem recuperação de muretas de proteção, busca recursos. Para a manutenção dos canais da Bacia do Una, os recursos estão garantidos com repasses do BID, e as obras estão em fase de contratação. Enquanto isso, ações emergenciais são realizadas com isolamento de segurança em trechos de risco.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)

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