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Militantes paraenses de Bolsonaro pedem anulação de questão do Enem sobre linguagem

Além de ser classificada por Jair Bolsonaro como 'doutrinação', a questão do Enem sobre variações linguisticas - um dos assuntos cobrados pelo exame - e que trazia como exemplo um trecho de uma reportagem sobre o pajubá, linguagem popular muito usada por

Além de ser classificada por Jair Bolsonaro como 'doutrinação', a questão do Enem sobre variações linguisticas - um dos assuntos cobrados pelo exame - e que trazia como exemplo um trecho de uma reportagem sobre o pajubá, linguagem popular muito usada por travestis, também está sendo alvo de críticas por parte de alguns paraenses.

Um grupo de advogados locais ligados a uma página do Facebook chamada “Família Bolsonaro PA” informou nesta segunda-feira (5) que entrará na Justiça para pedir a anulação da questão da disciplina Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.

Na publicação, os autores fazem duras críticas ao que chamam de “esquerdopatas”, e classificam a comunidade LGBT como “um determinado grupo de seres humanos brasileiros que não fazem parte de um contexto social abrangente do dia-a-dia da maioria dos estudantes que faziam a prova”.

Na mesma publicação, os autores classificam a linguagem, que foi utilizada apenas como um exemplo de códigos linguísticos, como “literatura vulgar”. Para justificar a suposta ação judicial pedindo a anulação da questão, a assessoria jurídica da página irá argumentar que o dialeto não foi referenciado no edital do certame, e portanto, não poderia fazer parte da prova.

“ (...) tal dialeto ou literatura vulgar não estão referenciados no edital do certame, cancelando qualquer habilitação para avaliar a habilidade do estudante dentro desse contexto social. Ficando explícito questão tendenciosa a erros!”, argumentam os autores da publicação.

O post recebeu quase três mil interações e mais de 1500 comentários, a maioria criticando os argumentos apresentados pelos apoiadores de Bolsonaro.

Página também Denuncia Incitação ao "Incesto"

A página Família Bolsonaro foi além das críticas sobre a questão dos dialetos. Em uma publicação posterior, os autores também denunciam uma suposta incitação à prática do incesto em uma questão do exame que faz referência à sexualidade.

“Mais um caso sobre o Enem 2018. Dessa vez encontramos incesto, no trecho em que uma garota fecha os olhos e imagina a vó e a tia se beijando”.

A questão utiliza um pequeno texto onde uma garota narra a dificuldade em revelar sua sexualidade para a família. Veja o post:

Especialistas Nacionais Comentam Questões

A reportagem do jornal Folha de São Paulo entrou em contato com coordenadores de cursinho e docentes, logo após as críticas feitas por Bolsonaro. Todos elogiaram o conteúdo da prova.

Celio Tasinafo, diretor pedagógico do cursinho Oficina do Estudante, um dos mais prestigiados a nível nacional, disse que já previa que a prova pudesse ter algum tipo de questionamento sob o ponto de vista ideológico, porém, refutou as críticas de Bolsonaro.

“Eventualmente, a prova poderá ser atacada por ter um viés ideológico. Mas isso é um sintoma do nosso contexto atual que quer ver tudo sob um aspecto de ideologia. A prova não é ideológica, a menos que consideremos que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela ONU é ideológica. O Enem fala sobre questões básicas da sociedade, como racismo, a mulher na sociedade. Sempre foi assim”, disse ele ao jornal.

O diretor executivo do cursinho paulista Poli, Gilberto Alvarezm também defendeu a questão, criticando o método utilitarista defendido por Bolsonaro.

“O que se espera de qualquer cidadão mundial é que seja crítico em relação as mudanças no mundo, em seu país e em seu trabalho. As melhores políticas de educação no mundo partem do pressuposto de que ele precisa entender o contexto em que ele está inserido. O ensino de instrução é ultrapassado no mundo”, analisou.

(DOL)

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