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76% das estradas avaliadas no Pará estão em condições precárias

Mais uma vez, o relatório da Pesquisa CNT de Rodovias mostra que os trechos das rodovias estaduais paraenses estão entre os piores do Brasil. A maior parte das estradas pavimentadas no Pará é de pista simples e entre as que estão listadas, algumas que ofe

Mais uma vez, o relatório da Pesquisa CNT de Rodovias mostra que os trechos das rodovias estaduais paraenses estão entre os piores do Brasil. A maior parte das estradas pavimentadas no Pará é de pista simples e entre as que estão listadas, algumas que oferecem pior trafegabilidade são: PA-150, PA-151, PA-252, PA287, PA-447, PA-475 e PA-483. A 22ª edição da pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) expõe a triste realidade enfrentada por quem precisa trafegar por essas vias.

A CNT revelou que 76,5% das vias avaliadas no Pará foram classificadas como péssimas, ruins ou regulares. A pesquisa percorreu 3.903 km no Estado e, desses, 23,5% (916 km) foram considerados ótimos ou bons. Os trechos das estradas paraenses fazem parte da ligação Belém/Guaraí (Tocantins) pela BR – 222, e está listada como a 104ª pior ligação rodoviária do país. O trecho Marabá/Dom Eliseu (BR-222) é o 107º pior.

Para chegar a esses índices, o estudo levou em consideração as condições do pavimento, da sinalização e da geometria da via. Com rodovias tão problemáticas, os paraenses têm um acréscimo de 31,1% no custo do transporte rodoviário, enquanto a média nacional é de 27%. A elevação se deve ao fato de que rodovias com deficiência têm menos segurança, exigem mais manutenção dos veículos e maior consumo de combustível.

Na avaliação da CNT, para a reconstrução, a restauração e a manutenção dos trechos danificados nas rodovias avaliadas no Estado, seriam necessários investimentos da ordem de R$ 728,16 milhões. Já para a manutenção dos trechos desgastados, o custo estimado é de R$ 640,95 milhões.

Ou seja, toda a dinheirama despejada pelo governador Simão Jatene agora, nos derradeiros dias de seu mandato à frente do Governo do Estado do Pará, no programa “Asfalto na Cidade”, cujo volume de recursos pode chegar a R$ 300 milhões, poderia ter sido usada para fazer as melhorias necessárias nesses trechos desgastados.


Pista cheia de ondulações, buracos e asfalto "esfarelando" elevam riscos na PA-150 (Foto: Michel Garcia)

SINALIZAÇÃO

Lembrando que a falta de sinalização ou sinalização com problemas e a péssima qualidade da pavimentação são os principais problemas listados pela CNT no relatório referentes aos trechos das rodovias estaduais paraenses. E são também essas as principais razões apontadas como causadoras de acidentes.

As rodovias que atravessam o Pará também apresentam problemas de geometria como pontes em curvas, viadutos em trechos inadequados, curvas perigosas e acostamento estão incluídos na variável geometria da via. A pesquisa constatou que 81,7% da extensão pesquisada não têm condições satisfatórias de geometria; 18,3% tiveram classificação ótima ou boa nesse aspecto. O Estado tem 98,2% da extensão das rodovias avaliadas de pista simples de mão dupla.

Foram identificados 72 pontos críticos (47 trechos com buracos grandes; 20 trechos com erosões na pista e 5 trechos com quedas de barreira)

Este ano a CNT também divulgou o Anuário CNT do Transporte 2018 – Estatísticas Consolidadas que mostrou que mais de 71% das vias rodoviárias do Pará não são pavimentadas. Desde 2005, a pavimentação chegou a apenas 660 km de estradas. São 30.600 km sem nenhum tipo de pavimentação em todo o Estado. Em 12 anos a malha rodoviária do Pará cresceu apenas 1,3%. Em 2005 o sistema rodoviário paraense somava 42.291 km, crescendo apenas 593 kms.

Ondulações na pista e asfalto de péssima qualidade na rodovia PA-150

Os problemas na PA-150, no trecho entre Jacundá e Marabá, continuam causando revolta em motoristas que passam pela via. Em pouco mais de 80 km, o que se vê são ondulações causadas pela péssima qualidade do asfalto e buracos em determinados trechos. Quem não conhece a situação da rodovia acaba se prejudicando ao forçar demais os freios do veículo, caindo em buracos, podendo ter problemas na suspensão e até correr risco de acidentes mais graves.

Desde as obras de reforma da PA-150 em 2013, os condutores que utilizam a rodovia sofrem com buracos e ondulações. Aditivo de R$ 18 milhões foi feito para nova reforma e construção de acostamento em 2016, mas a situação da rodovia continua a mesma no trecho entre Jacundá e Morada Nova.

Obras foram feitas, mas em vão. Fernando Lima Cunha, comerciante, 47 anos, morador próximo da rodovia, explica que toda vez é assim. “Esse asfalto foi colocado em maio e já está assim. Os caminhoneiros são os que reclamam mais”.


Pista cheia de ondulações, buracos e asfalto "esfarelando" elevam riscos na PA-150 (Foto: Michel Garcia)

RISCOS

A via já passou por reparos com recapagem no asfalto e construção de pontes há quase 2 anos. Porém, testemunhas contam que as ondulações formadas na pista, nos trechos entre Marabá e Nova Ipixuna já causaram acidentes.

O motorista Francisco Canindé de Oliveira, 57 anos, transporta peixe de Tucuruí para Parauapebas pelo menos três vezes por semana e se revolta. “A situação da estrada está péssima, acaba com o carro. A gente trabalha, paga todos os impostos, ajeita tudo e o povo não arruma as coisas que a gente precisa, principalmente os nossos políticos”.

Francisco, que trabalha há mais de cinco anos fazendo a rota pela PA-150, afirma que já presenciou acidente ocasionado pelas péssimas condições da estrada. “Um dia desses, depois de Goianésia, uma carreta tombou”, recorda.

UM ANO DEPOIS...

Em agosto de 2017, a Secretaria de Estado de Transportes (Setran) havia informado que identificou problemas de afundamento de trilhas de roda, buracos e deformações em um trecho de 65 quilômetros da PA-150, entre Jacundá e Morada Nova, apesar das correções feitas nos pontos mais críticos da rodovia. Informou ainda que determinou a realização de perícia e instaurou sindicância para identificar as razões que levaram a esse estado de deterioração e as responsabilidades pelos danos. Contudo, até agora os problemas continuam.

(Luiza Mello e Sucursal de Marabá/Diário do Pará)

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