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Professora que levou alunos para sessão de Pantera Negra recebe premiação nacional

Uma iniciativa que comoveu a cidade de Belém no primeiro semestre deste ano - quando a professora Lília Melo fez uma campanha para levar alunos de uma escola na Terra Firme para ver o filme Pantera Negra nos cinemas - ganhou reconhecimento nacional nes

Uma iniciativa que comoveu a cidade de Belém no primeiro semestre deste ano - quando a professora Lília Melo fez uma campanha para levar alunos de uma escola na Terra Firme para ver o filme Pantera Negra nos cinemas - ganhou reconhecimento nacional nesta segunda-feira (15): Lilia venceu a etapa regional do prêmio Professores do Brasil 2018 e irá representar a região Norte na fase nacional.

Em março, o DOL ajudou a divulgar a campanha para que a professora conseguisse levar os alunos ao cinema. O Shopping Bosque Grão-Pará “abraçou” a causa e, em parceria com o UCI Cinemas, proporcionaram o momento especial para 250 crianças e jovens.

Lília Melo venceu a premiação na categoria Ensino Médio. Ela atua há 10 anos como professora na Escola Estadual de Ensino Infantil, Fundamental e Médio Brigadeiro Fontenelle, localizada no bairro da Terra Firme, na capital paraense. No total, são 18 anos no magistério.

O projeto que rendeu a premiação à Lília se chama “Terra Firme: Juventude periférica - Do extermínio ao Protagonismo!” e incentiva a produção de conteúdos audiovisuais pelos próprios alunos da escola, nos quais eles relatam as histórias e o cotidiano da juventude negra e periférica de Belém. Narrativas que muitas vezes, infelizmente, envolvem os casos de massacres e extermínios de jovens no bairro.

Alunos ao final da sessão de Pantera Negra em cinema de Belém (Foto: Marco Santos/Diário do Pará)

“Não é uma premiação minha. O que faço é simplesmente relatar o que a juventude da Terra Firme está fazendo. Sou uma professora que tive uma grande sorte de conhecer essa comunidade e poder me transformar em um instrumento que reverbere essa voz que há em todas as periferias do País. Estamos falando em sair do extermínio e transformá-lo em protagonismo”, relata Lília.

EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE NEGRA

O extermínio da juventude negra e periférica ao qual a professora se refere, infelizmente, teve um episódio bem concreto que motivou ainda mais o projeto: a chacina que vitimou cinco membros da mesma família no final do mês de abril deste ano, na Terra Firme. Uma das vítimas do massacre era aluno de Lília na escola Brigadeiro Fontenelle.

“A escola toda ficou para baixo com aquele massacra. Muitos estudantes perderam a vontade de sair de casa. E nós enfrentávamos ‘toques de recolher’ no bairro. Não podíamos ocupar as praças e outros espaços públicos da mesma forma. Quando os alunos retornaram do processo do cinema [campanha para o filme Pantera Negra], eles voltam com diversas instituições querendo ouvir as histórias deles”, relata Lília.

“Antes do projeto, eles eram, no máximo, plateia nas palestras em universidades. Depois da exibição do filme, eles voltam às universidades como protagonistas, recebendo convites para palestrar, falando sobre a experiência deles. Isso ajuda a construir a identidade sociocultural deles. Eles não são somente alvos de extermínio. Eles podem usar esse medo como instrumento poderoso de transformação, por meio do cinema, por meio da cultura”, continua Lília.

A experiência com o filme Pantera Negra, inclusive, que levou 400 alunos da Terra Firme para assistirem à produção da Marvel, deu origem ao documentário “Nós por Nós”, feito pelos próprios alunos no âmbito do projeto “Cineclube TF”, da professora Lília.

Agora, a docente quer fazer uma segunda edição da ida dos alunos às salas de cinema, com uma quantidade semelhantes de estudantes à primeira edição. Para isso, ela conta com o interesse e o apoio de diretores dos circuitos comerciais de cinema de Belém.

“Mas a nossa perspectiva não é ir para ver qualquer filme. Não é pelo puro entretenimento. Queremos fazer disso uma ferramenta pedagógica”, conclui Lília.

O resultado da etapa nacional do prêmio Professores do Brasil 2018 deve ser divulgado em cerimônia no Rio de Janeiro no próximo dia 29 de novembro.

(DOL)

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