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Mais de 28 mil foram mortos nos dois mandatos de Jatene

Em 7 anos e 9 meses de duas gestões consecutivas do tucano Simão Jatene (PSDB), 28.248 pessoas foram assassinadas no Estado, com números sempre aumentando de um ano para o outro. Uma média anual de 3,5 mil mortes. Ou 10 assassinatos por dia. Os dados estã

Em 7 anos e 9 meses de duas gestões consecutivas do tucano Simão Jatene (PSDB), 28.248 pessoas foram assassinadas no Estado, com números sempre aumentando de um ano para o outro. Uma média anual de 3,5 mil mortes. Ou 10 assassinatos por dia. Os dados estão no Atlas da Violência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Estados tradicionalmente violentos conseguiram reduzir drasticamente seus indicadores, como São Paulo, - 46% em dez anos -, enquanto o Pará se mantém entre os mais sangrentos do Brasil.

A má gestão é uma das causas desse cenário desolador. Para se ter uma ideia, no ranking da eficiência pública, o Ceará, cuja receita por habitante é quase a mesma do Pará, divulgado pela Folha em agosto, o primeiro figura em 9ª posição, enquanto nós, na lanterna, amargamos um 25º lugar, ganhando apenas do Amapá. Ainda segundo a Lupa, agência de fast-checking, o número de mortes violentas intencionais aumentou em 20% entre 2014 e 2017. O número de policiais mortos chegou a quase 70% a mais e as mortes em ações policiais cresceram assustadores 146,3%, no mesmo período.

Se faltou humildade para pedir cooperação federal, sobrou orgulho para aceitar quando o próprio Governo Federal ofereceu ajuda. Estudos, pesquisas, os próprios números da Segurança Pública, tudo publicado com frequência, mostrava que era preciso mudar a estratégia. Porém, além de uma troca de gestores inexpressiva - do apagado Gen. Jeanot Jansen para o repetido Luiz Fernandes Rocha - e algumas reuniões de cúpula altamente noticiadas para criar a sensação de que o Executivo estava agindo, nada de eficaz foi feito.

O que sobrou foi a falta de competência em gerenciar os recursos e aprimorar as técnicas de combate ao crime, além de promover concursos para as polícias e equipá-las melhor. Para Leonardo Marcone, especialista em Segurança, há erros de estratégias para combater o problema. “Vem desde ações sociais, trabalhando preventivamente, e fazer a capacitação dos profissionais de segurança para que possam gerar novos resultados”, sugere. A banalização do assassinato, bem como o fato de que há muitos crimes sem investigação também contribuem para esse cenário.

Governo falha em não pedir ajuda federal, diz deputado

O ativista social Nazareno Lobato perdeu uma neta de 8 anos, que junto com uma coleguinha de 6, foram sequestradas, torturadas, estupradas, mortas e tiveram os corpos deixados em um terreno no bairro do Tenoné, onde ele até hoje mora, em 2014. O crime teve repercussão, mas segue impune. Mesmo o acusado de ocultação de cadáver, que indicou onde as meninas foram abandonadas, segue sem ser preso há quatro anos, conta ele, que hoje preside a Associação Vida Pará. “Falta equipamento no Instituto Médico Legal para as perícias. Não tem prova, não tem crime. Falta delegado especializado em homicídio, delegados forenses, e não tem”, critica.

O fonoaudiólogo Roberto Rivelino é filho da empresária Maria de Nazaré Borges de Alcântara, assassinada junto com Iranilma Prestes dos Reis, que trabalhava na casa da família, em junho desse ano, após sacar uma grande quantidade de dinheiro no caixa eletrônico de um supermercado, próximo ao Jardim Sideral. Os dois acusados estão presos, foram julgados e aguardam o anúncio da sentença. Ambos já tinham passagens pela Polícia. “Foi um ato de extrema violência, praticado por dois jovens com antecedentes criminais, mas que estavam gozando de liberdade” lembra o filho da vítima.

De acordo com o deputado estadual Carlos Bordalo (PT), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), todas as pesquisas já realizadas sobre violência tem um consenso: quanto mais miséria, pobreza e exclusão, mais violência. “São fatores onipresentes nesses cenários: ausência de políticas públicas e de cidadania; De policiamento ostensivo e cidadão, da presença do aparelho de segurança pra prevenir. Aqui o projeto é de desmonte do sistema de segurança”, lamenta o parlamentar.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o aceitável em qualquer Estado como o Pará é um policial militar para cada 250 habitantes, mas aqui essa proporção passa de 600/1. “ Essa teimosia do Governo em não fazer cooperação federal, tem aspectos danosos. Em todos os estados onde houve, caiu a criminalidade. Mas aqui o Governo teima em achar que sozinho dá conta de um desafio desses”, critica o deputado estadual.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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