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Jatene torrou mais de R$ 386 milhões em propaganda em 7 anos de governo

É um escandaloso derrame de dinheiro: desde janeiro de 2011 e até o último dia 4 de outubro, o Governo de Simão Jatene torrou mais de R$ 386 milhões em propaganda, em valores atualizados pelo IPCA-E do mês passado. A montanha de dinheiro equivale a mais d

É um escandaloso derrame de dinheiro: desde janeiro de 2011 e até o último dia 4 de outubro, o Governo de Simão Jatene torrou mais de R$ 386 milhões em propaganda, em valores atualizados pelo IPCA-E do mês passado. A montanha de dinheiro equivale a mais de 7 vezes o que foi gasto na construção do Hospital Metropolitano, em Ananindeua, que custou cerca de R$ 50 milhões, a preços atuais.

Também representa quase o dobro de tudo o que Jatene gastou, no ano passado, no funcionamento do Hospital Ophir Loyola, que atende pacientes que sofrem de câncer e que padecem com a falta de quase tudo: menos de R$ 195 milhões. É, ainda, mais de 11 vezes o que o governador investiu, no ano passado, na compra de equipamentos para a polícia (R$ 34,7 milhões). E o mais inacreditável é que quase a metade dessa montanha de dinheiro foi parar nos cofres da Griffo Comunicação, empresa que pertence ao marqueteiro Orly Bezerra, que coordena as campanhas eleitorais do PSDB no Pará.

Os números foram extraídos pelo DIÁRIO do Balanço Geral do Estado, o documento que registra todas as despesas e receitas do Governo; do Siafem, o sistema de administração financeira de estados e municípios; e dos demonstrativos contábeis do Banco do Estado do Pará (Banpará), cujo principal acionista é o Governo do Estado, com 99,97% das ações.

O resultado desse levantamento é estarrecedor: o dinheiro torrado em propaganda por Jatene supera em quase 9 vezes o que ele investiu, no ano passado, na construção e reforma de todos os prédios da área de Segurança Pública (R$ 43,2 milhões). Também daria para sustentar durante um ano a Santa Casa de Misericórdia do Pará, que gastou, no ano passado, menos de R$ 304 milhões atualizados.

HOSPITAL

E olhe que a conta inclui todas as despesas daquele hospital: desde o copo descartável e o cafezinho, até o fio usado para dar pontos cirúrgicos e os salários dos médicos e enfermeiros, que atendem a milhares de pacientes pobres, oriundos de todo o estado.

Tão ou mais espantoso é que a quantidade de dinheiro gasto em propaganda consegue superar até mesmo o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) repassado pelo Governo a algumas das maiores cidades paraenses, que concentram milhões de habitantes.

O ICMS é uma das principais fontes das receitas municipais, em todo o Brasil. Mas os R$ 386 milhões gastos até agora em propaganda conseguiram ultrapassar até mesmo o ICMS recebido, no ano passado, pela capital, Belém (R$ 346,8 milhões), que é o maior entre os 144 municípios do estado. No caso de Ananindeua, a segunda mais populosa cidade do Pará (525.566 habitantes, segundo o IBGE), o dinheiro torrado em propaganda por Jatene representa mais de 5 vezes o ICMS que ela recebeu no ano passado (R$ 71,3 milhões).

MUNICÍPIOS

Na verdade, a maioria dos municípios paraenses levaria décadas para receber de ICMS o que Jatene já torrou em propaganda. É o caso, por exemplo, de Abaetetuba (156.292 habitantes), cujo ICMS, no ano passado, ficou em menos de R$ 15,4 milhões.

No entanto, a milionária propaganda do governador consegue deixar longe mesmo os municípios que recebem um repasse um pouco melhor desse imposto. Os R$ 386 milhões da propaganda representam, por exemplo, quase dois anos do ICMS do ano passado de Parauapebas (R$ 194,4 milhões); e mais de 3 anos do ICMS de Tucuruí (R$ 111,5 milhões) e de Marabá (R$ 123,8 milhões).

Quase R$ 189 milhões para marqueteiro de Jatene

Empresa de Orly Bezerra fatura do Executivo estadual, Banpará, Alepa e Prefeitura de Belém (Foto: Arquivo)

Dos R$ 386 milhões da propaganda, quase R$ 337 milhões foram torrados pelo Poder Executivo. O restante (quase R$ 50 milhões) foi gasto pelo Banpará. Só do Executivo, a Griffo Comunicação recebeu quase R$ 164 milhões, apesar de outras 5 agências também atenderem a conta de propaganda do Governo. Mas a Griffo, junto com outra agência, também detém a conta de publicidade do Banpará, do qual não se sabe ao certo quanto já recebeu, embora a estimativa seja de que esse valor gire em torno de R$ 25 milhões.

Se for assim, é bem possível que a empresa já tenha recebido quase R$ 189 milhões, apenas do Governo Jatene, desde 2011. No entanto, ela também possui contrato com Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), da qual já recebeu mais de R$ 11 milhões atualizados, entre 2013 e o último dia 5, o que significa uns R$ 200 milhões vindos dos cofres públicos paraenses.

Mas a Griffo também fatura milhões na Prefeitura Municipal de Belém (PMB), que é comandada pelo tucano Zenaldo Coutinho. Na última semana, foi aberta a licitação das agências que vão atender a conta da Prefeitura, de R$ 16 milhões para 2019, e a Griffo está no bolo dos pretendentes e ninguém tem dúvidas de que, novamente, a empresa de Orly será uma das escolhidas. E a sua trajetória de sucesso mais parece o caso de amor que qualquer empresário adoraria viver com o Poder Público. A Griffo pertence ao marqueteiro Orly Bezerra, que, desde meados da década de 1990, comanda todas as campanhas eleitorais do PSDB ao Governo do Estado.

LICITAÇÕES

Por uma incrível coincidência, também desde meados da década de 1990, quem ganha todas as licitações para os milionários contratos de propaganda dos governos que Orly ajudou a eleger é a Griffo, a empresa dele.

O “fenômeno” aconteceu nos dois governos de Almir Gabriel (1995 a 2002) e nos três governos de Simão Jatene (2003 a 2006 e 2011 a 2018). E, desde 2013, vem se repetindo também na Prefeitura de Belém, ou seja, desde o começo da administração do tucano Zenaldo Coutinho, cuja campanha eleitoral também foi comandada por Orly. Na Assembleia Legislativa, a Griffo obtém contratos milionários desde 2013, quando a Alepa passou a ser comandada pelo deputado Márcio Miranda, do DEM, aliado do governador Simão Jatene. E adivinhe quem comanda a campanha de Miranda ao Governo do Estado?
Ele mesmo, Orly.

Em tese, a Griffo fica com apenas um percentual dessa montanha de dinheiro que lhe é repassada pelo PSDB; todo o restante, em tese, é destinado aos veículos de comunicação que divulgam a propaganda tucana. O problema é que, na realidade, tudo isso é uma autêntica caixa-preta, pois ninguém sabe exatamente o que acontece com esse dinheiro depois que ele entra nos cofres da empresa.

Outro mistério é o fato de nem Orly nem a Griffo aparecerem nas prestações de contas, à Justiça Eleitoral, de muitas das campanhas coordenadas pelo marqueteiro. Ou, quando aparecem, declaram valores tão baixos por seus serviços que chegam a provocar gargalhadas entre profissionais tarimbados em campanhas políticas.

(Ana Célia Pinheiro/Diário do Pará)

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