Andar de bicicleta em Belém não é nada fácil. O que era para ser um meio de lazer, atividade física ou simplesmente uma alternativa de deslocamento virou um transporte perigoso. Faixa ocupada por pedestres, áreas sem ciclofaixa e até lixo no meio da via são alguns obstáculos enfrentados por ciclistas.
Para a maioria deles, o grande problema é compartilhar as ciclofaixas com pedestres. Não há separação física, apenas uma faixa pintada para delimitar o espaço de cada um. Mas o pedestre, muitas vezes sem opção de calçada ou simplesmente por mau comportamento, não respeita o limite.
Nas paradas de ônibus a cena se repete diariamente, especialmente nos horários de pico. Sem espaço para tanta gente, a ciclofaixa fica totalmente ocupada por pessoas à espera dos coletivos. Sem alternativa, os ciclistas acabam empurrados para a pista, no meio de carros, ônibus e motos.
Na avenida Augusto Montenegro, os casos são comuns e os condutores reclamam. “Na minha opinião, a faixa deveria ficar por detrás da parada e não pela frente, onde está sempre aglomerada de gente”, sugere o bombeiro Jeferson Ferreira, 49.
Além dos obstáculos, ao longo da Augusto Montenegro há ciclofaixas tomadas por lixo, o que dificulta o deslocamento dos usuários. Já na parte em que o BRT está em obras não há nem ciclofaixa. Com tantas dificuldades é comum flagrar ciclistas imprudentes que andam pela via do BRT.
Na avenida Almirante Barroso, a dificuldade é semelhante. Apesar de existir uma ciclovia, a ciclofaixa também é bastante utilizada, mas quase sempre os condutores precisam parar e empurrar o veículo de duas rodas para não bater o pedestre sobretudo no trecho do Entroncamento.
O autônomo Valdenor Duarte, 44, faz o trajeto todos os dias e sabe das dificuldades de trafegar no local. Sem semáforo, faixa de pedestre ou ciclofaixa, a área de entrada e saída de Belém tem um fluxo de veículos intenso. “Tem de parar e esperar um bom tempo para poder atravessar com menos perigo”, comenta Duarte.
O que diz a Prefeitura - A Prefeitura de Belém informa que orienta pedestres a não ocupar a ciclofaixa, que verificará o desnível no asfalto e que coleta lixo ao longo da Augusto Montenegro três vezes por semana.
(Leidemar Oliveira/Diário do Pará)
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