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Ver-o-Peso é o retrato do abandono e tem projeto de revitalização parado

Aos 402 anos, o principal cartão postal da capital paraense, o Complexo do Ver-o-Peso é o reflexo da ausência do poder público. À primeira vista, percebe-se a precariedade na infraestrutura e, consequentemente, a necessidade uma reforma. Anunciada pelo G

Aos 402 anos, o principal cartão postal da capital paraense, o Complexo do Ver-o-Peso é o reflexo da ausência do poder público. À primeira vista, percebe-se a precariedade na infraestrutura e, consequentemente, a necessidade uma reforma.

Anunciada pelo Governo do Estado e Prefeitura de Belém, no dia 12 de janeiro de 2016 -no aniversário de 400 anos capital- a revitalização nunca passou de uma promessa.


(Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)

A apresentação do projeto inicial foi rejeitada pelos trabalhadores que alegam a descaracterização do complexo. Até a climatização em parte do mercado, estava sendo cogitada. O último parecer da Superintendência do Instituto de Patrimônio Histórico Nacional no Pará (Iphan), também cobrou adequações à proposta da Prefeitura. Resultado: há dois anos, o impasse permanece, assim como o total abandono da feira.

As lonas que cobrem as barracas estão furadas e sujas. Do alto, é possível ver vários remendos. O piso não tem nivelamento. A fiação elétrica é precária. Os buracos estão por toda extensão da feira. Nas barracas de comida- equipadas de fogões industriais e botijões de gás, não há extintores de incêndio.

Muitos bueiros estão sem tampas ou com elas quebradas. O antigo mercado de carne segue sem uso. O prédio histórico está com as paredes tomadas de limo e a pintura desgastada.


(Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)

RISCOS

A boieira Osvaldina da Silva Ferreira trabalha há 47 anos no Ver-o-Peso. A dona do box 52, hoje, está ameaçada de se retirar do local que considera ser sua segunda casa. Sua barraca está com o piso cedendo. Aos poucos, geladeira e fogão afundam o piso. O toldo está remendado com pedaços de plásticos, usados para tentar conter a água da chuva. Mas não tem jeito: o espaço alaga quando chove.

Outro temor de Osvaldina é o risco de incêndios. Nas barracas não há extintores e, ela, já viveu na própria pele a necessidade do equipamento. “A borracha do botijão de gás saiu e começou a pegar fogo. Tivemos de jogar água, foi um desespero”, lembra. “Já tentaram me tirar daqui. Todos falam dos riscos, mas não sei trabalhar com outra coisa. Vou viver do quê?”, lamenta. A idosa, de 69 anos, mantém mais quatro funcionários.

As vigas de sustentação de ferro da feira e do setor de alimentação estão amassadas e enferrujadas, assim como as barras de proteção da beira do rio. Aos poucos, os pequenos reparos feitos pelos próprios feirantes, tiram a padronização das barracas e boxes.

“Somos nós que temos de fazer a manutenção de piso, passar um cimento na parede, até arrumar lixeiras e o toldo que rasga. Precisamos urgente da reforma”, esclarece boieira Claudete dos Santos, de 28 anos.


(Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)

Prefeitura e Iphan não se entendem

No aniversário de Belém deste ano, questionado pela reportagem do DIÁRIO sobre a atual situação do Ver-o-Peso, o prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) continuou fazendo promessas. “Estamos com um projeto pronto e aguardando uns pequenos ajustes com o Iphan. Os recursos já conseguimos com financiamentos”, disse. Passados seis meses, até agora nem indícios da reforma.

Em nota, o Iphan informa que aguarda desde novembro de 2016, que a Prefeitura apresente o Projeto de Requalificação com as modificações solicitadas em parecer técnico do órgão. O Instituto informa que foi realizada, em março de 2016, uma consulta pública para que a sociedade contribuísse com o projeto de intervenção para a feira, em conjunto com o Ministério Público do Pará.

“Os resultados foram consolidados pelo Iphan na Nota Técnica nº16/2016, que contém a sistematização dos dados provenientes das consulta e audiência públicas, e enviada à Prefeitura juntamente com o Parecer Técnico nº 084/2016, elencando todas as adequações necessárias à aprovação do Projeto de Revitalização da Feira do Ver-o-Peso, ambos emitidos em novembro de 2016”, explicou a assessoria.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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