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Sem alarde, Simão Jatene criou quinta Secretaria Extraordinária

Quem tem amigos realmente não está sozinho. Que o digam principalmente os do governador Simão Jatene (PSDB), que não poupa esforços para mantê-los próximos - e em cargos públicos, por vezes criados especialmente para recebê-los, acompanhados de atraentes

Quem tem amigos realmente não está sozinho. Que o digam principalmente os do governador Simão Jatene (PSDB), que não poupa esforços para mantê-los próximos - e em cargos públicos, por vezes criados especialmente para recebê-los, acompanhados de atraentes salários. Antes de enviar à Assembleia Legislativa, no final de junho, os suspeitos projetos de lei que propõem mais de 100 novos cargos comissionados em vários segmentos da administração estadual, ele criou, no dia 30 de maio, mais uma Secretaria Extraordinária - a quinta! - se usando única e exclusivamente do Diário Oficial do Estado (DOE, edição 33.628) para isso: a Secretaria Extraordinária de Estado para Integração de Ações Comunitárias, sob o comando de Arilton Moura Correia. É a segunda secretaria criada nessa “metodologia” pelo tucano em pouco mais de um ano.

Como um verdadeiro soberano, nem Jatene e nem sua equipe fizeram qualquer anúncio sobre o assunto e não se sabe qual a finalidade da pasta, onde fica sua sede, seu orçamento ou impacto financeiro. O que se sabe é que no DOE de 4 de junho (edição 33.629) a secretaria já constava entre os 73 órgãos da administração direta e indireta do Poder Executivo, e também que as outras quatro criadas anteriormente são chefiadas por apadrinhados políticos que já ocuparam alguma linha de frente do Governo e agora estão à sombra, incluindo a própria filha, Izabela, e que os salários desses titulares variam entre R$ 11 mil e R$ 23 mil brutos, fora verbas de gabinete, assessores e etc.

Embora Jatene possua a prerrogativa, prevista no Orçamento Geral do Estado, de criar pastas subordinadas à Casa Civil, como é o caso das cinco, o ato vai na contramão de um insistente discurso dele que tenta justificar, por exemplo, a falta de reajuste, já há anos, para professores, policiais militares e outros servidores estaduais, sob o pretexto de que é preciso enxugar a máquina, enxugar custos e despesas.

NEPOTISMO

Falando em Izabela, não é a primeira vez que o governador faz nascer uma “pasta bônus” na base da canetada, do dia para a noite. A Secretaria Extraordinária de Estado de Municípios Sustentáveis, que ela ocupa desde o ano passado, surgiu pela primeira vez na edição 33.360 de 25 de abril de 2017 do DOE. Nessa mesma edição, ela foi exonerada da Secretaria Extraordinária de Estado de Integração de Políticas Sociais, onde esteve entre 2015 e 2017, para ocupar a pasta recém-nascida.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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