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Consultores da Hydro falam em CPI mas não convencem deputados

A acareação entre pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Evandro Chagas (IEC), Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPRC) e representantes da empresa SGW Services, contratada pela Hydro Alunorte, terminou em clima tenso c

A acareação entre pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Evandro Chagas (IEC), Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPRC) e representantes da empresa SGW Services, contratada pela Hydro Alunorte, terminou em clima tenso com as perguntas incisivas dos deputados estaduais e a falta de respostas consistentes dos consultores da SGW, quando questionados sobre o transbordo e tratamento dos efluentes da mineradora e sobre a seriedade do procedimento de despejo do material tóxico no meio ambiente, em Barcarena.

“Está ficando cada dia mais transparente o crime ambiental cometido pela empresa, e do canal sempre utilizado para despejar líquidos sempre que a empresa não tinha como fazer de outra forma. E os indicadores da própria SGW encontraram índices de metais pesados sete vezes a mais do que o permitido, por exemplo do alumínio na nascente do Rio Murucupi”, afirmou o deputado Celso Sabino (PSDB), relator da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) instaurada na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) para apurar o caso.

Ele informou também que os funcionários do setor ambiental e diretores da Hydro que estiveram presentes no dia 16 e 17 de fevereiro no município serão convocados para depor no plenário. “A consultoria é claramente tendenciosa e advoga para a Hydro. Os diretores fogem e usam jogo de palavras”, analisou.

PROVAS

Em um dado momento, os deputados apresentaram vídeos de um despejo irregular de efluentes feito por um dos três canais clandestinos diretamente no solo e perguntaram qual a posição da SGW em relação àquela situação. A diretora técnica da consultoria, Andrea Aluani, que assinalou ter havido transbordo ou contaminação em fevereiro, preferiu economizar as palavras e fugir do assunto. “Falei sobre a primeira análise do nosso processo inicial de investigação da área. É preciso um refinamento e estudo consistente para poder afirmar o grau de contaminação”, declarou. “Afirmo que o laudo do IEC não continha os controles de qualidade, laudos analíticos e documentos para comprovar o documento final da análise”, disse Aluani, mesmo sendo refutada pelos técnicos do IEC.

O pesquisador Marcelo Lima, responsável pelos laudos do IEC, lembrou que a SGW só chegou a Barcarena 33 dias depois do incidente. “O ambiente se modifica, não é o mesmo. Nós achamos, sim, contaminação, dias 18 e 19 [de fevereiro], nos rios Pará e Murucupi. A diretora da SGW afirmou que a empresa não faz acompanhamento regular dos seus efluentes e isso é muito perigoso. Tem de saber como isso afeta organismos aquáticos e o nível de toxidade na população”, pontuou Lima.

Para o deputado estadual Carlos Bordalo (PT), integrante da CPI, o episódio do caso da Hydro e os casos de desastres ambientais em Barcarena devem ser um divisor de águas sobre a extração minerária no Pará. “A gente não pode continuar assistindo passivamente que as riquezas sejam tiradas dessa forma, que não se estabeleçam controle ambiental e compensação para comunidades. Por isso a CPI talvez seja o primeiro grande documento que vai meter o dedo nesta ferida que é a extração predatória dos nossos recursos minerais”, declarou.

Morador de comunidade atingida por danos protestou contra empresa

O deputado estadual Carlos Bordalo também criticou a postura da Hydro na CPI e na condução da crise. “Ao invés de rever sua postura, a mineradora contratou o que chamo de parabrisas para limpar a parte ambiental, que é a SGW, e social, com um contrato de mais de R$ 2 milhões com o Instituto Peabiru, por um ano”, relatou. “Com o Peabiru, inclusive, o contrato foi feito depois de eles terem sido para serem ouvidosna CPI”.

Ao final da acareação, o morador da comunidade quilombola de Burajuba, Eduardo Cravo, chamou a empresa de assassina e os técnicos da SGW de mercenários. Ele precisou ser contido por seguranças da Alepa. “Eles ficam com todas as nossas riquezas e nós estamos lá sofrendo”, afirmou.

(Carol Menezes e Dominik Giusti/Diário do Pará)

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